Dia 01
de junho | Segunda-feira | Maria, Mãe da Igreja
Evangelho segundo João (19,25-34)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode
ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que
é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante
é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais
e de impedir que seja um tempo estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1) Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Cante ou ouça o
refrão: A Palavra está perto de ti, em tua boca e em teu coração! (Acessível
em: https://www.youtube.com/watch?v=70ikIPVilyM)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a
sua atenção o texto de João 19,25-34
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Este texto é escolhido em vista da memória de Maria,
Mãe da Igreja, celebrada hoje
· A cena faz parte da narração da paixão e morte de
Jesus, a Hora para a qual ele veio
· Enquanto a maioria absoluta dos discípulos abandona
Jesus, um pequeno grupo de discípulos permanece próximo e fiel
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra de
Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Situe-se no Calvário, aos pés da cruz, com Jesus, sua
mãe, Maria Madalena e o discípulo amigo e fiel
· Permita que ressoe em você e para você as densas e
ternas palavras de Jesus: “Mulher, este é teu filho! Esta é tua mãe! Tenho
sede! Tudo está consumado!”
· Acolha Maria como a mãe querida que Jesus partilha
conosco e pede que levemos para nossa casa
· Fique atento/a ao
que esta palavra desperta em você
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Acolha serenamente
a mensagem que o texto transmite a você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Como Deus iniciou
o diálogo, e agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Acolha confiante e agradecido/a o dom que Jesus faz
aos discípulos/as que se mantém no seu caminho
· Confie-se nas mãos de Maria, e aprenda dela, primeira
discípula de Jesus e mãe da comunidade dos/as discípulos/as
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5) Contemple a vida à
luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· No início da missão de Jesus, sua mãe pediu que
façamos tudo o que ele nos mandar; aos pés da cruz, Jesus pede que ela cuide de
nós como a filhos/as, nos entrega ela como mãe da Igreja: o que isso significa,
e quais são as consequências?
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne à vida
cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso
e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração
desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos! Ou
ouça e cante o mantra: Ave, Maria! Ave, Maria! Ave! Ave! Ave,
Maria! (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=DxLW6ISHXGQ)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“Depois que Jesus
subiu ao céu, os apóstolos voltaram para Jerusalém, vindo do monte das Oliveiras.
Entraram na cidade e subiram para a sala de cima, onde costumavam ficar. Todos
eles perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres, entre as
quais Maria, mãe de Jesus” (At 1,12-14).
SUBSÍDIO
Com a solenidade de Pentecostes havíamos concluído
nosso caminho com o Evangelho de João. Mas hoje, em vista da memória litúrgica
de “Maria, mãe da Igreja”, voltamos a ele. Esta memória nos sugere uma
interpretação mariana dessa cena da paixão e morte de Jesus.
Segundo João, a mãe de Jesus, Maria Madalena e o
discípulo amado estão de pé, diante da cruz de Jesus. Jesus os vê, e faz uma dupla
declaração, que é também um duplo pedido: “Mulher, este é teu filho!” “Esta é
tua mãe!” No alto do calvário, diante da expressão máxima do amor de Deus por
nós, Jesus nos entrega Maria como mãe dos/as que creem, mãe da Igreja. E nos
convida a levá-la conosco, como a discípula primeira e fiel. Nasce aqui uma Nova
Família, semente de uma Nova Humanidade.
É interessante notar que o texto original não fala
da “mãe de Jesus”. O evangelista a apresenta apenas como “mãe”. Ela representa
o antigo Povo de Deus, do qual vem Jesus e a primeira comunidade de discípulos/as.
Ela é convidada a fazer a passagem, reconhecendo e aceitando o Novo Povo de
Deus nascido da nova aliança. E o discípulo amado, que representa o discipulado
fiel e perseverante, é convidado a reconhecer suas raízes e protegê-las.
Na sequência, Jesus diz que tem sede. É um novo
pedido de acolhida. Os representantes do judaísmo não têm água, nem vinho
(amor, acolhida), mas somente vinagre (ódio). Aceitando, sem revidar, mais este
gesto de fechamento e violência, Jesus pode dizer que consumou a demonstração
do amor do Pai pelo mundo e, em si mesmo, arrematou ou deu o toque final na
criação do Homem e da Mulher Novos.
Do
corte que o soldado faz no corpo de Jesus com sua espada escorre sangue (o amor
generoso e fecundo) e água (o Espírito que gera a Igreja). Isso não nos vem de
Maria, mas do Filho que nos entrega ela como Mãe.
(Itacir
Brassiani msf)