quarta-feira, 13 de maio de 2020

Leitura Orante do Evangelho (14.05.2020)


Dia 14 de maio | Quinta-feira | 5ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (15,9-17)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um jeito de iluminar e fecundar nosso cotidiano com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência social, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para cada dia. Mas é possível escolher outros textos, desde que tenham uma sequência e se evite ficar apenas com os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pelos desmandos no nosso país – produza muitos frutos.
(Missionários da Sagrada Família
Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha o momento mais adequado e tranquilo/a
·      Escolha o lugar no qual você se sente bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia delicadamente em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que você vive
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Invoque o Espírito Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: Tua Palavra é lâmpada para os meus pés, Senhor! Lâmpada para os meus pés, Senhor, luz para o meu caminho (cf. https://www.youtube.com/watch?v=vYX55LKCifc)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a sua atenção o texto de João 15,9-17
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Recite de novo cada palavra ou frase de Jesus
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Este ensino terno e incisivo de Jesus ocorre logo depois da ceia, do lava-pés e da reflexão exortativa que se seguiram, e faz parte do seu “testamento”
·      Agora Jesus focaliza sua reflexão sobre sua identidade e missão, e sobre a necessidade de aderir a ele de modo profundo e inequívoco, permanecendo com ele
·      Coloque-se mentalmente junto com os discípulos, perturbados com o gesto extremo de fraternidade de Jesus expresso no lava-pés, com o anúncio da sua morte e com a previsão de que seria traído por um dos seus discípulos mais íntimos
·      Acolha esta alegoria, na qual Jesus se identifica com a cepa da videira, e sublinha que somos amigos e participamos da sua intimidade e da sua missão no mundo
·      Unidos a ele, permanecendo nele, constituímos o novo e verdadeiro povo de Deus, a comunidade de fé e de missão, reunida e enviada para prolongar sua missão no mundo
·      Fique atento/a ao que esta palavra e esta cena desperta em você
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Acolha serenamente a mensagem que o texto transmite a você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Tome consciência dos medos, fragilidades e carências que perturbam você, sua família e sua comunidade
·      Renove seu desejo e seu compromisso de permanecer em Jesus, de crescer como seu amigo, de amar os irmãos como ele amou você, de ser fecundo/a e frutificar
·      Repita calmamente, respirando fundo: Eu não quero que você seja meu servo, mas meu amigo! Eu escolhi você! Ame seu irmão como eu amo você!
·      Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Também não corra atrás de sentimentos fortes
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Quais poderiam ser, em tempos de distanciamento social, as mediações mais úteis e eficazes para cultivar nossa amizade com Jesus e para não regatear o amor devido ao nosso próximo, para crescer na capacidade de dar frutos na missão?
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Ou recite a invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos!
·      Ou cante: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus seguindo os teus!  (cf. https://www.youtube.com/watch?v=kkLxtIzfsII)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

SUBSÍDIO

Os versículos propostos à meditação hoje são a segunda parte da meditação de Jesus inspirada alegoria da videira e dos ramos. O tema da fecundidade missionária da adesão a Jesus continua como fio condutor, mas Jesus nos convida a deslocar o olhar da videira às relações de amor e amizade. O que ele destacava com a imagem da união do ramo à cepa agora é enfatizado como vínculo e relação de amor e amizade com ele e com os/as condiscípulos/as.

Para o cristão, o amor de Jesus está seguro, é fiel e inabalável. Não há medo, e nada precisa ser feito para merecê-lo. O que Jesus pede de quem o segue é que seja capaz e esteja disposto a amar o próximo da mesma maneira, sem “se” nem “mas”. Se é verdade que ninguém é constituído senhor, para estar acima dos outros, também ninguém está em condição inferior, e deve se comportar como escravo. Jesus jamais tratou seus discípulos como servos, sempre os teve como amigos.

A união amistosa com Jesus e a assimilação da sua mensagem se revela plenamente na entrega à missão, nos frutos de solidariedade, que devem durar e se estender no tempo. Da vínculo de amizade e confiança com Jesus brota a liberdade de doar-se sem medida, de amar de modo incondicional os irmãos e irmãs. Esta é a glória do Pai e a alegria indestrutível do/da discípulo/a. O amor constitui a comunidade cristã e fundamenta a missão. Mas somente a entrega amorosa aos outros pode nos dar a certeza de que somos objetos do amor de Deus.

A alegria cristã não é apenas o resultado final do sucesso apostólico, da vitória sobre as adversidades, da sensação de força e competência, mas o dinamismo libertário que nos livra da necessidade de vencer e obter sucesso, que nos capacita a esquecer-nos de nós mesmos para ser tudo para todos. A alegria cristã não vem no fim da missão, é o dinamismo que a deflagra e alimenta.
(Itacir Brassiani msf)

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