sexta-feira, 29 de maio de 2020

Leitura Orante do Evangelho (30.05.2020)


Dia 30 de maio | Sábado | 7ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (21,20-25)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um jeito de iluminar e fecundar nosso cotidiano com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência social, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para cada dia. Mas é possível escolher outros textos, desde que tenham uma sequência e se evite ficar apenas com os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pelos desmandos no nosso país – produza muitos frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Invoque o Espírito Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: O Senhor vai ascendendo luzes quando vamos precisando delas!  (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=Z8RU8BQRcMQ)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a sua atenção o texto de João 21,20-25
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Depois de ser questionado sobre a profundidade do seu amor a Jesus e de ser encarregado de cuidar dos outros, Pedro é convidado a começar a aventura de discípulo
·      Ele precisa abandonar o pensamento de se comparar com os outros, de seguir modelos, de reivindicar o protagonismo
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Situe-se junto de Jesus, Pedro e o discípulo fiel, observe e procure compreender a inquietação de Pedro e a orientação clara e incisiva de Jesus
·      Que luzes e ressonâncias esta bela cena tem para nós, nossas famílias e nossas comunidades cristãs?
·      Fique atento/a ao que esta palavra desperta em você
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Acolha serenamente a mensagem que o texto transmite a você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Deixe que ressoem em você o diálogo de Jesus com Pedro, assim como o desconcerto de Pedro em iniciar o caminho que o outro discípulos já percorria a muito tempo
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Quais seriam os passos que podemos dar para passar de uma adesão a Jesus que seja pessoal mas não individualista, comunitária mas não escapista, missionária mas não ativista?
·      Como evitar a comparação marcada pela inveja ou pelo menosprezo do jeito de seguir jesus dos irmãos e irmãs de outras Igrejas?
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Ou recite a invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos! Ou cante: Jesus, tu és a Luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus seguindo os teus! (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=qDB0xTgG7Is)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

Deus do órfão, da viúva e do estrangeiro, colocai em nosso coração um profundo senso de hospitalidade. Abri nossos olhos e corações quando nos pedis para vos alimentar, vos vestir e vos visitar. Que nossas Igrejas possam participar da eliminação da fome, da sede e do isolamento, e da superação de barreiras que não permitem acolher a todos/as. Isso vos pedimos em nome de vosso Filho, Jesus, que está presente nos menores de nossos irmãos e irmãs. Amém.  (Da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, 2020: 6º dia)   

SUBSÍDIO

A bela e instigante cena de ontem terminou com o convite imperativo de Jesus a Pedro: “Segue-me!” Pedro voltou-se finalmente para Jesus (movimento de conversão?) e viu que o discípulo amigo, que jamais duvidara ou abandonara Jesus, continuava seguindo-o. Pedro pergunta a Jesus o que será dele, qual será o itinerário desse discípulo amigo e fiel. Deu a entender que pretendia segui-lo.

Jesus não respondeu à pergunta de Pedro, mas questionou seu desejo implícito, afirmando com ênfase: “O que você tem a ver com isso? Trate de me seguir!” O essencial é seguir Jesus, e cada um/a o faz com um itinerário pessoal, sem afastar-se da comunidade e sem desertar da missão. Ninguém deve seguir ninguém, e todos/as devem seguir e testemunhar Jesus, de quem recebem o Espírito.

Jesus diz que o discípulo amigo e fiel poderá permanecer enquanto ele continua vindo. Isso quer dizer que tanto o amor de Jesus feito sacramento na eucaristia quanto a missão que ele nos confia se prolongam no tempo, sem uma data prevista para terminar. Tornar-se discípulo de Jesus é uma aventura que nunca termina de começar. No finalzinho da sua vida, Pedro começa este caminho que se recusou a fazer antes, porque só acreditava num messias poderoso, e desejava o papel de protagonismo.

Jesus se empenha em curar esse mal pela raiz, ajudando Pedro a renunciar à ambição de ser o primeiro, a aceitar ser amigo e não súdito, a reconhecer que nesse caminho ninguém é mais que ninguém, a se dispor a um amor generoso e incondicional que poderá levá-lo à morte.

No começo da cena (cf. 21,15), Pedro é tratado por Jesus como “Simão, filho de João”, sublinhando seu vínculo com aqueles que esperavam um messias nacionalista e poderoso. A cena termina com ele sendo tratado como Pedro, o nome que Jesus lhe deu, incluindo-o entre os discípulos.
(Itacir Brassiani msf)

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