Não sejamos
pessoas sem juízo! Que a escuta desemboque na ação! | 552 |05. 12.2024 | Mateus 7,21-27
A espiritualidade do advento é a luz
que ilumina com cores especiais os textos bíblicos deste tempo litúrgico. Ela
ajusta nosso olhar para podermos reconhecer os sinais da “visita” de Deus em
trajes humanos, trajes de pobreza, de simplicidade, de proximidade. E nos estimula
e sensibiliza ao sonho, à esperança, à generosidade.
Hoje, a Palavra de Deus nos adverte sobre uma forma
deficiente e imatura de ouvir e acolher o Evangelho de Jesus: reduzi-lo a um
motivo para exultação, suspiros e gemidos, cânticos e linguagens estranhas. Jesus
provoca e encoraja seus discípulos missionários a levar o Evangelho para a
vida, como dinamizador de ações, iniciativas, decisões e relações concretas, em
todos os âmbitos.
Acolher Jesus – no Natal ou fora dele! – significa fazer-se
seu discípulo, companheiro de caminhada; assumir seus sentimentos e pensamentos;
tornar-se membro da sua família; participar da sua missão. A ação
verdadeiramente evangélica nasce da escuta atenta da Palavra, que nos fala pela
Bíblia e pela Vida. Ler, escutar ou meditar o Evangelho e não agir de acordo
com ele equivale a desobedecer.
Infelizmente, tanto no tempo de Jesus como hoje, há quem
queira ser cristão sem uma ação correspondente. Tem o nome de Jesus sempre nos
lábios, mas usa-o para promoção pessoal ou das suas igrejas (ou negócios
religiosos). Ou até para condenar e excluir pessoas e iniciativas que não
coincidem com sua ideologia. E há instituições que embelezam seus espaços e
ambientes com símbolos e canções natalinas, mas não querem saber do Evangelho
de Jesus. Preferem o “bom velhinho” à manjedoura...
A autenticidade do discípulo se faz patente e evidente
numa vida centrada em Jesus e no Reino de Deus. No discipulado cristão não há
espaço para as fachadas (humanas e comerciais), tão enfeitadas quanto falsas.
Não é aceitável usar o nome de Jesus como fórmula mágica e como afirmação de
poder. Isso é insensatez ou falta de juízo, como diz Jesus. Ou é como construir
um edifício sobre terreno movediço.
Chega a causar revolta ver a fé sendo
usada por alguns setores para não assumir a causa ambiental e não enfrentar as
urgências climáticas. Há quem prefira culpar Deus ao invés de assumir as
responsabilidades como pessoa e como sociedade. Evitemos essa hipocrisia.
Tenhamos isso presente em nossa caminhada para o Natal!
Meditação:
§ O evangelho de hoje nos
orienta para uma atitude madura e adequada na preparação do Natal
§ Esta festa não pode se
resumir em comida e bebida abundantes ou em presentes, em músicas e cartões, em
luzes e pinheiros
§ Celebraremos o Natal como
família e discípulos de Jesus vivendo a compaixão e a fraternidade em todas as
nossas relações
§ O verdadeiro presépio –
lugar da manifestação de Jesus – deve ser edificado com fundamento: nossas
atitudes de amor solidário
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