Dia 24 de abril | Sexta-feira | 2ª Semana do
Tempo pascal
Evangelho segundo São João 6,1-15
A leitura Orante da Palavra de Deus é um jeito de
iluminar e fecundar nossa vida cotidiana – ações, relações e decisões – com a
Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em
comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia e o
horário mais adequados.
Em tempos de restrições
à convivência social, por apreço e proteção aos nosso semelhantes, a leitura
orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de
celebrações virtuais.
Os textos sugeridos aqui são os indicados pela Igreja
para todos os dias. Mas pode-se escolher outros textos, desde que tenham uma e
se evite ficar apenas com os textos que agradam mais.
Que
a Palavra encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos
inesperadamente difíceis – pela pandemia e pelos desmandos no nosso país –
produza muitos frutos.
(Missionários
da Sagrada Família – Passo Fundo/RS)
(1)
Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha
o momento mais adequado e tranquilo desse domingo
· Escolha
o lugar no qual você se sente bem e tranquilo
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia delicadamente em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo e do momento que você vive
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Invoque
o Espírito Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como:
Deus é amor! Arrisquemos viver por amor! Deus é amor, ele
afasta o medo!
(2)
Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a sua atenção o texto de João 6,1-15
· Leia o texto em voz alta (se possível)
· Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
· Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de
Deus diz em si mesmo?
· Recomponha na memória o que o texto diz, palavra por
palavra, cena por cena: Jesus atravessando o mar com os discípulos, a multidão
que se aproxima dele, o olhar que percebe a fome, a interpelação aos
discípulos, os discípulos procurando ajudar Jesus, a apresentação dos pães e
dos peixes, a multidão se alimentando satisfeita, a exaltação que leva a querer
coroar Jesus como rei...
(3) Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a
na cena
· Fique atento/a que esta palavra, fato ou cena desperta
em você
· Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai
você
· Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Você
se percebe no meio da multidão faminta, esperando alimento, ou entre os
discípulos que acompanham Jesus e são chamados a colaborar com ele?
· Qual
é sua reação diante dos problemas que afligem os irmãos: indiferença? Cálculo?
Busca de culpados? Envolvimento na busca de soluções?
· O
que você está disposto a colocar hoje nas mãos de Jesus para que ele ajude a
diminuir o sofrimento do seu povo?
· Acolha serenamente a mensagem que o texto transmite a
você
(4) Reze com o texto lido e meditado
· Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de
falar
· Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a
Deus
· Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua
resposta
· Não se preocupe com raciocínios e frases bem
articuladas
· Também não corra atrás de sentimentos fortes
· Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Contemple
o gesto de André e do “criadinho”, entregando a Jesus tudo o que tinha
· Acompanhe
com o olhar do coração o gesto de Jesus, tomando os pães baratos e os peixes,
devolvendo-os a Deus e repartindo-os com aquele povo faminto
(5)
Contemple a vida à
luz da Palavra
· Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de
Deus
· Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe
fala
· Perceba o que você precisa mudar a partir dessa
meditação
· Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Como
comportar-se de modo maduro e responsável em tempos de distanciamento social,
quando há grupos irresponsáveis desrespeitando a ordem de ficar em casa?
· Como
aceitar o testemunho que Jesus dá de Deus num contexto em que os cristãos
flertam com a indiferença e a violência?
(6)
Retorne à vida
cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar
na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência
de oração desse dia.
· Ou
recite a invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos,
esclarecei-nos e acompanhai-nos!
· Ou
cante: Louvarei a Deus, seu nome bendizendo. Louvarei
a Deus: à vida nos conduz...
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
João
evangelista nos apresenta o primeiro encontro de Jesus com a multidão. Estamos
próximos da páscoa judaica, e Jesus realiza dois sinais: a multiplicação dos
pães, às margens do lago, diante de uma multidão e a serviço dela; a caminhada
sobre as águas, um sinal mais discreto, na presença apenas dos discípulos.
Jesus
está no apogeu da sua missão: a multidão acolhe seu ensinamento e acredita
nele, graças aos sinais que realiza. Mais isso acaba provocando uma crise: onde
encontrar alimento para toda essa gente? Os discípulos já haviam discutido
sobre isso, como aparece na resposta de Filipe (o custo seria de 100 dias de
trabalho!).
Jesus
convoca os discípulos a agir e cooperar com ele, e André encontra um começo de
solução. Filipe não vislumbra solução fora do sistema. André verifica o que a
comunidade dispõe para si mesma. O menino (“criadinho”), símbolo do discípulo,
entrega o pouco que tem, sem reservar nada para si. E Jesus faz pelo povo aqui
aquilo que se recusara a fazer para si mesmo.
Jesus
toma os pães de cevada (de baixa qualidade) e os peixes e dá graças a Deus. Com
isso, liberta estes parcos bens da apropriação privada e proclama que pertencem
a Deus. É quando devolvemos o que temos a quem lhe pertence de verdade que
brota a abundância. Mas os bens só produzem vida abundante quando os discípulos
servem.
A
resposta da multidão a essa ação de Jesus é o reconhecimento de que ele é o
Profeta esperado. Mas esse entusiasmo esconde uma tentação: fazer de Jesus um
rei. Este é o risco que ronda os líderes, quando fascinam o povo. Jesus se
retira sozinho, busca a integridade e a serenidade de coração. Ele se afasta
dos discípulos (também tentados pelo poder e pela passividade) e da multidão
para se manter fiel à vontade do Pai.
(Itacir
Brassiani msf)
Nenhum comentário:
Postar um comentário