quinta-feira, 30 de abril de 2020

Leitura Orante do Evangelho (01.05.2020)


Dia 01 de maio | Sexta-feira | 3ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (6,52-59)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um jeito de iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita sozinho ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência social, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para cada dia. Mas é possível escolher outros textos, desde que tenham uma sequência e se evite ficar apenas com os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pelos desmandos no nosso país – produza muitos frutos.
(Missionários da Sagrada Família – Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha o momento mais adequado e tranquilo
·      Escolha o lugar no qual você se sente bem e tranquilo
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia delicadamente em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo e do momento que você vive
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Invoque o Espírito Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: Não te perturbes, nada te espante. Quem com Deus anda nada lhe falta! Não te perturbes, nada te espante, basta Deus, só Deus! (cf. https://www.youtube.com/watch?v=vdqDl-U9GVk)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a sua atenção o texto de João 6,52-59
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Recomponha na memória este trecho da catequese pascal que Jesus desenvolve para a multidão que o procura
·      Recomponha na memória cada palavra ou frase de Jesus no texto lido
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Fique atento/a que esta palavra, fato ou cena desperta em você
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Acolha serenamente a mensagem que o texto transmite a você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Também não corra atrás de sentimentos fortes
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança



(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Ou recite a invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos!
·      Ou cante: A Palavra está perto de ti; em tua boca, em teu coração!  (cf. https://www.youtube.com/watch?v=70ikIPVilyM)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração


Se a esperança te faz ir mais longe que teu medo,

Tu terás os teus olhos lavados...

Então tu poderás se abrigar ao sol de Deus!
Se a cólera te faz gritar justiça para todos,
Tu terás o coração ferido...
Então tu poderás lutar ao lado dos oprimidos!
Se a miséria te faz procurar as noites da fome,
Tu terás o coração aberto...
Então tu poderás dar o pão da pobreza!
Se o sofrimento te faz chorar lágrimas de sangue,
Teus olhos serão limpos...
Então tu poderás rezar com teu irmão crucificado!
Se a abundância te faz mendigar um pouco de amizade,
Então tu terás as mãos estendidas...
Então tu poderás queimar o dinheiro de tuas prisões!
Se a fraqueza te faz cair à beira do caminho,
Tu saberás abrir teus braços...
Então tu poderás dançar ao ritmo do perdão!
Se a esperança te faz ir mais longe que teu medo,
Tu terás os teus olhos lavados...
Então tu poderás se abrigar ao sol de Deus!

SUBSÍDIO
Neste penúltimo trecho da catequese que Jesus após o sinal da multiplicação dos pães e dos peixes, a discussão se desloca de Jesus e a multidão para Jesus e os líderes do judaísmo. No centro da polêmica está a questão do caminho que assegura a vida plena: é a Lei (o ditado de Deus) ou a pessoa de Jesus (o enviado do Pai)?

O judaísmo designava Lei ao conjunto de valores e práticas (atitudes, mandamentos, proibições) que garantiam que uma pessoa fosse boa, ou seja, a salvação. É o que chamamos hoje ideologia: conjunto de fins e meios, valores e práticas que nos torna “pessoas de bem”: “cada um pra si”; “quem pode mais chora menos”; “direitos humanos são para os humanos direitos”; etc.

Os líderes do judaísmo consideraram incompreensível e inaceitável que Jesus Cristo, em sua concretude e fragilidade (carne e sangue) pudesse ser este caminho. Para eles, não existia outro caminho senão o poder, a separação, a supremacia de uns sobre outros, a distância em relação àqueles “que não rezam pela sua cartilha”.

Jesus, por sua parte, insiste que não há caminho para a vida abundante que não passe pela assimilação da compaixão que o faz irmão e servidor da humanidade, a ponto de dar a própria vida. Isso fica claro na expressão “carne e sangue”, que Jesus repete cinco vezes. Na sua paixão que ele dá seu corpo e sangue e se torna pão para a vida do mundo. Salva-se quem assimila sua humanidade.

Assim, Jesus de Nazaré, o Enviado do Pai para dar vida ao mundo, o Filho do Homem que demonstra em sinais a compaixão de Deus, assume e supera o Antigo Testamento, mostra que a Lei caducou. O amor incondicional e generoso manifestado por Jesus e assimilado por seus discípulos é o que dá vida ao mundo. Quem come deste pão, viverá eternamente, e saciará a fome e a sede da humanidade.
(Itacir Brassiani msf)

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