165 | Ano A | 32ª Semana Comum | Segunda-feira | Lucas 17,1-6
13/11/2023
O texto que nos é proposto hoje é uma
continuidade das “conversas à mesa”, nas quais Jesus fala da misericórdia com
que Deus trata suas criaturas, da necessidade de fazer bem as contas para
segui-lo sem recuos, da atenção solidária dos seus seguidores/as para com os
pobres e vulneráveis.
Depois de ter se dirigido
enfaticamente aos escribas e fariseus, Jesus se volta aos discípulos e
discípulas, e aborda com eles/as a questão das dificuldades internas da
comunidade cristã. Jesus não tem uma visão idealizada ou ingênua da comunidade
de pessoas que o seguem. Ele faz questão de dizer que os escândalos são
inevitáveis, o que não diminui a gravidade da situação.
Literalmente, “escândalo” significa a
pedra de tropeço que alguém põe numa trilha para fazer o outro tropeçar. Por
isso, em que pese serem normais as divisões e tropeços, quem faz os mais fracos
tropeçarem ou desanimarem na fé por sua causa mereceria uma pena muito severa:
ser amarrado numa pedra muito maior e ser jogado no mar. O escândalo é coisa
grave!
Mas se o tropeço é inevitável, na
vida em comunidade o perdão é essencial, indispensável. E merece mais atenção
que o escândalo. “Prestai atenção!”, adverte Jesus para sublinhar isso. A
comunidade precisa exercitar o ministério do perdão e da reconciliação com quem
se arrepende de seus erros, inclusive se a reincidência chegar a sete por dia!
Se isso nos incomoda, incomodou mais
ainda os apóstolos, que reagiram dizendo que a fé que eles têm não chega a
tanto. A vivência da misericórdia, da solidariedade e da reconciliação só é
possível no horizonte da fé, da graça de Deus, da adesão ao Evangelho e da imitação
de Jesus Cristo. Nem tudo se resolve no voluntarismo, no “basta querer”.
Mas não precisamos de uma fé heroica, apenas de uma fé normal.
Jesus não está aludindo a uma fé miraculosa, pois ele mesmo se recusou a
produzir sinais que impressionassem o povo e atraísse admiração. A fé autêntica
tem seu dinamismo e sua força, e não é questão de quantidade. A adesão sincera
a Jesus e a graça do Evangelho têm força para mudar as relações humanas!
Meditação:
§ Leia e releia este episódio, procurando
entender as expressões e as ênfases de Jesus nessa catequese dirigida aos
discípulos
§ Na sua comunidade e na sua família ocorre o
fato de alguns colocarem pedras para que os outros tropecem e entrem em crise?
§ Como entender a dura palavra de Jesus: “melhor
seria que lhe amarrassem uma pedra de moinho e o jogassem no mar”?
§ O que o perdão e a reconciliação têm a ver com
a fé? E o que significa a comparação que Jesus faz com a remoção da amoreira?
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