sábado, 30 de novembro de 2024

Preparemos o Natal permanecendo vigilantes

Preparemos o Natal permanecendo vigilantes no amor e no serviço | 548 |01. 12.2024 | Lucas 21,25-36

A preparação para o natal de Jesus não é coisa fácil. Na verdade, é luta! Não é por acaso que, no evangelho, Jesus pede atenção, coragem e prontidão. E lança um alerta: que os excessos e as preocupações, a gula e a embriaguez não apaguem nossa sensibilidade.  Preparar o natal de Jesus e entrar na lógica do Reino de Deus supõe engajamento incansável para palmilhar caminhos de justiça e fraternidade.

Fácil é seguir as placas de indicação que nos levam ao templo do consumo, aos palácios da indiferença, às praças do faturamento. À nossa embotada sensibilidade, tudo isso parece tão aprazível, luminoso e tão precioso. Temos a ilusão de que nisso estão os fundamentos sólidos de uma vida feliz. Uma simples diminuição do poder de consumo basta para que as nações se angustiem e as pessoas mergulhem no medo. Jesus diz que estas forças, aparentemente invencíveis, serão abaladas, e isso é bom!

“Verdade e amor são os caminhos do Senhor”, diz o salmista. “O Senhor vos conceda que o amor entre vós e para com todos aumente e transborde sempre mais”, diz Paulo. Nisso precisamos progredir sempre, pois estamos assustados e feridos pela violência e pela intolerância que marca a vida política e social do Brasil. E, mais ainda, preocupados com o perigoso namoro de certos grupos políticos, sociais, empresariais e eclesiais com o autoritarismo e com o obscurantismo.

Precisamos mergulhar no espírito do Advento a aguçar a evangélica sensibilidade que nos ajudará a identificar os pequenos sinais que teimam em aparecer nos ventres de mulheres humilhadas, nas estrebarias das periferias, nas mãos abertas e desarmadas de gente que confia na fraqueza, nos corações generosos que compartilham sonhos, nos movimentos que se erguem como Davi diante do Mercado gigante e idólatra. Precisamos levantar a cabeça diante dos que venceram pela mentira e pretendem governar pela intimidação.

Quem nos mantém de pé é o Filho do Homem, aquele que mostrou a divina humanidade das suas entranhas, aquele que é caminho por sua solidariedade, verdade por sua acolhida indiscriminada e vida pelo dom desmedido de si mesmo; o resto é embriaguez e armadilha.

 

Meditação:

·        Leia atentamente esta cena e as palavras de Jesus, relacionando-as a atitude de atenção, vigilância e confiança que marcam o Advento

·        Quais são os excessos que hoje provocam em nós insensibilidade, embriaguez e preocupações que mudam nosso foco e nos dispersam?

·        Você cultiva a esperança de que, com o nascimento de Jesus, “um outro mundo é possível”, ou não acredita em mais nada?

·        O que significa para você, hoje, no meio de tantas incertezas e dificuldades, ficar atento/a e rezar?

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