segunda-feira, 27 de abril de 2020

Leitura Orante do Evangelho (28.04.2020)


Dia 28 de abril | Terça-feira | 3ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (6,30-35)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um jeito de iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita sozinho ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência social, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para cada dia. Mas é possível escolher outros textos, desde que tenham uma sequência e se evite ficar apenas com os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pelos desmandos no nosso país – produza muitos frutos.
(Missionários da Sagrada Família – Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha o momento mais adequado e tranquilo
·      Escolha o lugar no qual você se sente bem e tranquilo
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia delicadamente em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo e do momento que você vive
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Invoque o Espírito Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: Não te perturbes, nada te espante. Quem com Deus anda nada lhe falta! Não te perturbes, nada te espante, basta Deus, só Deus! (cf. https://www.youtube.com/watch?v=vdqDl-U9GVk)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a sua atenção o texto de João 6,30-35
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
·      Recomponha na memória este diálogo tenso entre Jesus e a multidão, as perguntas do povo e a resposta de Jesus
·      Recomponha na memória cada palavra ou frase de Jesus: Não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu; é meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do céu; o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo; eu sou o pão da vida; quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Fique atento/a que esta palavra, fato ou cena desperta em você
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      O que motiva você a procurar Jesus Cristo?
·      Qual é o sinal que você espera para poder crer nele?
·      Sua fé se baseia mais nos sinais que Deus realizou no passado ou naquilo que ele manifesta no presente?
·      Em que medida Jesus cristo e seu Evangelho alimentam suas utopias e iluminam suas buscas?
·      Acolha serenamente a mensagem que o texto transmite a você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Também não corra atrás de sentimentos fortes
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
·      Deixe que o Evangelho aqueça seu coração e sua mente
·      Repita pausadamente, várias vezes: Jesus, eu tenho fome de ti, da tua liberdade e do teu amor generoso! Abre meus olhos para que veja teus sinais!

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança
·      O que fazer para que Jesus e seu Evangelho saciem de fato a fome e a sede de vida plena que move secretamente o mundo?

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Ou recite a invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos!
·      Ou cante: A Palavra está perto de ti; em tua boca, em teu coração!  (cf. https://www.youtube.com/watch?v=70ikIPVilyM)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração



“Sede uma rocha protetora para mim, um abrigo bem seguro que me salve. Sim, sois vós a minha rocha e fortaleza; por vossa honra, orientai-me e conduzi-me! Mostrai serena a vossa face ao vosso servo, e salvai-me pela vossa compaixão!” (Sl 30/31).

SUBSÍDIO
Na segunda parte da catequese sobre o pão, que tem as marcas do debate e da controvérsia, a multidão exige de Jesus um sinal, como o foi o maná na travessia do deserto. Jesus diz que ele mesmo é este sinal, e que maná seria apenas um símbolo que remete a ele, dom superior e definitivo. Nele o Deus altíssimo e poderoso se apresenta vulnerável e frágil, e, por isso, acessível e próximo. Mas ensino de Jesus resolve pouco, e a multidão murmura.

“Que sinal fazes para que possamos crer em ti? Que obra fazes?”, questiona a multidão. Eles não haviam entendido o sinal do pão. E acrescentam, quase como uma acusação: “Nossos pais comeram o maná no deserto...” Eles esperam de Jesus obras mais espetaculares, que impressionem e resolvam suas necessidades sem exigir compromisso.

Jesus responde dando a entender que a crença deles é baseada numa falsa compreensão do passado. É preciso olhar para o presente e reconhecer os sinais que Deus está realizando agora, e em favor deles mesmos. “Não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos o verdadeiro pão do céu”! Jesus põe a ênfase no presente, e nos interlocutores que o questionam.

Então Jesus passa a falar claramente de si mesmo como o pão verdadeiro. “Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e vida ao mundo.” Descendo sempre, fazendo-se carne, colocando-se no lugar do ser humano mais humilhado, superando a indiferença agindo com compaixão às suas necessidades, Jesus abre o caminho da abundância.

Diante dessa afirmação de Jesus, a multidão parece finalmente entender, mas sua compreensão é superficial. O pedido “Senhor, dá-nos sempre desse pão” denota, de novo, uma solução sem compromisso. E Jesus avança, de modo mais claro ainda: “Eu sou o pão da vida! Quem vem a mim não terá mais fome.” Ele não poderia ser mais claro.
(Itacir Brassiani msf)

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