sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Quem crê tem a graça de ver os frutos da presença de Deus

Quem crê tem a graça de ver os frutos da presença de Deus | 568 |21. 12.2024 | Lucas 1,39-45

O Advento é o tempo mais apropriado para contemplar o mistério de Maria, a mãe de Jesus, e também uma boa oportunidade para aprender com ela. Ninguém pode nos ensinar mais e melhor como preparar o Natal de Jesus do que Maria e seu amado companheiro, José de Nazaré. No trecho evangélico de hoje, que prossegue o de ontem, Maria mostra-nos, de maneira plástica e concreta, o que significa sua explícita disponibilidade para fazer a vontade de Deus.

O episódio que meditamos hoje apresenta os frutos da acolhida da vontade de Deus por Maria e da ação libertadora de Deus na história, assim como a serena e profunda alegria que sua presença desperta na vida pobres. Não se trata de um sonho utópico e delirante, mas de uma esperança segura, que se fundamenta na fidelidade de Deus, revelada ao longo da história do povo de Israel e das comunidades cristãs, tanto aquelas do tempo de Jesus como daquelas de hoje.

Depois do convite que recebeu de Deus mediante seu mensageiro, e depois de uma resposta generosa e engajada, precedida por um diálogo maduro e questionador com ele, Maria parte apressada às montanhas da Judéia. É movida pelo desejo de confirmar o sinal feminino anunciado pelo anjo (sua prima idosa e estéril estaria grávida) e emprestar seu apoio e assistência jovem a uma idosa que prestes a ser mãe.

Por isso, podemos dizer que a cena é uma ampliação da cena da anunciação do anjo a Maria, e uma espécie de confirmação dos sinais indicados pelo Mensageiro de Deus a ela.  Isabel saúda Maria e proclama a presença do Messias no corpo dela com a mesma surpresa e alegria que tomaram conta de Davi e do povo de Israel no reconhecimento e na saudação à presença fiel e libertadora de Deus na Arca da Aliança. Maria é a arca viva da nova aliança, e é bendito o fruto do seu ventre!

O próprio João Batista, no ventre de Isabel, antecipa essa alegria messiânica, e, com a mãe, reconhece a presença de Deus no meio do povo. Maria é aclamada como bem-aventurada por ter acreditado na verdade e na força da Palavra de Deus. Ela desvela e publica o sentido da sua maternidade. Que nossa caminhada para o Natal possa fazer a adequada passagem da escuta fiel e da meditação atenta da Palavra de Deus aos gestos e compromissos concretos de partilha e serviço solidário.

 

Meditação:

§ Acompanhe Maria na sua caminhada de Nazaré à Judéia, inclusive seu encontro alegre e revelador com sua parenta Isabel

§ Deixe-se envolver pela alegria messiânica que ilumina e renova Maria, Isabel e João Batista

§ Repita, com Isabel, a saudação mística e profética com a qual recebe e celebra a visita de Deus ao seu povo

§ Recorde situações vividas por você, nas quais o fato de acreditar e confiar na presença e na bondade de Deus foi decisivo

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