Dia 29
de maio | Sexta-feira | 7ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (21,15-19)
A Leitura Orante da
Palavra de Deus é um jeito de iluminar e fecundar nosso cotidiano com a Palavra
de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em
comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a
forma e o horário.
Em tempos de
restrições à convivência social, por respeito e cuidado com nosso irmãos e
irmãs, a leitura orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à simples
assistência de celebrações virtuais.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para cada dia. Mas é
possível escolher outros textos, desde que tenham uma sequência e se evite
ficar apenas com os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis –
pela pandemia e pelos desmandos no nosso país – produza muitos frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1) Coloque-se em
atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Invoque o Espírito
Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: O
Senhor vai ascendendo luzes quando vamos precisando delas! (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=Z8RU8BQRcMQ)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia com toda a
sua atenção o texto de João 21,15-19
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Este texto relata o último encontro de Jesus com seus
discípulos, depois da manifestação no fim de uma noite de pesca frustrante
· No evangelho de João, com exceção de Jo 6,68, Pedro
aparece como um discípulo de cabeça dura, agarrado às tradições que recebera,
resistente à novidade de Jesus
· Jesus estabelece definitivamente que o amor e a adesão
a ele devem ser demonstradas no amor cuidadoso com suas “ovelhas” e “cordeiros”
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra de
Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Situe-se junto de Jesus e de Pedro, observe o
mal-estar de Pedro e acolha as perguntas de Jesus como dirigidas a você
· O que significa para você, sua família e sua
comunidade, “apascentar as ovelhas” e “cuidar dos cordeiros” de Jesus nestes
tempos de pandemia, de cinismo e de intolerância?
· Fique atento/a ao
que esta palavra desperta em você
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Acolha serenamente
a mensagem que o texto transmite a você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Como Deus iniciou
o diálogo, e agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Deixe que ressoem profundamente em você as perguntas
de Jesus, e repita, com consciência e alegria, as respostas de Pedro
· Acolha também o mandato de Jesus: cuidar do seu
rebanho
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que a
Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5) Contemple a vida à
luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Quais seriam os caminhos
e passos que devemos dar para passar
de uma adesão adolescente (“quando eras jovem”) a uma responsabilidade adulta
(“quando fores adulto”) na nossa relação com Jesus Cristo, à comunidade, à
missão, e na relação com as diversas Igrejas cristãs?
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne à vida
cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso
e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração
desse dia.
· Ou recite a
invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos! Ou
cante: A nós desceu, Divina Luz! A nós desceu, Divina Luz! E em nossas almas
acendei o amor, o amor de Jesus! (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=A2VLJk9iUag)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
Amoroso
Deus, vosso Filho Jesus Cristo partiu o pão e partilhou a taça com seus amigos
na véspera da sua Paixão. Queremos crescer juntos em comunhão mais próxima,
seguindo o exemplo de Paulo e dos primeiros cristãos. Dai-nos força para construir
pontes de compaixão, solidariedade e harmonia. Inspirados pelo Espírito Santo,
isso vos pedimos em nome de vosso Filho, que dá sua vida para que possamos
viver. Amém. (Da Semana de Oração pela Unidade dos
Cristãos, 2020: 5º dia)
SUBSÍDIO
Depois
de aparecer aos discípulos no final de uma noite de trabalho frustrante, de partilhar
com eles pão e peixe e de praticamente ignorar o gesto voluntarioso de Pedro,
que se joga na água para ir ao seu encontro, Jesus se interroga Pedro três
vezes. O simples fato de que Jesus lhe dirija a palavra depois do seu papelão durante
a paixão e morte, é para Pedro um bálsamo reconfortante.
É
um grande sinal de delicadeza e misericórdia de Jesus. Pedro é tomado à parte e
confirmado na sua missão de pastorear o rebanho. Induzindo Pedro a se comparar com os outros,
Jesus o provoca a ser humilde, a encontrar a própria verdade. Jesus pergunta se
Pedro o ama profundamente (agapan),
se seu amor é total, capaz de uma doação sem reservas. E Pedro, mais modesto e
consciente da fragilidade do seu amor, responde que tem amizade por ele (philia). Jesus pergunta uma segunda vez,
sem mudar o verbo, e Pedro responde da mesma maneira.
Na
terceira vez, Jesus muda, e pergunta se Pedro tem amizade por ele.
Coloca-se no nível de Pedro, desce à sua fragilidade e pobreza, acolhe ele como
ele é. Pedro fica triste, porque é confrontado com sua pobreza, com sua
verdade, não pode mais se iludir com sua ilusão de força e tem que confessar
que não é capaz do amor que Jesus lhe pede. E responde constatando que Jesus o
conhece de verdade, e sabe que ele deseja ser seu amigo. Mas a prova desse amor
a Jesus é sempre cuidar do rebanho!
Jesus
pergunta se Pedro é capaz de amá-lo até o fim, e Pedro responde que está
disposto a ser seu amigo. Jesus o acolhe em sua fragilidade e aceita sua
amizade. Mas acaba acrescentando que, mesmo não sendo capaz de um amor oblativo
agora, um dia ele chegará ao amor maduro: outros o conduzirão para onde ele
hoje não pode e não quer ir! Ele ainda será um verdadeiro discípulo
missionário.
(Itacir Brassiani)
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