A fé e o testemunho
suscitados pelo Espírito são irresistíveis | 574 |26. 12.2024 | Mateus 10,17-22
A festa litúrgica
do martírio do diácono Santo Estêvão, no contexto do Natal, sublinha um aspecto
importante do discipulado cristão: o testemunho da fé poderá ser feito, até mesmo,
com a entrega da própria vida, a exemplo de Jesus. Este dado serve para
prevenir atitudes ingênuas e românticas diante do presépio, das luzes
coloridas, dos coros angelicais e das montanhas de presentes.
Aliás, a contemplação realista do
Menino, deitado na manjedoura porque não encontrara lugar, não deveria dar
lugar ao pietismo. Ele nasce em extrema pobreza, entre os pastores, vítimas do
desprezo e da hostilidade dos habitantes da cidade, longe de sua cidade de
origem e de seus familiares próximos. Tudo fala de despojamento e dureza. E sua
caminhada vai se concluir com a morte de cruz.
Os discípulos de Jesus têm pela frente
igual caminho a ser trilhado. Estêvão foi o primeiro a demonstrar perseverança
até o fim. Ao longo dos séculos, até nossos dias, são muitos os cristãos que
testemunharam ser capazes de padecer o martírio por fidelidade a Jesus. Sem a disposição
de renunciar a si mesmo, o discipulado cristão é inviável. Os medrosos e os
acomodados são inaptos para seguir os passos do Menino no qual Deus assume a
condição humana humilhada. Os mártires de todos os tempos são modelos
consumados de seguidores de Jesus.
O seguimento de Jesus implica necessariamente
continuar sua missão, ser sinal de contradição, assumir a relação às vezes conflitiva
com a sociedade, sem fuga medrosa e sem aceitação passiva das injustiças e
dominações. Não raramente, os conflitos se manifestam até nos círculos mais próximos,
que é a família e os amigos. A missão como Jesus a viveu não é uma atividade
esporádica ou secundária, nem um simples passeio: é profecia e confronto com a
dominação, a ambição e o poder estabelecido.
No exercício da missão, especialmente
nos momentos de tensão, os discípulos devem confiar em Deus, sem sucumbir e sem
se acovardar. O Espírito do Pai, que atuou no diácono Estêvão, cheio de
sabedoria e coragem, congrega a família dos discípulos, os inspira e sustenta.
No Espírito de Jesus, encontrarão estratégias adequadas para as incompreensões
e perseguições e repensar e ampliar a missão.
Meditação:
· Releia o texto lentamente,
sublinhando e detendo-se nas imagens que falam de missão e perseguição
· Complete esta leitura com o
texto de Atos dos Apóstolos, capítulos 6,8-10 e 7,54-59 (1ª leitura de hoje)
· O que o testemunho e a
coragem de Estêvão suscitam em você, no horizonte da encarnação do filho de
Deus que celebramos ontem?
· Recorde os mártires cuja
memória foi celebrada nos últimos dias: Chico Mendes (23/12/88); João Canuto e
filhos (18/12/85); Eloy Ferreira da Silva (15/12/84). O que você sabe sobre
eles? O que eles nos inspiram?
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