Dia 22 de maio | Sexta-feira | 6ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (16,20-23)
A Leitura Orante da
Palavra de Deus é um jeito de iluminar e fecundar nosso cotidiano com a Palavra
de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em
comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a
forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência social, por respeito e
cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante pode ser um modo de não
reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para cada dia. Mas é
possível escolher outros textos, desde que tenham uma sequência e se evite
ficar apenas com os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis –
pela pandemia e pelos desmandos no nosso país – produza muitos frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1) Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha o momento mais
adequado e tranquilo/a
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Invoque o Espírito
Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: Vinde,
Santo Espírito! (cf. https://www.youtube.com/watch?v=KLd93N1DCWs)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a
sua atenção o texto de João 16,20-23
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Este diálogo de Jesus com seus discípulos está literariamente
situado no contexto da ceia de despedida e do lava-pés, e faz parte do seu
“testamento” e da sua mais importante promessa aos discípulos
· O diálogo é precedido pelo anúncio da paixão e morte
de Jesus e do envio do Espírito como Guia, Defensor e Pedagogo da comunidade
cristã, Consolação e dinamismo da missão
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra de
Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Coloque-se em meio aos discípulos, perturbados a
traição que se desenhava, com a partida próxima de Jesus e com o anúncio da
oposição que sofreriam para continuar sua missão
· Fique atento/a ao
que esta palavra e esta cena desperta em você
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Acolha serenamente
a mensagem que o texto transmite a você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Tome consciência das resistências, oposições e
perseguições que os cristãos coerentes vem enfrentando nesse grave momento da
conjuntura política nacional e internacional
· Tente interagir com os discípulos, observando a
confusão e o medo que eles vivem
· Repita pausadamente cada palavra e frase desta
exortação de Jesus: vocês chorarão e lamentarão, mas o mundo se alegrará; vocês
ficarão tristes, mas a tristeza se transformará em alegria; depois que a
criança nasceu, a mãe não lembra mais dos sofrimentos; também vocês sentirão
tristeza, mas eu hei de ver vocês de novo; o coração de vocês se alegrará, e
ninguém poderá roubar essa alegria; naquele Dia, vocês não terão mais dúvidas e
não farão mais perguntas
· Como Deus iniciou
o diálogo, e agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe com
raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5) Contemple a vida à
luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Como e onde você pode encontrar um apoio evangélico
para se manter na caminhada, fiel ao caminho indicado e percorrido por Jesus,
mesmo nos momentos de extrema dificuldade?
· De que modo você poderia consolar e apoiar outros/as cristãos
que sofrem incompreensões e perseguições, inclusive na própria família, por
causa da fidelidade ao caminho de Jesus em momentos de desolação e escuridão?
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um compromisso
pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne à vida
cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso
e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração
desse dia.
· Ou recite a
invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos!
· Ou cante: O
Senhor vai ascendendo luzes quando vamos precisando delas! (cf. https://www.youtube.com/watch?v=Z8RU8BQRcMQ)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Estamos nos encaminhando para o fim do diálogo
catequético e exortativo de Jesus com seus discípulos, na sequência da ceia de
despedida e pouco antes de ser preso. O texto de hoje começa retomando o último
versículo de ontem, e desenvolve o mesmo tema da mudança da tristeza em
alegria, agora recorrendo à bela metáfora do parto. O tema é o contraste com
entre a comunidade dos/as discípulos/as e o mundo e a mudança radical da
situação no horizonte da fé.
A imagem da mulher em trabalho de parto nos
remete a Eva, a mãe dos viventes, ao povo de Deus, cuja relação com Deus era
frequentemente comparada à relação conjugal, e à humanidade, da qual Jesus se
apresenta como esposo nas bodas de Caná. A referência à angústia, à tristeza e
aos apuros nos remete a uma situação de perseguição, mas, com a imagem da
mulher em trabalho de parto, acena também para o mistério do nascimento da nova
humanidade, de homens e mulheres novos.
A metáfora do grão de trigo, que cai na terra,
morre e germina em muitos, pode completar a analogia do parto. Ambas nos fazem
imaginar a saída da opressão e o nascimento de um povo novo. É através da entrega
generosa e incondicional de si mesmo que o ser humano chega à sua plena
realização, nasce realmente. Entregando-se, Jesus não deixa de ser humano, torna-se
plenamente humano.
Como a semente de
trigo e a alegria da mãe ao tomar nos braços seu filho, a comunidade cristã
experimentará uma alegria profunda e plena na experiência do Espírito, que a
Defende nas perseguições e conserva na fidelidade. À luz dessa experiência a
comunidade compreenderá tudo o que aconteceu com Jesus e com ela mesma, e
superará a confusão e as dúvidas. A alegria será permanente, pois a vitória final,
ao modo de Jesus, está assegurada. Ele voltará a ver seus discípulos e a
conviver com eles.
(Itacir
Brassiani msf)
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