sábado, 2 de maio de 2020

Leitura Orante do Evangelho (02.05.2020)


Dia 02 de maio | Sábado | 3ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (6,60-69)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um jeito de iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita sozinho ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência social, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para cada dia. Mas é possível escolher outros textos, desde que tenham uma sequência e se evite ficar apenas com os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pelos desmandos no nosso país – produza muitos frutos.
(Missionários da Sagrada Família – Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha o momento mais adequado e tranquilo
·      Escolha o lugar no qual você se sente bem e tranquilo
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia delicadamente em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo e do momento que você vive
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Invoque o Espírito Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: Não te perturbes, nada te espante. Quem com Deus anda nada lhe falta! Não te perturbes, nada te espante, basta Deus, só Deus! (cf. https://www.youtube.com/watch?v=vdqDl-U9GVk)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a sua atenção o texto de João 6,52-59
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Recomponha na memória este trecho da catequese pascal que Jesus desenvolve para a multidão que o procura
·      Recomponha na memória cada palavra ou frase de Jesus no texto lido
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Fique atento/a que esta palavra, fato ou cena desperta em você
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Acolha serenamente a mensagem que o texto transmite a você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Também não corra atrás de sentimentos fortes
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança


(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Ou recite a invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos!
·      Ou cante: A Palavra está perto de ti; em tua boca, em teu coração!  (cf. https://www.youtube.com/watch?v=70ikIPVilyM)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 Se a esperança te faz ir mais longe que teu medo,
Tu terás os teus olhos lavados...
Então tu poderás se abrigar ao sol de Deus!
Se a cólera te faz gritar justiça para todos,
Tu terás o coração ferido...
Então tu poderás lutar ao lado dos oprimidos!
Se a miséria te faz procurar as noites da fome,
Tu terás o coração aberto...
Então tu poderás dar o pão da pobreza!
Se o sofrimento te faz chorar lágrimas de sangue,
Teus olhos serão limpos...
Então tu poderás rezar com teu irmão crucificado!
Se a abundância te faz mendigar um pouco de amizade,
Então tu terás as mãos estendidas...
Então tu poderás queimar o dinheiro de tuas prisões!
Se a fraqueza te faz cair à beira do caminho,
Tu saberás abrir teus braços...
Então tu poderás dançar ao ritmo do perdão!
Se a esperança te faz ir mais longe que teu medo,
Tu terás os teus olhos lavados...
Então tu poderás se abrigar ao sol de Deus!

SUBSÍDIO
Há quem queira reduzir o “diálogo catequético” de Jesus no capítulo 6 de São João a uma inofensiva e evasiva doutrina sobre a eucaristia. O trecho de hoje, que é o desfecho desse diálogo, não deixa dúvidas sobre seu caráter profético e provocador. Tanto que faz os discípulos desabafarem: “Estas Palavras são duras demais! Quem poderá continuar ouvindo isso?”

A reação de Jesus não é adocicar seu anúncio. Frente aos discípulos que acham seu ensino insuportável, que murmuram escandalizados, que só conseguem esperar de Jesus sucesso e triunfo, que conseguiam apenas entender sinais de poder, que se rebelam e pensam em desertar, Jesus provoca frontalmente: “Entre vós há alguns que não creem... Vós também não quereis ir embora?”

Parece que Jesus prefere ficar sozinho a contar com discípulos pela metade, mais firmes em suas próprias ambições e medos que na proposta de Jesus, centrada no dom solidário de si mesmos. Entre os Doze há quem não seja fiel na amizade a adesão a Jesus, é inimigo e causador de divisão, ligado a um projeto contrário.

Os Doze, representados por Pedro, parecem intuir que, por mais duras que sejam as palavras e por mais exigente que seja o caminho trilhado e proposto por Jesus, não há vida que valha a pena longe dele: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.

Se antes Jesus se dirigia às multidões e aos líderes dos judeus, agora seu interlocutor são os discípulos. Na verdade, todo a catequese é dirigida virtualmente a eles, desde a convocação a ajudar a saciar a fome da multidão até a provocação a tomar a decisão radical de ficar com ele ou deixá-lo. Apesar da resposta firme dada na voz de Pedro, eles tropeçarão, cairão e recomeçarão. E nós?
(Itacir Brassiani msf)

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