Dia 26
de maio | Terça-feira | 7ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (17,1-11)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é
um jeito de iluminar e fecundar nosso cotidiano com a Palavra de Deus. Pode ser
feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive
através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência
social, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante pode
ser um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações
virtuais.
Os textos propostos e desenvolvidos
aqui são aqueles indicados pela Igreja para cada dia. Mas é possível escolher
outros textos, desde que tenham uma sequência e se evite ficar apenas com os
textos que agradam mais.
Que
a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo
nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pelos desmandos no
nosso país – produza muitos frutos.
(Missionários da Sagrada Família
(1) Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha o momento mais
adequado e tranquilo/a
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Invoque o Espírito
Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: O
Senhor vai ascendendo luzes quando vamos precisando delas! (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=Z8RU8BQRcMQ)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a
sua atenção o texto de João 17,1-11
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Este texto é o início da oração de Jesus pelos seus
discípulos pouco antes da sua prisão
· Esta oração está ligada à longa catequese que Jesus
fez depois da ceia de despedida, e na qual pede ao Pai que se realize a
salvação pela sua entrega e pede pelos seus discípulos
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra de
Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Situe-se junto de Jesus, compartilhe seus sentimentos,
e entre com ele no espírito da oração
· Perceba como ele pede, com serenidade e insistência,
que sua doação na cruz (glória e salvação da humanidade) se realize
· Identifique com clareza por quem Jesus reza e o que
ele pede
· Fique atento/a ao
que esta palavra e esta cena desperta em você
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Acolha serenamente
a mensagem que o texto transmite a você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Como Deus iniciou
o diálogo, e agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Repita pausadamente, e deixe que ressoem em você todas
as palavras da oração de Jesus
· Reze com as palavras e a intenção de Jesus, sem
esquecer as vítimas do corona vírus e a semana de unidade dos cristãos
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5) Contemple a vida à
luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Como a forma e o conteúdo da oração de Jesus pode
instruir nossa oração pessoal e familiar?
· Que invocações o próprio Jesus acrescentaria no
contexto da morte que golpeia tantos dos seus irmãos e irmãs?
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne à vida
cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso
e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração
desse dia.
· Ou recite a
invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos!
· Ou cante: A nós
desceu, Divina Luz! A nós desceu, Divina Luz! E em nossas almas acendei o amor,
o amor de Jesus! (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=A2VLJk9iUag)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
Deus, vossa palavra é luz
para os nossos passos e sem vós ficamos perdidos e desorientados. Iluminai-nos
para que, através da vossa Palavra, possamos seguir pelo vosso caminho. Que as
nossas Igrejas busquem intensamente vossa presença orientadora, consoladora e
transformadora. Dai-nos a honestidade de que precisamos para reconhecer quando
tornamos difícil para outros a visão da vossa luz e a graça de que necessitamos
para partilhar essa luz com outros. Isso vos pedimos em nome de vosso Filho,
que chamou a nós, seus/suas seguidores/as, para sermos luz para o mundo. Amém. (Da Semana de Oração pela Unidade dos
Cristãos, 2020: 2º dia)
SUBSÍDIO
Estamos em plena Semana de Oração pela Unidade dos
Cristãos (essa unidade é tão urgente que não basta dedicar-lhe uma semana!). E hoje
começamos a meditar sobre a bela e engajada oração com a qual Jesus se entrega
ao Pai levando nos braços os/as amados/as discípulos/as. Na primeira parte do
trecho de hoje (1-5) Jesus pede ao Pai que se realize por ele o acontecimento
salvífico. Na segunda (6-11), reza pelos discípulos/as.
Jesus começa erguendo os olhos, fazendo referência
à cruz, lugar da manifestação divina. Sua oração está ligada a tudo o que ele partilhou
e ensinou nos capítulos anteriores: ceia da aliança, lava-pés, mandamento do
amor, anúncio da traição e das perseguições, promessa do Espírito. Ele tem
plena consciência de que chegou a Hora esperada, anunciada nas bodas de Caná e
referida na ceia.
Pedindo que o Pai o glorifique, Jesus está pedindo
que o amor do Pai brilhe com intensidade no amor sem limites expresso na doação
da própria vida. A glória de Deus é o amor de Jesus e o amor dos/as
discípulos/as. A união plena e perfeita de Jesus com o Pai se dá pela cruz, na
qual o amor do Pai e o amor de Jesus coincidem. É a perfeita união de vontades,
de projetos. Na cruz, a nova criação que estava em curso chega ao seu ápice.
Crer em Jesus significa colocar-se ao lado do ser
humano, e a obra que honra o Pai é aquela que honra o ser humano. A santidade
do Pai, do Filho e do Espírito não os afastam da humanidade, mas os implicam
definitivamente com ela. E isso vale também para a santidade dos/as
discípulos/as. Por isso, Jesus não pede ao pai por esta ou aquela necessidade
específica da comunidade de discípulos/as e nem pelo mundo, mas que ele
permaneçam no mundo fazendo a diferença evangélica, enfrentando e vencendo a
lógica dominadora e excludente do mundo.
(Itacir Brassiani)
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