Senhor, tua
palavra se faz carne e cura todas as paralisias sociais | 549 |02. 12.2024 | Mateus
8,5-11
Depois d e apresentar a primeira etapa
do processo de formação que Jesus oferece aos seus discípulos, Mateus inicia a
fase narrativa de seu evangelho, descrevendo o Reino de Deus em ação. Também
nisso Jesus forma e educa e orienta seus discípulos missionários. Ontem,
iniciando o advento, ouvíamos Jesus sublinhar que a figura desse mundo injusto
passa, e há sinais de novidade no ar.
Mateus nos mostra como Jesus derruba os
muros e atravessa as fronteiras nacionais, étnicas, religiosas e sociais. E faz
isso evitando os centros de poder e deslocando-se sempre em direção às margens
e periferias sociais. Ele usa os meios da Palavra e do toque, da compaixão e da
misericórdia, sem recorrer a ações para impressionar. São ações que beneficiam
os necessitados, e não subjugam ninguém.
No início da cena de hoje se confrontam
dois reinos (o romano e o de Deus) e duas etnias (os judeus e os pagãos). Nos
versículos finais também são colocadas frente a frente duas classes (um chefe
militar e uma mulher sem nome). O escravo do oficial romano é um homem sem voz,
que não conta para nada, e Jesus faz por ele o que império romano não faz, e
corrige aquilo que a dominação provoca.
A figura do oficial romano é
ambivalente, pois ele faz parte da estrutura de violência do império romano,
mas, ao mesmo tempo, é um pagão, e, como tal, é desprezado pelos judeus. Pela
confiança radical na força libertadora da pessoa e da Palavra de Jesus para
curar alguém tratado por ele como simples propriedade, este oficial chama a
atenção e suscita o elogio de Jesus. A atitude desse pagão inspira a vida
cristã. A fé desse soldado pagão é exemplo até para os judeus mais piedosos, e
para os cristãos mais engajados. Em cada missa, repetimos suas palavras com o
desejo de assimilar sua atitude. “Senhor, eu não sou digno que entres em minha
casa, mas uma palavra tua basta para curar-me”.
Iniciando a caminhada de preparação
para a celebração litúrgica do nascimento de Jesus, também nós somos convidados
a acolher essa Palavra que ilumina, forma, guia e cura. Ela é que nos trará
vida e felicidade. Sua palavra abre portas e constrói pontes para reunir a
humanidade numa só família. Não a substituamos pelo “bom velhinho” e seu saco
de presentes! Ele não passa de fantasia e estratégia comercial...
Meditação:
§ Preste
atenção na atitude, nos gestos e nas palavras do oficial romano: ele pede em
favor de um escravo, que é uma das suas propriedades, que e talvez ele mesmo
tenha torturado, conforme facultava a lei da escravidão
§ O
oficial expressa sua fé na força da Palavra e da compaixão de Jesus por aqueles
que não tem voz nem vez
§ Você
deseja que Jesus entre na sua casa e faça, anuncie seu Evangelho e lhe indique
o caminho para o bem viver?
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