terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Não haverá paz duradoura sem mudanças profundas

Mudemos os corações e as estruturas para que haja paz duradoura | 579 | 01.01.2025 | Lucas 2,16-21

Na celebração de hoje se entrelaçam três eventos: o começo do ano civil; a maternidade de Maria; a Jornada Mundial pela Paz. Nascendo de Maria, o Filho de Deus se igualou a nós, resgatou-nos do domínio das instituições, e nos presenteou com liberdade. O Espírito Santo nos deu a possibilidade de clamar a Deus em nossas aflições e de relacionarmo-nos com ele como filhos.

Contemplemos a chegada dos pastores à gruta Belém. Eles ficam impressionados com o que veem, e comparam com aquilo que tinham ouvido. Eles compreendem o mistério de um Deus a quem não apraz o poder, a grandeza, os cortejos de acólitos. Deus se alegra com a solidariedade de quem se faz próximo dos deslocados. Eles louvam, glorificando a Deus, por tudo o que veem e ouvem.

Acolhido por nós e no meio de nós, Jesus de Nazaré pacifica o mundo criando relações novas, baseadas na justiça e na fraternidade. Ele cumpre a promessa de Deus e realiza a esperança da humanidade através dos homens e mulheres de boa vontade, daqueles que não se resignam à paz aparente. Ele dirige nossos passos no caminho da paz, graças ao seu coração misericordioso.

Na sua mensagem para o dia de hoje, o Papa Francisco diz que “cada um de nós deve sentir-se, de alguma forma, responsável pela devastação a que a nossa casa comum está sujeita, a começar pelas ações que, mesmo indiretamente, alimentam os conflitos que assolam a humanidade”. E diz que hoje se entrelaçam diversos desafios sistêmicos que nos interpelam.

Ele se refere especialmente “às desigualdades de todos os tipos, ao tratamento desumano dos migrantes, à degradação ambiental, à confusão gerada intencionalmente pela desinformação, à rejeição a qualquer tipo de diálogo e ao financiamento ostensivo da indústria militar”. Segundo o Papa, “todos estes são fatores de uma ameaça real à existência de toda a humanidade”.

Por isso, no início deste ano, precisamos “escutar este grito da humanidade para nos sentirmos chamados, juntos e de modo pessoal, a quebrar as correntes da injustiça para proclamar a justiça de Deus”. Atos esporádicos de filantropia não serão suficientes, diz o Papa. “São necessárias transformações culturais e estruturais, para que possa haver também uma mudança duradoura”.

 

Meditação:

§ Observe os pastores, e aprenda com eles a reconhecer e louvar a Deus pelos sinais da sua presença

§ O que poderíamos fazer para promover e enraizar a paz em nossa convivência na primeira semana do ano 2025?

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