Dia 26 de abril | Domingo | 3º Domingo do Tempo Pascal
Evangelho segundo Lucas 24,13-35
A leitura Orante da Palavra de Deus é um jeito de
iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita sozinho
ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de
restrições à convivência social, por apreço e proteção aos nosso semelhantes, a
leitura orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência
de celebrações virtuais.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela
Igreja para cada dia. Mas é possível escolher outros textos, desde que tenham
uma e se evite ficar apenas com os textos que agradam mais.
Que
a Palavra encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos
inesperadamente difíceis – pela pandemia e pelos desmandos no nosso país –
produza muitos frutos.
(Missionários
da Sagrada Família – Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha o momento mais
adequado e tranquilo desse domingo
· Escolha o lugar no
qual você se sente bem e tranquilo
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia delicadamente em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo e do momento que você vive
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Invoque o Espírito
Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: Não te perturbes, nada te espante. Quem com Deus anda nada
lhe falta! Não te perturbes, nada te espante, basta Deus, só Deus!
(cf. https://www.youtube.com/watch?v=vdqDl-U9GVk)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a
sua atenção o texto de Lucas 24,13-35
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
· Recomponha na memória o que o texto relata, gesto por
gesto: os discípulos tristes, voltando para casa;
Jesus que se aproximando deles e caminhando com eles; a longa catequese bíblica
de Jesus; a chegada em casa e o convite para que Jesus fique com eles; a mesa
posta, o gesto de agradecer pelo pão e o reconhecimento; Jesus desaparecendo e
os discípulos voltando alegres a Jerusalém; o reencontro com os demais
discípulos e o alegre anúncio.
· Recomponha na
memória o que o texto diz, palavra por palavra: O que vocês estão conversando no caminho? O
que foi que aconteceu? O relato dos discípulos desolados. Como sois sem
inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Realmente o
Senhor ressuscitou, e apareceu a Simão!
(3) Medite a Palavra de
Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Fique atento/a que
esta palavra, fato ou cena desperta em você
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· O que andamos conversando em nossas
casas nesse tempo inesperado e exigente de distanciamento social?
· O que não estávamos esperando e
aconteceu, e o que esperávamos e não aconteceu?
· Em que momento da sua caminhada Jesus se
mostrou mais presente e, com sua palavra, aqueceu seu coração?
· Acolha serenamente
a mensagem que o texto transmite a você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Como Deus iniciou
o diálogo, e agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Também não corra
atrás de sentimentos fortes
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Deixe que o Evangelho aqueça seu coração
e sua mente
· Peça a graça reconhecer a presença e o
ensino de Jesus naqueles que vivem e caminham ao eu lado nas estradas da vida
· Repita lentamente esta oração: “Fica
conosco, Senhor; é tarde e a noite já vem! Fica conosco, Senhor: somos teus
seguidores também!”
(5) Contemple a vida à
luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança]
· O que precisamos mudar em relação ao que
pensamos e o que esperamos de Jesus?
· Quais são os acontecimentos e sinais que
atestam a presença de Jesus nos caminhos e encruzilhadas do mundo de hoje?
(6) Retorne à vida
cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso
e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração
desse dia.
· Ou recite a
invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos,
esclarecei-nos e acompanhai-nos!
· Ou cante: A Palavra está perto de ti; em tua boca, em teu coração! (cf. https://www.youtube.com/watch?v=70ikIPVilyM)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
O evangelhos fazem questão de revelar as
dificuldades a lentidão com que os discípulos e discípulas vão acolhendo a
ressurreição de Jesus Cristo. Nisso, o episódio de hoje é paradigmático. Os
discípulos estão desolados, e caminham como cegos. Para eles, o fracasso de
Jesus fora completo e arrasador. Eles não conseguiam conciliar a esperança
suscitada por Jesus com ele pregado na cruz.
Mas o próprio Jesus se aproxima deles e puxa
conversa. Começa perguntando pelo assunto sobre o qual falam e do motivo da
tristeza. Com a sabedoria de mestre, Jesus conduz os discípulos ao coração da
própria dor e ao aspecto central dos acontecimentos. E faz isso caminhando voltando
ao passado, onde dormiam as esperanças deles.
Caminhando e dialogando com os discípulos,
Jesus provoca neles a abertura a uma imagem de Deus despida de poder e de
saber. E sua catequese paciente e lúcida acaba abrindo algumas pequenas brechas
na terra seca dos pensamentos e sentimentos deles. Eles percebem que é tarde, e
que um caminho sem esperanças não leva a lugar nenhum. E convidam o inesperado
companheiro a desfrutar da hospitalidade e a dividir com eles o pão seco da
dor.
A sede de companhia, somada ao desejo de partilhar
o pouco que lhes resta, acaba abrindo-lhes as portas e acendendo uma luz.
Acolhendo o “forasteiro” e partilhando com ele a vida e o pão, os discípulos
passam da cegueira à visão, da frustração à alegria, da escuridão à luz.
O exercício da hospitalidade e da partilha abre-lhes
a possibilidade de fazer uma releitura daquilo que viveram, compreender melhor
o que sentem e descobrir o significado daquilo que acontecera. Só então eles
dão atenção ao que sentiam na estrada: “Não estava o nosso coração ardendo
quando ele nos falava pelo caminho?” Que o Evangelho de Jesus aqueça, também
hoje, nosso coração!
(Itacir Brassiani msf)
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