Dia 01 de maio | Sexta-feira | 3ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (6,52-59)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um
jeito de iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode
ser feita sozinho ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através
das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.
Em
tempos de restrições à convivência social, por respeito e cuidado com nosso
irmãos e irmãs, a leitura orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à
simples assistência de celebrações virtuais.
Os textos propostos aqui são aqueles
indicados pela Igreja para cada dia. Mas é possível escolher outros textos,
desde que tenham uma sequência e se evite ficar apenas com os textos que
agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno
fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e
pelos desmandos no nosso país – produza muitos frutos.
(Missionários da Sagrada Família – Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha o momento mais
adequado e tranquilo
· Escolha o lugar no
qual você se sente bem e tranquilo
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia delicadamente em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo e do momento que você vive
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Invoque o Espírito
Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: Não
te perturbes, nada te espante. Quem com Deus anda nada lhe falta! Não te
perturbes, nada te espante, basta Deus, só Deus! (cf. https://www.youtube.com/watch?v=vdqDl-U9GVk)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a
sua atenção o texto de João 6,52-59
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Recomponha na memória este trecho da catequese pascal
que Jesus desenvolve para a multidão que o procura
· Recomponha na
memória cada palavra ou frase de Jesus no texto lido
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra de
Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Fique atento/a que
esta palavra, fato ou cena desperta em você
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Acolha serenamente
a mensagem que o texto transmite a você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Como Deus iniciou
o diálogo, e agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Também não corra
atrás de sentimentos fortes
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5) Contemple a vida à
luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne à vida
cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso
e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração
desse dia.
· Ou recite a
invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos!
· Ou cante: A
Palavra está perto de ti; em tua boca, em teu coração!
(cf. https://www.youtube.com/watch?v=70ikIPVilyM)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
Se a esperança te faz ir mais longe que teu medo,
Tu terás os teus olhos lavados...
Então tu poderás se abrigar ao sol de
Deus!
Se a cólera te faz gritar justiça para
todos,
Tu terás o coração ferido...
Então tu poderás lutar ao lado dos
oprimidos!
Se a miséria te faz procurar as noites
da fome,
Tu terás o coração aberto...
Então tu poderás dar o pão da pobreza!
Se o sofrimento te faz chorar lágrimas
de sangue,
Teus olhos serão limpos...
Então tu poderás rezar com teu irmão
crucificado!
Se a abundância te faz mendigar um
pouco de amizade,
Então tu terás as mãos estendidas...
Então tu poderás queimar o dinheiro de
tuas prisões!
Se a fraqueza te faz cair à beira do
caminho,
Tu saberás abrir teus braços...
Então tu poderás dançar ao ritmo do
perdão!
Se a esperança te faz ir mais longe que teu medo,
Se a esperança te faz ir mais longe que teu medo,
Tu terás os teus olhos lavados...
Então tu poderás
se abrigar ao sol de Deus!
SUBSÍDIO
Neste penúltimo trecho da catequese que Jesus após o sinal da multiplicação dos pães e dos peixes, a discussão se desloca de Jesus e a multidão para Jesus e os líderes do judaísmo. No centro da polêmica está a questão do caminho que assegura a vida plena: é a Lei (o ditado de Deus) ou a pessoa de Jesus (o enviado do Pai)?
Neste penúltimo trecho da catequese que Jesus após o sinal da multiplicação dos pães e dos peixes, a discussão se desloca de Jesus e a multidão para Jesus e os líderes do judaísmo. No centro da polêmica está a questão do caminho que assegura a vida plena: é a Lei (o ditado de Deus) ou a pessoa de Jesus (o enviado do Pai)?
O
judaísmo designava Lei ao conjunto de valores e práticas (atitudes,
mandamentos, proibições) que garantiam que uma pessoa fosse boa, ou seja, a
salvação. É o que chamamos hoje ideologia: conjunto de fins e meios, valores e
práticas que nos torna “pessoas de bem”: “cada um pra si”; “quem pode mais
chora menos”; “direitos humanos são para os humanos direitos”; etc.
Os
líderes do judaísmo consideraram incompreensível e inaceitável que Jesus
Cristo, em sua concretude e fragilidade (carne e sangue) pudesse ser este
caminho. Para eles, não existia outro caminho senão o poder, a separação, a supremacia
de uns sobre outros, a distância em relação àqueles “que não rezam pela sua
cartilha”.
Jesus,
por sua parte, insiste que não há caminho para a vida abundante que não passe
pela assimilação da compaixão que o faz irmão e servidor da humanidade, a ponto
de dar a própria vida. Isso fica claro na expressão “carne e sangue”, que Jesus
repete cinco vezes. Na sua paixão que ele dá seu corpo e sangue e se torna pão para
a vida do mundo. Salva-se quem assimila sua humanidade.
Assim,
Jesus de Nazaré, o Enviado do Pai para dar vida ao mundo, o Filho do Homem que
demonstra em sinais a compaixão de Deus, assume e supera o Antigo Testamento,
mostra que a Lei caducou. O amor incondicional e generoso manifestado por Jesus
e assimilado por seus discípulos é o que dá vida ao mundo. Quem come deste pão,
viverá eternamente, e saciará a fome e a sede da humanidade.
(Itacir Brassiani msf)
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