174 | Ano A | 33ª Semana Comum | Quarta-feira | Lucas 19,11-28
22/11/2023
Esta parábola de Jesus é apresentada por Lucas na
sequência da conhecida cena de Zaqueu e no finalzinho da caminhada de Jesus a
Jerusalém. A aproximação da capital e do templo suscita nos discípulos a
pergunta pela possibilidade de uma manifestação gloriosa e poderosa do Reino de
Deus. “Alguns pensavam que o Reino de Deus chegaria logo”, diz o evangelista.
Para curar a “febre escatológica” que contamina
parte dos discípulos/as, e para desmontar uma expectativa apocalíptica e
triunfalista, Jesus recorre a uma parábola. Na parábola, Jesus chama a atenção
para a figura do homem nobre que viaja para ser coroado como rei, e também para
a figura do último de uma série de empregados.
Os empregados são dez, e todos recebem 100 moedas
de prata para administrar. O homem nobre coroado rei não pede nada mais:
somente pede que administrem. Na sua volta, apenas três empregados são citados.
O primeiro revela que fez o valor recebido se multiplicar por dez. O segundo, o
fez render cinco vezes mais. O terceiro devolveu as 100 moedas, sem mais.
Mas há também um grupo de concidadãos que se
manifestam contra a coroação, não aceitam sua autoridade, e acabam atraindo
sobre si a ira do rei. O terceiro empregado age guiado pelo medo, porque o rei
seria muito severo e exigente. Mas o rei não é severo nem exigente, pois não
cobra nada, não toma de volta o que confiou aos empregados e ainda confia
àqueles que foram ativos e criativos o governo de um conjunto de cidades!
A figura do rei representa Jesus, que vai a
Jerusalém para ser coroado, não exatamente como rei, mas para ser contestado em
sua liderança. Seu reino se manifesta na acolhida de todas as pessoas como
filhas de Abraão, na cura de doenças, na integração dos excluídos. Na sua coroa
brilham os espinhos... E cabe aos discípulos/as, segui-lo e fazer o que ele
fez.
A
punição mais dura é reservada àqueles que rejeitam que rei governe sobre eles,
enquanto que o servo medroso e preguiçoso apenas perde a confiança e a missão a
ele encomendada, porque, acorrentado pelo medo, não obedeceu e não foi fiel.
Quanto mais fiéis formos à missão, mais crescemos na comunhão com Jesus.
Meditação:
§ Acompanhe
esta cena – que não é parábola ou história inventada – passo a passo, gesto a
gesto, palavra por palavra
§ Perceba
Jesus se dirigindo a você, pedindo que você “desça” dos pedestais e títulos
para um encontro íntimo na sua “casa”
§ Que
atitudes você precisa tomar para corresponder à humanidade misericordiosa de
Jesus?
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