Dia 27
de maio | Quarta-feira | 7ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (17,11-19)
A Leitura Orante da
Palavra de Deus é um jeito de iluminar e fecundar nosso cotidiano com a Palavra
de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em
comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a
forma e o horário.
Em tempos de restrições
à convivência social, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a
leitura orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência
de celebrações virtuais.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para cada dia. Mas é
possível escolher outros textos, desde que tenham uma sequência e se evite
ficar apenas com os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis –
pela pandemia e pelos desmandos no nosso país – produza muitos frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1) Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha o momento mais
adequado e tranquilo/a
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Invoque o Espírito
Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: O
Senhor vai ascendendo luzes quando vamos precisando delas! (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=Z8RU8BQRcMQ)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a
sua atenção o texto de João 17,11-19
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Este texto é a segunda parte da oração de Jesus pelos
seus discípulos, um pouco antes da sua prisão
· Esta oração está ligada à longa catequese que Jesus
fez depois da ceia de despedida, e na qual pede ao Pai que se realize a
salvação pela sua entrega e pede pelos seus discípulos
· Nela Jesus fala da união daqueles que creem nele e da
consagração dos/as discípulos/as à continuidade da missão à qual ele se dedicou
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra de
Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Situe-se junto de Jesus, compartilhe seus sentimentos,
e entre com ele no espírito da oração
· Perceba como ele pede, com serenidade e insistência, pelos/as
discípulos/as – por nós! – que o Pai confiou a ele
· Identifique com clareza e faça seu os pedidos de Jesus
· Fique atento/a ao
que esta palavra e esta cena desperta em você
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Acolha serenamente
a mensagem que o texto transmite a você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Como Deus iniciou
o diálogo, e agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Repita pausadamente, e deixe que ressoem em você as
palavras da oração de Jesus
· Reze com as palavras de Jesus, sem esquecer as vítimas
da pandemia e a semana de oração pela unidade dos cristãos
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5) Contemple a vida à
luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Como a forma e o conteúdo da oração de Jesus pelos que
o seguem pode instruir nossa oração pessoal e familiar?
· Que invocações o próprio Jesus acrescentaria no
contexto da morte e de cinismo que golpeia e envergonha os brasileiros/as?
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne à vida
cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso
e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração
desse dia.
· Ou recite a
invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos! Ou
cante: A nós desceu, Divina Luz! A nós desceu, Divina Luz! E em nossas almas
acendei o amor, o amor de Jesus! (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=A2VLJk9iUag)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
Deus de misericórdia,
perdidos e desanimados, nos voltamos para vós. Colocai em nós vosso dom da Esperança.
Que as nossas Igrejas tenham Esperança e trabalhem pela unidade pela qual vosso
Filho orou na véspera de sua Paixão. Isso vos pedimos através dele, que vive e
reina convosco e com o Espírito Santo para sempre. Amém. (Da Semana de Oração pela Unidade dos
Cristãos, 2020: 3º dia)
SUBSÍDIO
Estando prestes a fazer a travessia da cruz, e
conhecendo a fragilidade e a grandeza de coração daqueles/as que decidiram segui-lo,
Jesus pede ao Pai que seja guarda e protetor dos/as discípulos, especialmente
na sua ausência e na perseguição. “Pai santo, guarda-os em teu nome... Quando
eu estava com eles, guardava-os em teu nome... E guardei-os, e nenhum deles se
perdeu...”
Mas Jesus pede mais! Ele não deseja apenas que
sejamos protegidos por uma espécie de grande mãe ou grande pai, mas que a
alegria dele se realize plenamente em nós. E essa alegria plenamente realizada
consiste na vivência do amor generoso e incondicional com que ele ama a
todos/as, na capacidade de doar-se sem medidas, no empenho para viver uma união
de vontades e metas tão forte como aquela que une Jesus ao Pai. É a alegria de
saber-se amado pelo Pai.
Por isso mesmo, a proteção e o cuidado que ele pede
ao Pai pelos seus discípulos/as não significa tirá-los do mundo e eliminar os
desafios e exigências da missão. Recebendo o Espírito eles rompem com a lógica
do mundo, mas a missão testemunhal os insere no mundo como uma comunidade
alternativa. A perfeita união de vontades e de projeto é o pressuposto e o
termo da missão, e, ao mesmo tempo, vacina que elimina relações de dominação.
Jesus também chama o Pai de “santo” e fala de
consagração de si mesmo e dos/as discípulos/as. Santidade significa separação
ou distanciamento do mundo e sua lógica de indiferença e dominação. Jesus e
quem o segue são consagrados/separados para a prática do amor, a verdade que
vem de Deus. São separados/as para a missão no mundo, para servir à humanidade.
O culto ao Deus verdadeiro é o serviço ao Homem. Para isso, Jesus não nos dá
apenas o exemplo, mas também a força, o Espírito que nos move.
(Itacir Brassiani)
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