163 | Ano A | 31ª Semana Comum | Sábado | Lucas 16,9-15
11/11/2023
O texto evangélico de hoje é um
conjunto de sentenças unidas em torno do tema do dinheiro. Jesus vai buscá-las
na sabedoria popular e as usa para aplicar e tornar mais concretas as lições da
parábola do administrador esperto, que meditamos ontem. Este conjunto de
sentenças precisa ser lido à luz da parábola que meditamos ontem, pois
exemplifica como ser filhos da luz.
No centro das sentenças está a
questão do correto uso dos bens. Na perspectiva de Jesus e na lógica do reino
de Deus, a posse e o uso de bens só se justificam quando subordinados à
finalidade de socorrer as necessidades e consolidar as relações de fraternidade
e solidariedade. Nosso “patrão” ou “senhor” é Deus, ele é o dono de tudo, e nós
somos administradores que devemos agir sob suas ordens.
Não há como ser amigo/a e servidor/a de
Deus e, ao mesmo tempo, ser amigo/a e servidor/a das riquezas. A experiência da
escravidão ensina que um escravo não pode pertencer a dois proprietários. Da
mesma forma, não há como ser discípulo de Jesus e continuar sendo meio egoísta
e meio solidário, meio mentiroso e meio verdadeiro. Temos que escolher!
O/a discípulo/a de Jesus precisa
servir a Deus com inteireza e integridade, viver na lógica da partilha e da
gratuidade, como o pai misericordioso, que gastou um monte de dinheiro para
refazer os laços com o filho vulnerável e necessitado. O Reino de Deus não
assegura nem direitos nem méritos.
Jesus diz claramente que os fariseus
são amigos do dinheiro, e não amigos de Deus e dos amigos/as de Deus. Por isso,
os/as discípulos de Jesus devem tomar distância deles, comportar-se diversamente,
assumir um estilo de vida diferente. Quem é correto no uso dos bens é elevado,
enquanto quem só pensa em si mesmo e nos seus interesses é rebaixado.
Quem usa os bens em benefício da
humanidade necessitada presta culto a Deus. Quem se submete à lógica do acúmulo
de poder e de dinheiro e não consegue pensar senão em si mesmo/a, se submete a
um ídolo. Não é possível conciliar estas duas lealdades. Não nos esqueçamos da
parábola do camelo e do buraco da agulha! Para entrar no Reino precisa
tornar-se criança, pequeno.
Meditação:
§ Leia e releia estas frases e comparações,
deixe-se levar pelas comparações, deixe-se interpelar pelas afirmações
§ Releia o texto à luz do uso dos bens que o pai
misericordioso faz para acolher do filho e atender suas necessidades (15,11-32)
§ Como você e sua família estão usando os bens
que administram (propriedades, conhecimento, capacidades profissionais):
unicamente em vista de vocês mesmos?
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