Aquilo que
recebemos de graça, nós devemos dar gratuitamente | 554 |07. 12.2024 | Mateus 9,35-10,8
Jesus está em peregrinação ao santuário das dores e
esperanças humanas, anunciando o Reino de Deus, ensinando como acolhê-lo e
curando os enfermos para sinalizar que o reino chegou de verdade. Através do
que faz e das relações que estabelece, Ele é sinal da “visita de Deus” que
estamos preparando no Advento e celebraremos no Natal. Não é uma visita
passageira, pois ele veio para ficar!
Jesus se deixa tocar pelo sofrimento dos pobres e
marginalizados, mas não fica no simples sentimento. Diante de um povo
abandonado à própria sorte pelas autoridades, em meio a um povo cansado e
abatido, espoliado e abandonado, Jesus é tomado de profunda compaixão e toma
iniciativas concretas para devolver a plena cidadania às pessoas. A compaixão,
essa capacidade de se importar profundamente com a dor dos outros, é o segredo
dinâmico da sua missão.
Mas Jesus percebe claramente que esta missão é
grande ultrapassa suas forças e possibilidades. Ele não dará conta de fazer
tudo sozinho, e precisa contar com muito mais gente nesse ministério da
compaixão, que vence a indiferença e reconstrói a vida. Diante da exiguidade de
recursos e da pequenez da comunidade dedicada a esta missão, Jesus não desiste
nem se desespera: antes, ele nos estimula e ensina a pedir a Deus Pai com
insistência mais operários. E, ao mesmo tempo, a buscar e preparar gente que
colabore generosamente nela.
Mas pedir ao Pai que suscite e
sustente pessoas generosas que se dediquem à imensa e urgente tarefa de tornar
esse mundo melhor, e de anunciar esta possibilidade, não é algo a ser feito sem
empenho pessoal. Antes de tudo, ele mesmo nos ensina a compaixão, nos chama e
nos envia como discípulos missionários para fazer exatamente o que ele veio
fazer: anunciar, ensinar, libertar. E tudo de graça, sem exigências nem
imposições, como de graça é o que dele recebemos.
É
desde uma humilde casa de família em Nazaré e do estábulo de Belém que ele nos
envia com uma prioridade: as ovelhas perdidas, as pessoas vulneráveis, os povos
ameaçados. E não apenas para rezar e abençoar, mas para curar todo tipo de
doenças. E sem omitir o anúncio jubiloso: “O reino de Deus está próximo! Deus
está conosco e armou sua tenda entre nós!”
Meditação:
§ Também hoje, o trabalho
de construir uma humanidade única e fraterna é imenso e precisa de muita gente
generosa
§ Sozinhos/as, nós, nossas
comunidades e nossas Igrejas não dão conta e podem ceder ao cansaço e ao
desânimo
§ Quem compartilha a visceral
compaixão de Jesus sabe reconhecer e congregar gente de fora das nossas igrejas
nesse caminho
§ Muitos são os chamados e
enviados a trabalhar com generosidade e gratuidade em favor das “ovelhas
perdidas”
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