quarta-feira, 27 de maio de 2020

Leitura Orante do Evangelho (28.05.2020)


Dia 28 de maio | Quinta-feira | 7ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (17,20-26)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um jeito de iluminar e fecundar nosso cotidiano com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência social, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para cada dia. Mas é possível escolher outros textos, desde que tenham uma sequência e se evite ficar apenas com os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pelos desmandos no nosso país – produza muitos frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Invoque o Espírito Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: O Senhor vai ascendendo luzes quando vamos precisando delas!  (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=Z8RU8BQRcMQ)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a sua atenção o texto de João 17,20-26
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Este texto é a última parte da oração de Jesus pelos seus discípulos, e precede sua prisão, condenação e morte
·      Esta oração está ligada a tudo o que Jesus fez e disse depois da ceia de despedida, e um pedido que se realize a salvação pela sua entrega e em favor dos seus discípulos
·      Nela Jesus fala da união dos/as discípulos/as, da continuidade à qual ele se dedicou e daqueles/as que por eles virão a crer
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Situe-se junto de Jesus, compartilhe seus sentimentos e pensamentos, e entre com ele no espírito da oração
·      Perceba como ele pede, com serenidade e insistência, pelos/as discípulos/as – por nós! – que ainda viriam a aderir a ele
·      Identifique com clareza o que você, sua família e o povo de Deus mais necessitam hoje e faça seu os pedidos de Jesus
·      Fique atento/a ao que esta palavra desperta em você
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Acolha serenamente a mensagem que o texto transmite a você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Repita pausadamente, e deixe que ressoem em você todas palavras e imagens da oração de Jesus
·      Reze com as palavras de Jesus, sem esquecer as vítimas da pandemia e a semana de oração pela unidade dos cristãos
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Como a forma e o conteúdo dessa oração de Jesus pode instruir e orientar nossa oração pessoal e familiar?
·      Que invocações o próprio Jesus acrescentaria no contexto da pandemia e cinismo que golpeia e envergonha os brasileiros/as?
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Ou recite a invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos! Ou cante: A nós desceu, Divina Luz! A nós desceu, Divina Luz! E em nossas almas acendei o amor, o amor de Jesus! (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=A2VLJk9iUag)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

Todo Poderoso Deus, nosso sofrimento pessoal nos leva a chorar de dor e nos encolhemos de medo quando experimentamos doença, ansiedade ou a morte daqueles que amamos. Ensinai-nos a confiar em vós. Que as Igrejas a que pertencemos sejam sinais do vosso cuidado providencial. Fazei de nós verdadeiros discípulos de vosso Filho, que nos ensinou a ouvir vossa Palavra e a servir uns aos outros. Confiantes vos pedimos isso em nome de vosso Filho e pelo poder do Espírito Santo. Amém. (Da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, 2020: 4º dia)      

SUBSÍDIO
Os versículos propostos para hoje são a parte final dessa oração dita “sacerdotal” de Jesus, e suas últimas palavras antes da sua prisão, feita com a ajuda de Judas, membro do grupo dos/as discípulos/as. Estando prestes a fazer a travessia da cruz e antevendo a fragilidade e a grandeza dos/as discípulos/as de todos os tempos, Jesus os recomenda ao Pai e pede por eles, por nós.
Jesus pede ao Pai tendo diante de si a humanidade inteira e a consciência de que sua missão está chegando ao ápice e ao fim. Ele alarga o horizonte da sua oração, e pede pelos/as discípulos/as futuros, seguro de que neles e por eles sua missão continuará. É nesta perspectiva que ele insiste na unidade radical, dinâmica e profunda de todos/as aqueles/as que acreditam nele.
A unidade em torno da novidade e da ação de Jesus se baseia no conhecimento e na comunhão recíproca, que por sua vez, é fruto do amor incondicional (“como eu vos amei”). Essa unidade é condição para a união com Deus e alternativa às relações de dominação ou indiferença. Sem essa unidade vivida na comunidade, o próprio será visto apenas como um sonhador ou teórico a mais.
A glória que Jesus nos revela e nos transmite não é outra coisa que o dinamismo do amor com que nos amou, prova de que ele foi enviado pelo Pai e força que nos torna filhos/as. Contemplar essa glória significa reconhecer, acolher e corresponder ao amor que ele manifesta na cruz.
Jesus manifesta seu desejo de que os/as discípulos/as estejam com ele, gozem com ele da vida plena e da filiação do Pai. Ele quer que, diante do Pai, sejamos como ele, gozemos com ele do mesmo amor com que o Pai o amou e vivamos em profunda união com ele e com todos/as os/as que nele creem. Ele mesmo se identifica conosco, vive uma união viva e dinâmica com a comunidade que reuniu.
(Itacir Brassiani)

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