domingo, 1 de dezembro de 2024

Senhor, tua palavra se faz carne e cura todas as paralisias

Senhor, tua palavra se faz carne e cura todas as paralisias sociais | 549 |02. 12.2024 | Mateus 8,5-11

Depois d e apresentar a primeira etapa do processo de formação que Jesus oferece aos seus discípulos, Mateus inicia a fase narrativa de seu evangelho, descrevendo o Reino de Deus em ação. Também nisso Jesus forma e educa e orienta seus discípulos missionários. Ontem, iniciando o advento, ouvíamos Jesus sublinhar que a figura desse mundo injusto passa, e há sinais de novidade no ar.

Mateus nos mostra como Jesus derruba os muros e atravessa as fronteiras nacionais, étnicas, religiosas e sociais. E faz isso evitando os centros de poder e deslocando-se sempre em direção às margens e periferias sociais. Ele usa os meios da Palavra e do toque, da compaixão e da misericórdia, sem recorrer a ações para impressionar. São ações que beneficiam os necessitados, e não subjugam ninguém.

No início da cena de hoje se confrontam dois reinos (o romano e o de Deus) e duas etnias (os judeus e os pagãos). Nos versículos finais também são colocadas frente a frente duas classes (um chefe militar e uma mulher sem nome). O escravo do oficial romano é um homem sem voz, que não conta para nada, e Jesus faz por ele o que império romano não faz, e corrige aquilo que a dominação provoca.

A figura do oficial romano é ambivalente, pois ele faz parte da estrutura de violência do império romano, mas, ao mesmo tempo, é um pagão, e, como tal, é desprezado pelos judeus. Pela confiança radical na força libertadora da pessoa e da Palavra de Jesus para curar alguém tratado por ele como simples propriedade, este oficial chama a atenção e suscita o elogio de Jesus. A atitude desse pagão inspira a vida cristã. A fé desse soldado pagão é exemplo até para os judeus mais piedosos, e para os cristãos mais engajados. Em cada missa, repetimos suas palavras com o desejo de assimilar sua atitude. “Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa, mas uma palavra tua basta para curar-me”.

Iniciando a caminhada de preparação para a celebração litúrgica do nascimento de Jesus, também nós somos convidados a acolher essa Palavra que ilumina, forma, guia e cura. Ela é que nos trará vida e felicidade. Sua palavra abre portas e constrói pontes para reunir a humanidade numa só família. Não a substituamos pelo “bom velhinho” e seu saco de presentes! Ele não passa de fantasia e estratégia comercial...

 

Meditação:

§  Preste atenção na atitude, nos gestos e nas palavras do oficial romano: ele pede em favor de um escravo, que é uma das suas propriedades, que e talvez ele mesmo tenha torturado, conforme facultava a lei da escravidão

§  O oficial expressa sua fé na força da Palavra e da compaixão de Jesus por aqueles que não tem voz nem vez

§  Você deseja que Jesus entre na sua casa e faça, anuncie seu Evangelho e lhe indique o caminho para o bem viver?

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