quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

O testemunho suscitado pelo Espírito é irresistível

A fé e o testemunho suscitados pelo Espírito são irresistíveis | 574 |26. 12.2024 | Mateus 10,17-22

A festa litúrgica do martírio do diácono Santo Estêvão, no contexto do Natal, sublinha um aspecto importante do discipulado cristão: o testemunho da fé poderá ser feito, até mesmo, com a entrega da própria vida, a exemplo de Jesus. Este dado serve para prevenir atitudes ingênuas e românticas diante do presépio, das luzes coloridas, dos coros angelicais e das montanhas de presentes.

Aliás, a contemplação realista do Menino, deitado na manjedoura porque não encontrara lugar, não deveria dar lugar ao pietismo. Ele nasce em extrema pobreza, entre os pastores, vítimas do desprezo e da hostilidade dos habitantes da cidade, longe de sua cidade de origem e de seus familiares próximos. Tudo fala de despojamento e dureza. E sua caminhada vai se concluir com a morte de cruz.

Os discípulos de Jesus têm pela frente igual caminho a ser trilhado. Estêvão foi o primeiro a demonstrar perseverança até o fim. Ao longo dos séculos, até nossos dias, são muitos os cristãos que testemunharam ser capazes de padecer o martírio por fidelidade a Jesus. Sem a disposição de renunciar a si mesmo, o discipulado cristão é inviável. Os medrosos e os acomodados são inaptos para seguir os passos do Menino no qual Deus assume a condição humana humilhada. Os mártires de todos os tempos são modelos consumados de seguidores de Jesus.

O seguimento de Jesus implica necessariamente continuar sua missão, ser sinal de contradição, assumir a relação às vezes conflitiva com a sociedade, sem fuga medrosa e sem aceitação passiva das injustiças e dominações. Não raramente, os conflitos se manifestam até nos círculos mais próximos, que é a família e os amigos. A missão como Jesus a viveu não é uma atividade esporádica ou secundária, nem um simples passeio: é profecia e confronto com a dominação, a ambição e o poder estabelecido.

No exercício da missão, especialmente nos momentos de tensão, os discípulos devem confiar em Deus, sem sucumbir e sem se acovardar. O Espírito do Pai, que atuou no diácono Estêvão, cheio de sabedoria e coragem, congrega a família dos discípulos, os inspira e sustenta. No Espírito de Jesus, encontrarão estratégias adequadas para as incompreensões e perseguições e repensar e ampliar a missão.

 

Meditação:

·    Releia o texto lentamente, sublinhando e detendo-se nas imagens que falam de missão e perseguição

·    Complete esta leitura com o texto de Atos dos Apóstolos, capítulos 6,8-10 e 7,54-59 (1ª leitura de hoje)

·    O que o testemunho e a coragem de Estêvão suscitam em você, no horizonte da encarnação do filho de Deus que celebramos ontem?

·    Recorde os mártires cuja memória foi celebrada nos últimos dias: Chico Mendes (23/12/88); João Canuto e filhos (18/12/85); Eloy Ferreira da Silva (15/12/84). O que você sabe sobre eles? O que eles nos inspiram?

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