181 | Ano A | 34ª Semana Comum | Quarta-feira | Lucas 21,12-19
29/11/2023
É claro que a destruição do templo,
anunciada por Jesus no trecho do evangelho que refletimos ontem, não tem nada
de punição de Deus contra os judeus. É a miopia política e a cegueira religiosa
das lideranças de Israel que levaram a esse desastre. Ao mesmo tempo, do ponto
de vista do Evangelho de Deus, essa destruição é um acontecimento positivo, pois
põe-se fim a um dos instrumentos que oprimiam o povo.
No episódio de hoje, Jesus fala das
dificuldades e tribulações que os discípulos e discípulas enfrentarão no
futuro, as mesmas que ele teve que enfrentar. São tribulações que vêm de fora,
não exatamente dos pagãos, mas do próprio judaísmo, que eles professaram e ao
qual pertenceram honestamente. Mas vêm também de dentro das famílias de origem
e das comunidades cristãs. Jesus e o evangelista são tremendamente realistas
também nisso.
Parece que Jesus sabe por experiência
que, no fim, tudo ficará mais difícil. Mas é exatamente para estas situações
que Jesus nos prepara. Ele fala disso desde o início da formação dos discípulos
e discípulas. Ele nos promete e nos dará seu Espírito, que é o Espírito do Pai,
para que ele sustente no testemunho, e nos ajudará a lidar com a falta de fé
das comunidades e com suas divisões.
No texto que estamos refletindo, para
falar das perseguições e tensões que enfrentaremos, Jesus recorre a imagens de
conflitos étnicos, culturais, políticos, para acontecimentos naturais e até
para questões de saúde. Ele fala também de perseguições por parte da própria
família, pois o Reino de Deus põe em questão todas as nossas relações. A
oposição pode vir dos nossos círculos de relações mais íntimas.
Entretanto, Jesus fala disso para que
estejamos prevenidos/as, para que possamos caminhar destemidos/as, com o olhar
fixo nele, a testemunha fiel, o profeta perseguido, a pedra descartada que se
tornou pedra fundamental. Nossa incolumidade está garantida pelo Pai, que se
interessa até pelos cabelos dos seus escolhidos e escolhidas. Precisamos
confiar nele, mas sem relaxamento e improviso. Perseverar e ser um sinal de
contraste traz seus frutos, e é nossa única possibilidade de salvação.
Meditação:
§ Leia
atentamente esta cena e as palavras de Jesus, dando atenção às comparações
misteriosas, mesmo que assustem
§ Você
consegue ver no mundo de hoje sinais de intolerância e perseguição aos cristãos
e outras pessoas de boa vontade?
§ Onde
você busca conforto quando lhe sobrevém dificuldades e tribulações de qualquer
ordem?
§ Como
você trata as divisões ideológicas entre você e seus familiares e amigos, entre
diferentes correntes políticas?
Nenhum comentário:
Postar um comentário