terça-feira, 26 de maio de 2020

Leitura Orante do Evangelho (27.05.2020)


Dia 27 de maio | Quarta-feira | 7ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (17,11-19)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um jeito de iluminar e fecundar nosso cotidiano com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência social, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para cada dia. Mas é possível escolher outros textos, desde que tenham uma sequência e se evite ficar apenas com os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pelos desmandos no nosso país – produza muitos frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha o momento mais adequado e tranquilo/a
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Invoque o Espírito Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: O Senhor vai ascendendo luzes quando vamos precisando delas!  (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=Z8RU8BQRcMQ)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a sua atenção o texto de João 17,11-19
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Este texto é a segunda parte da oração de Jesus pelos seus discípulos, um pouco antes da sua prisão
·      Esta oração está ligada à longa catequese que Jesus fez depois da ceia de despedida, e na qual pede ao Pai que se realize a salvação pela sua entrega e pede pelos seus discípulos
·      Nela Jesus fala da união daqueles que creem nele e da consagração dos/as discípulos/as à continuidade da missão à qual ele se dedicou
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Situe-se junto de Jesus, compartilhe seus sentimentos, e entre com ele no espírito da oração
·      Perceba como ele pede, com serenidade e insistência, pelos/as discípulos/as – por nós! – que o Pai confiou a ele
·      Identifique com clareza e faça seu os pedidos de Jesus
·      Fique atento/a ao que esta palavra e esta cena desperta em você
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Acolha serenamente a mensagem que o texto transmite a você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Repita pausadamente, e deixe que ressoem em você as palavras da oração de Jesus
·      Reze com as palavras de Jesus, sem esquecer as vítimas da pandemia e a semana de oração pela unidade dos cristãos
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Como a forma e o conteúdo da oração de Jesus pelos que o seguem pode instruir nossa oração pessoal e familiar?
·      Que invocações o próprio Jesus acrescentaria no contexto da morte e de cinismo que golpeia e envergonha os brasileiros/as?
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Ou recite a invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos! Ou cante: A nós desceu, Divina Luz! A nós desceu, Divina Luz! E em nossas almas acendei o amor, o amor de Jesus! (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=A2VLJk9iUag)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

Deus de misericórdia, perdidos e desanimados, nos voltamos para vós. Colocai em nós vosso dom da Esperança. Que as nossas Igrejas tenham Esperança e trabalhem pela unidade pela qual vosso Filho orou na véspera de sua Paixão. Isso vos pedimos através dele, que vive e reina convosco e com o Espírito Santo para sempre. Amém. (Da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, 2020: 3º dia)      

SUBSÍDIO
Estando prestes a fazer a travessia da cruz, e conhecendo a fragilidade e a grandeza de coração daqueles/as que decidiram segui-lo, Jesus pede ao Pai que seja guarda e protetor dos/as discípulos, especialmente na sua ausência e na perseguição. “Pai santo, guarda-os em teu nome... Quando eu estava com eles, guardava-os em teu nome... E guardei-os, e nenhum deles se perdeu...”
Mas Jesus pede mais! Ele não deseja apenas que sejamos protegidos por uma espécie de grande mãe ou grande pai, mas que a alegria dele se realize plenamente em nós. E essa alegria plenamente realizada consiste na vivência do amor generoso e incondicional com que ele ama a todos/as, na capacidade de doar-se sem medidas, no empenho para viver uma união de vontades e metas tão forte como aquela que une Jesus ao Pai. É a alegria de saber-se amado pelo Pai.
Por isso mesmo, a proteção e o cuidado que ele pede ao Pai pelos seus discípulos/as não significa tirá-los do mundo e eliminar os desafios e exigências da missão. Recebendo o Espírito eles rompem com a lógica do mundo, mas a missão testemunhal os insere no mundo como uma comunidade alternativa. A perfeita união de vontades e de projeto é o pressuposto e o termo da missão, e, ao mesmo tempo, vacina que elimina relações de dominação.
Jesus também chama o Pai de “santo” e fala de consagração de si mesmo e dos/as discípulos/as. Santidade significa separação ou distanciamento do mundo e sua lógica de indiferença e dominação. Jesus e quem o segue são consagrados/separados para a prática do amor, a verdade que vem de Deus. São separados/as para a missão no mundo, para servir à humanidade. O culto ao Deus verdadeiro é o serviço ao Homem. Para isso, Jesus não nos dá apenas o exemplo, mas também a força, o Espírito que nos move.
(Itacir Brassiani)

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