quinta-feira, 14 de maio de 2020

Leitura Orante do Evangelho (15.05.2020)


Dia 15 de maio | Sexta-feira | 5ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (15,12-17)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um jeito de iluminar e fecundar nosso cotidiano com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência social, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para cada dia. Mas é possível escolher outros textos, desde que tenham uma sequência e se evite ficar apenas com os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pelos desmandos no nosso país – produza muitos frutos.
(Missionários da Sagrada Família
Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha o momento mais adequado e tranquilo/a
·      Escolha o lugar no qual você se sente bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia delicadamente em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que você vive
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Invoque o Espírito Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: Tua Palavra é lâmpada para os meus pés, Senhor! Lâmpada para os meus pés, Senhor, luz para o meu caminho (cf. https://www.youtube.com/watch?v=vYX55LKCifc)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a sua atenção o texto de João 15,12-17
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Recite de novo cada palavra ou frase de Jesus
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Este ensino terno e incisivo de Jesus ocorre logo depois da ceia, do lava-pés e da reflexão exortativa que se seguiram, e faz parte do seu “testamento”
·      Coloque-se mentalmente junto com os discípulos, perturbados com o gesto extremo de fraternidade de Jesus, expresso no lava-pés, com o anúncio da sua morte e com a previsão de que seria traído por um dos seus discípulos mais íntimos
·      Unidos a ele, permanecendo nele, constituímos o novo e verdadeiro povo de Deus, a comunidade de fé e de missão, reunida e enviada para prolongar sua missão no mundo
·      Fique atento/a ao que esta palavra e esta cena desperta em você
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Acolha serenamente a mensagem que o texto transmite a você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Tome consciência dos medos, fragilidades e resistências que perturbam você, sua família e sua comunidade
·      Tenha presente também outros ensinos e doutrinas, que insistem que a sabedoria é amar antes a si mesmo/a, e somente depois aos irmãos e irmãs
·      Renove seu desejo e seu compromisso de permanecer em Jesus, de crescer como seu amigo/a, de amar os irmãos e irmãs como ele amou você, de ser fecundo/a e frutificar
·      Repita calmamente, respirando fundo: Eu não quero que você seja meu servo/a, mas meu amigo/a! Eu escolhi você! Ame seu irmão e sua irmã como eu amo você!
·      Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Também não corra atrás de sentimentos fortes
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Quais poderiam ser, em tempos de distanciamento social, as mediações mais úteis e eficazes para cultivar nossa amizade com Jesus e para não regatear o amor devido ao nosso próximo, para crescer na capacidade de dar frutos na missão?
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Ou recite a invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos!
·      Ou cante: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus seguindo os teus!  (cf. https://www.youtube.com/watch?v=kkLxtIzfsII)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração


SUBSÍDIO

Na reflexão de ontem, festa de São Matias, já adiantamos as ênfases e chaves de leitura do texto (mais breve) que nos ocupa hoje. Na verdade, cada frase dessa meditação de Jesus tem praticamente valor e força inspiradora por si mesma, tal a densidade e o afeto que encerram. Resta-nos apenas retomar algumas delas.

Em primeiro lugar, a novidade do mandamento de Jesus. Não se trata de amar o próximo como a si mesmo, mas como Jesus ama quem o segue. Só fazendo isso poderemos continuar gozando da sua amizade. Não há como primeiro amar a si mesmo. Não é isso que Jesus fez e ensinou. A medida e a prova extrema e inequívoca do amor aos irmãos é “desviver-se por eles”, dar a vida. E isso não é reservado a Jesus, mas esperado de quem o segue.

Em segundo lugar, a amizade com Jesus, que tem sua base material no amor aos irmãos, tem seu respiro e seu alimento na confiança com que Jesus nos trata. Ele não esconde nada quando se trata da vontade misericordiosa do Pai. E mais ainda: é para cumprir essa vontade do Pai que ele nos chamou e escolheu, e nos enviou para ser comunidade “em saída”, a fim de que produzamos frutos bons e duradouros. A fé em Jesus e o seguimento dos seus passos não pode se restringir ao ambiente estreito e ao tempo breve de um culto, uma celebração, um retiro.

É nessa condição – amando como Jesus nos ama e mantendo o ritmo de saída ao encontro dos irmãos que necessitam de nós – que nossa oração pessoal e comunitária chega ao coração do Pai. E ele, que amou tanto o mundo a ponto de enviar seu Filho para que todos aqueles/as que nele acreditam tenham vida em abundância, não a deixará cair no vazio, como grito no deserto. E a ordem de Jesus, repetida e sublinhada, continua a mesma: “Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros!”
(Itacir Brassiani msf)

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