Caminhemos
com Jesus, no ritmo da música que foi tema da sua vida | 560 |13. 12.2024 | Mateus
11,16-19
Assim que é
informado de que João Batista está com dificuldades de reconhecer seu
messianismo, Jesus elogia a profecia de João, e, diante dos discípulos e
discípulas, faz o “desabafo” transcrito nos versículos de hoje. Percebemos
claramente o lamento de Jesus ao constatar que algumas pessoas que o escutam,
mas não são consequentes, fecham os ouvidos e não se movem diante de sua
proposta. É um chamamento aos seus discípulos e discípulas de todos os tempos.
Com esta parábola, Jesus pretende
sacudir os fariseus e doutores da lei, fazê-los sair do fechamento doutrinal e
movê-los numa outra direção, diversa daquela que esclerosou a cabeça deles.
Esta é a doença que costuma atacar as pessoas que ocupam altos escalões das
instituições religiosas: estão sempre prontas a esgrimir doutrinas para se defender
e não mudar; criticam a todos, a alguns por serem muito tolerantes, e a outros
por serem duro demais.
Na vida de Jesus tudo começou com
aquele hino que os pastores escutaram em Belém: “Glória a Deus no mais alto dos
céus, e paz na terra aos homens por ele amados”? Aquele foi o primeiro som que
ele escutou, o som da flauta que ritmou a dança da sua vida. E, deixando-se
envolver por esta música, ele não permaneceu rígido nem imóvel. Este hino o
levou para fora de si mesmo, e, desde então, ele nunca mais conseguiu viver
senão “fora de si”, “alterado”, incapaz de outro ritmo senão esse de dar-se em
excesso, de transpor todas as fronteiras e limites.
A Palavra que cantava a glória de
Deus e a paz entre os homens, escutada naquela noite da boca dos anjos, apaixonou
Jesus de tal modo, e o invadiu com tal profundidade, que o fez viver
definitivamente “descentrado”, numa espécie de “êxtase” espiritual, porque seu
centro e seu eixo passaram a ser seu Pai e seus irmãos. O Reino de Deus sempre
o levou para fora e além de si mesmo e sua pátria.
“Senhor, penso
que estás cansado de gente que sempre diz te servir, mas assume ares de
capitão; de gente que diz te conhecer, mas tem postura de professor; de gente
que pretende te encontrar praticando regras; de gente que pensa te amar como
sem nenhum empenho. No dia que desejavas algo diferente, inventaste São
Francisco, e fizeste dele a tua imagem” (M. Debbrel).
Meditação:
§ Releia atentamente esta
parábola contada por Jesus, assim como o texto mais amplo no qual está inserida
(Lc 11,1-15)
§ Você acha que há também
hoje pessoas “muito religiosas” que se guiam mais pelos próprios interesses que
pela Evangelho?
§ Você consegue perceber
grupos que criticam o Papa Francisco (e bispos e padres) por ser muito crítico
ou muito passivo?
§ Você não se flagra, às
vezes, discordando de Jesus, ou por ele ser muito exigente, ou por ele ser
muito compassivo?
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