Dia 12 de maio | Terça-feira | 5ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (14,27-31)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um jeito de
iluminar e fecundar nosso cotidiano com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente
ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar a mídia, a forma e o horário.
Em
tempos de restrições à convivência social, por respeito e cuidado com nosso
irmãos e irmãs, a leitura orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à
simples assistência de celebrações virtuais.
Os textos propostos e desenvolvidos aqui são
aqueles indicados pela Igreja para cada dia. Mas é possível escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência e se evite ficar apenas com os textos
que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre
em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente
difíceis – pela pandemia e pelos desmandos no nosso país – produza muitos frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha o momento mais
adequado e tranquilo/a
· Escolha o lugar no
qual você se sente bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e tome
a bíblia delicadamente em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que você vive
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Invoque o Espírito
Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: Tua
Palavra é lâmpada para os meus pés, Senhor! Lâmpada para os meus pés, Senhor,
luz para o meu caminho (cf. https://www.youtube.com/watch?v=vYX55LKCifc)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a
sua atenção o texto de João 14,27-31
·
Este ensino terno e incisivo de
Jesus ocorre logo depois da ceia, do lava-pés e da reflexão exortativa que se
seguiram, e faz parte do seu “testamento”
·
Nele, Jesus faz a promessa de enviar
aos discípulos um “Outro Defensor”, o Espírito da Verdade, que guiará e
sustentará quem o ama no prosseguimento da sua missão
·
Termina com o convite a levantar-se
e sair, com ele, colocando a comunidade daqueles que creem nele “em saída”,
passando da mesa da eucaristia à arena do mundo
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Recite de novo cada
palavra ou frase de Jesus
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra de
Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Coloque-se mentalmente junto com os discípulos,
perturbados com o gesto extremo de fraternidade de Jesus expresso no lava-pés,
com o anúncio da sua morte e com a previsão de que seria traído por um dos seus
discípulos mais íntimos
· Acolha suas palavras de despedida, a afirmação de que
vai para voltar, seu “até breve!”
· Fique atento/a ao
que esta palavra e esta cena desperta em você
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Acolha serenamente
a mensagem que o texto transmite a você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Tome consciência dos medos, fragilidades e carências
que perturbam você, sua família e sua comunidade
· Deixe que a alegria e a paz, que brotam da experiência
de estar seguro nas amorosas mãos de Deus, inunde seu ser, seu dia (noite) e
ilumine suas decisões e seus passos
· Como Deus iniciou
o diálogo, e agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Também não corra
atrás de sentimentos fortes
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5) Contemple a vida à
luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne à vida
cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso
e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração
desse dia.
· Ou recite a
invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos!
· Ou cante: Jesus,
tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus seguindo os
teus! (cf.
https://www.youtube.com/watch?v=kkLxtIzfsII)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Estes
poucos versículos são densos e intensos. É a conclusão da primeira parte do
diálogo de Jesus com os discípulos, após a ceia e o lava-pés. Ele vê estampado
nos olhos deles o medo e a perturbação e, mesmo assim, não os poupa da verdade:
ele deve ir, ausentar-se brevemente. Mas o faz para voltar mais plenamente. Por
isso, deixa-lhes a paz e quer que vivam alegres e confiantes, como discípulos
maduros.
“Paz” é a
palavra de despedida da comunidade judaica. Utilizando esta saudação, Jesus
sublinha que não a faz como todo mundo a faz. É sua saudação pessoal, que não é
um adeus, mas um “até breve” ou “até logo”, com reforço no advérbio de tempo.
Ele não se despede como todos, porque ele vai para voltar, ele vai e fica, ele
vai ficando. Esta saída breve não será dispensável, porque nela, na cruz por
amor, ele tornará concreto e irrefutável o amor de Deus pela humanidade.
Jesus diz
que poderá falar pouco porque deve partir, porque sua partida será iminente. Na
verdade, será preso ainda naquela noite. Ele fala da aproximação do “chefe
deste mundo”, que personifica as forças e estruturas que oprimem e dominam,
inclusive as que agem em nome da religião. Mas deixa claro que este chefe não
tem poder de mando e coerção sobre ele: quem tem a Palavra é o Pai.
Jesus decide trilhar o caminho da
paixão e morte, não porque “o chefe deste mundo” tem poder sobre ele, mas
porque assim cumprirá a vontade do Pai, que o quer compassivo e solidário com
as vítimas de todos os tempos, sinal concreto do imenso, generoso e eterno amor
do Pai. Isso não deixará dúvidas sobre a autenticidade da sua mensagem e sua
identificação com o querer e o agir do Pai em benefício da humanidade. Ele
morre para não ceder à lógica do mundo, e, assim, o vence. E convida os
discípulos a levantar e seguir com ele.
(Itacir Brassiani msf)
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