Quem crê tem
a graça de ver os frutos da presença de Deus | 568 |21. 12.2024 | Lucas
1,39-45
O Advento é o tempo mais apropriado para contemplar
o mistério de Maria, a mãe de Jesus, e também uma boa oportunidade para aprender
com ela. Ninguém pode nos ensinar mais e melhor como preparar o Natal de Jesus
do que Maria e seu amado companheiro, José de Nazaré. No trecho evangélico de
hoje, que prossegue o de ontem, Maria mostra-nos, de maneira plástica e
concreta, o que significa sua explícita disponibilidade para fazer a vontade de
Deus.
O episódio que meditamos hoje apresenta os frutos da
acolhida da vontade de Deus por Maria e da ação libertadora de Deus na
história, assim como a serena e profunda alegria que sua presença desperta na
vida pobres. Não se trata de um sonho utópico e delirante, mas de uma esperança
segura, que se fundamenta na fidelidade de Deus, revelada ao longo da história
do povo de Israel e das comunidades cristãs, tanto aquelas do tempo de Jesus
como daquelas de hoje.
Depois do convite que recebeu de Deus mediante seu
mensageiro, e depois de uma resposta generosa e engajada, precedida por um
diálogo maduro e questionador com ele, Maria parte apressada às montanhas da
Judéia. É movida pelo desejo de confirmar o sinal feminino anunciado pelo anjo
(sua prima idosa e estéril estaria grávida) e emprestar seu apoio e assistência
jovem a uma idosa que prestes a ser mãe.
Por isso, podemos dizer que a cena é uma ampliação
da cena da anunciação do anjo a Maria, e uma espécie de confirmação dos sinais
indicados pelo Mensageiro de Deus a ela.
Isabel saúda Maria e proclama a presença do Messias no corpo dela com a
mesma surpresa e alegria que tomaram conta de Davi e do povo de Israel no
reconhecimento e na saudação à presença fiel e libertadora de Deus na Arca da
Aliança. Maria é a arca viva da nova aliança, e é bendito o fruto do seu ventre!
O próprio João Batista, no ventre de Isabel,
antecipa essa alegria messiânica, e, com a mãe, reconhece a presença de Deus no
meio do povo. Maria é aclamada como bem-aventurada por ter acreditado na
verdade e na força da Palavra de Deus. Ela desvela e publica o sentido da sua
maternidade. Que nossa caminhada para o Natal possa fazer a adequada passagem
da escuta fiel e da meditação atenta da Palavra de Deus aos gestos e
compromissos concretos de partilha e serviço solidário.
Meditação:
§ Acompanhe Maria na sua
caminhada de Nazaré à Judéia, inclusive seu encontro alegre e revelador com sua
parenta Isabel
§ Deixe-se envolver pela
alegria messiânica que ilumina e renova Maria, Isabel e João Batista
§ Repita, com Isabel, a
saudação mística e profética com a qual recebe e celebra a visita de Deus ao
seu povo
§ Recorde situações
vividas por você, nas quais o fato de acreditar e confiar na presença e na
bondade de Deus foi decisivo
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