segunda-feira, 11 de maio de 2020

Leitura Orante do Evangelho (12.05.2020)


Dia 12 de maio | Terça-feira | 5ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (14,27-31)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um jeito de iluminar e fecundar nosso cotidiano com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência social, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para cada dia. Mas é possível escolher outros textos, desde que tenham uma sequência e se evite ficar apenas com os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pelos desmandos no nosso país – produza muitos frutos.
(Missionários da Sagrada Família
Passo Fundo/RS)

(1)    Coloque-se em atitude de oração
·       Escolha o momento mais adequado e tranquilo/a
·       Escolha o lugar no qual você se sente bem
·       Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·       Acenda uma vela e tome a bíblia delicadamente em suas mãos
·       Tome consciência de si mesmo/a e do momento que você vive
·       Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·       Invoque o Espírito Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: Tua Palavra é lâmpada para os meus pés, Senhor! Lâmpada para os meus pés, Senhor, luz para o meu caminho (cf. https://www.youtube.com/watch?v=vYX55LKCifc)

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus
·       Leia com toda a sua atenção o texto de João 14,27-31
·       Este ensino terno e incisivo de Jesus ocorre logo depois da ceia, do lava-pés e da reflexão exortativa que se seguiram, e faz parte do seu “testamento”
·       Nele, Jesus faz a promessa de enviar aos discípulos um “Outro Defensor”, o Espírito da Verdade, que guiará e sustentará quem o ama no prosseguimento da sua missão
·       Termina com o convite a levantar-se e sair, com ele, colocando a comunidade daqueles que creem nele “em saída”, passando da mesa da eucaristia à arena do mundo
·       Leia o texto em voz alta (se possível)
·       Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·       Recite de novo cada palavra ou frase de Jesus
·       Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)    Medite a Palavra de Deus
·       Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·       Coloque-se mentalmente junto com os discípulos, perturbados com o gesto extremo de fraternidade de Jesus expresso no lava-pés, com o anúncio da sua morte e com a previsão de que seria traído por um dos seus discípulos mais íntimos
·       Acolha suas palavras de despedida, a afirmação de que vai para voltar, seu “até breve!”
·       Fique atento/a ao que esta palavra e esta cena desperta em você
·       Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
·       Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·       Acolha serenamente a mensagem que o texto transmite a você

(4)    Reze com o texto lido e meditado
·       Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·       Tome consciência dos medos, fragilidades e carências que perturbam você, sua família e sua comunidade
·       Deixe que a alegria e a paz, que brotam da experiência de estar seguro nas amorosas mãos de Deus, inunde seu ser, seu dia (noite) e ilumine suas decisões e seus passos
·       Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de falar
·       Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·       Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·       Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·       Também não corra atrás de sentimentos fortes
·       Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra
·       Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·       Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·       Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·       Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·       Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)    Retorne à vida cotidiana
·       Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·       Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·       Ou recite a invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos!
·       Ou cante: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus seguindo os teus!  (cf. https://www.youtube.com/watch?v=kkLxtIzfsII)
·       Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

SUBSÍDIO
Estes poucos versículos são densos e intensos. É a conclusão da primeira parte do diálogo de Jesus com os discípulos, após a ceia e o lava-pés. Ele vê estampado nos olhos deles o medo e a perturbação e, mesmo assim, não os poupa da verdade: ele deve ir, ausentar-se brevemente. Mas o faz para voltar mais plenamente. Por isso, deixa-lhes a paz e quer que vivam alegres e confiantes, como discípulos maduros.

“Paz” é a palavra de despedida da comunidade judaica. Utilizando esta saudação, Jesus sublinha que não a faz como todo mundo a faz. É sua saudação pessoal, que não é um adeus, mas um “até breve” ou “até logo”, com reforço no advérbio de tempo. Ele não se despede como todos, porque ele vai para voltar, ele vai e fica, ele vai ficando. Esta saída breve não será dispensável, porque nela, na cruz por amor, ele tornará concreto e irrefutável o amor de Deus pela humanidade.

Jesus diz que poderá falar pouco porque deve partir, porque sua partida será iminente. Na verdade, será preso ainda naquela noite. Ele fala da aproximação do “chefe deste mundo”, que personifica as forças e estruturas que oprimem e dominam, inclusive as que agem em nome da religião. Mas deixa claro que este chefe não tem poder de mando e coerção sobre ele: quem tem a Palavra é o Pai.

Jesus decide trilhar o caminho da paixão e morte, não porque “o chefe deste mundo” tem poder sobre ele, mas porque assim cumprirá a vontade do Pai, que o quer compassivo e solidário com as vítimas de todos os tempos, sinal concreto do imenso, generoso e eterno amor do Pai. Isso não deixará dúvidas sobre a autenticidade da sua mensagem e sua identificação com o querer e o agir do Pai em benefício da humanidade. Ele morre para não ceder à lógica do mundo, e, assim, o vence. E convida os discípulos a levantar e seguir com ele.

(Itacir Brassiani msf)

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