sexta-feira, 10 de novembro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (163)

163 | Ano A | 31ª Semana Comum | Sábado | Lucas 16,9-15

11/11/2023

O texto evangélico de hoje é um conjunto de sentenças unidas em torno do tema do dinheiro. Jesus vai buscá-las na sabedoria popular e as usa para aplicar e tornar mais concretas as lições da parábola do administrador esperto, que meditamos ontem. Este conjunto de sentenças precisa ser lido à luz da parábola que meditamos ontem, pois exemplifica como ser filhos da luz.

No centro das sentenças está a questão do correto uso dos bens. Na perspectiva de Jesus e na lógica do reino de Deus, a posse e o uso de bens só se justificam quando subordinados à finalidade de socorrer as necessidades e consolidar as relações de fraternidade e solidariedade. Nosso “patrão” ou “senhor” é Deus, ele é o dono de tudo, e nós somos administradores que devemos agir sob suas ordens.

Não há como ser amigo/a e servidor/a de Deus e, ao mesmo tempo, ser amigo/a e servidor/a das riquezas. A experiência da escravidão ensina que um escravo não pode pertencer a dois proprietários. Da mesma forma, não há como ser discípulo de Jesus e continuar sendo meio egoísta e meio solidário, meio mentiroso e meio verdadeiro. Temos que escolher!

O/a discípulo/a de Jesus precisa servir a Deus com inteireza e integridade, viver na lógica da partilha e da gratuidade, como o pai misericordioso, que gastou um monte de dinheiro para refazer os laços com o filho vulnerável e necessitado. O Reino de Deus não assegura nem direitos nem méritos.

Jesus diz claramente que os fariseus são amigos do dinheiro, e não amigos de Deus e dos amigos/as de Deus. Por isso, os/as discípulos de Jesus devem tomar distância deles, comportar-se diversamente, assumir um estilo de vida diferente. Quem é correto no uso dos bens é elevado, enquanto quem só pensa em si mesmo e nos seus interesses é rebaixado.

Quem usa os bens em benefício da humanidade necessitada presta culto a Deus. Quem se submete à lógica do acúmulo de poder e de dinheiro e não consegue pensar senão em si mesmo/a, se submete a um ídolo. Não é possível conciliar estas duas lealdades. Não nos esqueçamos da parábola do camelo e do buraco da agulha! Para entrar no Reino precisa tornar-se criança, pequeno.

 

Meditação:

§  Leia e releia estas frases e comparações, deixe-se levar pelas comparações, deixe-se interpelar pelas afirmações

§  Releia o texto à luz do uso dos bens que o pai misericordioso faz para acolher do filho e atender suas necessidades (15,11-32)

§  Como você e sua família estão usando os bens que administram (propriedades, conhecimento, capacidades profissionais): unicamente em vista de vocês mesmos?

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