Dia 02 de maio | Sábado | 3ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (6,60-69)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um
jeito de iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode
ser feita sozinho ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através
das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.
Em
tempos de restrições à convivência social, por respeito e cuidado com nosso
irmãos e irmãs, a leitura orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à
simples assistência de celebrações virtuais.
Os textos propostos aqui são aqueles
indicados pela Igreja para cada dia. Mas é possível escolher outros textos,
desde que tenham uma sequência e se evite ficar apenas com os textos que
agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno
fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e
pelos desmandos no nosso país – produza muitos frutos.
(Missionários da Sagrada Família – Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha o momento mais
adequado e tranquilo
· Escolha o lugar no
qual você se sente bem e tranquilo
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia delicadamente em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo e do momento que você vive
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Invoque o Espírito
Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: Não
te perturbes, nada te espante. Quem com Deus anda nada lhe falta! Não te
perturbes, nada te espante, basta Deus, só Deus! (cf. https://www.youtube.com/watch?v=vdqDl-U9GVk)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a
sua atenção o texto de João 6,52-59
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Recomponha na memória este trecho da catequese pascal
que Jesus desenvolve para a multidão que o procura
· Recomponha na
memória cada palavra ou frase de Jesus no texto lido
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra de
Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Fique atento/a que
esta palavra, fato ou cena desperta em você
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Acolha serenamente
a mensagem que o texto transmite a você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Como Deus iniciou
o diálogo, e agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Também não corra
atrás de sentimentos fortes
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5) Contemple a vida à
luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne à vida
cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso
e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração
desse dia.
· Ou recite a
invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos!
· Ou cante: A
Palavra está perto de ti; em tua boca, em teu coração!
(cf. https://www.youtube.com/watch?v=70ikIPVilyM)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
Tu terás os teus olhos lavados...
Então tu poderás se abrigar ao sol de
Deus!
Se a cólera te faz gritar justiça para
todos,
Tu terás o coração ferido...
Então tu poderás lutar ao lado dos
oprimidos!
Se a miséria te faz procurar as noites
da fome,
Tu terás o coração aberto...
Então tu poderás dar o pão da pobreza!
Se o sofrimento te faz chorar lágrimas
de sangue,
Teus olhos serão limpos...
Então tu poderás rezar com teu irmão crucificado!
Se a abundância te faz mendigar um
pouco de amizade,
Então tu terás as mãos estendidas...
Então tu poderás queimar o dinheiro de
tuas prisões!
Se a fraqueza te faz cair à beira do
caminho,
Tu saberás abrir teus braços...
Então tu poderás dançar ao ritmo do
perdão!
Se a esperança te faz ir mais longe
que teu medo,
Tu terás os teus olhos lavados...
Então tu poderás
se abrigar ao sol de Deus!
SUBSÍDIO
Há
quem queira reduzir o “diálogo catequético” de Jesus no capítulo 6 de São João
a uma inofensiva e evasiva doutrina sobre a eucaristia. O trecho de hoje, que é
o desfecho desse diálogo, não deixa dúvidas sobre seu caráter profético e
provocador. Tanto que faz os discípulos desabafarem: “Estas Palavras são duras
demais! Quem poderá continuar ouvindo isso?”
A
reação de Jesus não é adocicar seu anúncio. Frente aos discípulos que acham seu
ensino insuportável, que murmuram escandalizados, que só conseguem esperar de
Jesus sucesso e triunfo, que conseguiam apenas entender sinais de poder, que se
rebelam e pensam em desertar, Jesus provoca frontalmente: “Entre vós há alguns
que não creem... Vós também não quereis ir embora?”
Parece
que Jesus prefere ficar sozinho a contar com discípulos pela metade, mais
firmes em suas próprias ambições e medos que na proposta de Jesus, centrada no
dom solidário de si mesmos. Entre os Doze há quem não seja fiel na amizade a
adesão a Jesus, é inimigo e causador de divisão, ligado a um projeto contrário.
Os
Doze, representados por Pedro, parecem intuir que, por mais duras que sejam as
palavras e por mais exigente que seja o caminho trilhado e proposto por Jesus,
não há vida que valha a pena longe dele: “A quem iremos, Senhor? Tu tens
palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo
de Deus”.
Se
antes Jesus se dirigia às multidões e aos líderes dos judeus, agora seu
interlocutor são os discípulos. Na verdade, todo a catequese é dirigida
virtualmente a eles, desde a convocação a ajudar a saciar a fome da multidão
até a provocação a tomar a decisão radical de ficar com ele ou deixá-lo. Apesar
da resposta firme dada na voz de Pedro, eles tropeçarão, cairão e recomeçarão.
E nós?
(Itacir Brassiani msf)
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