sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Aquilo que recebemos de graça, nós devemos dar gratuitamente

Aquilo que recebemos de graça, nós devemos dar gratuitamente | 554 |07. 12.2024 | Mateus 9,35-10,8

Jesus está em peregrinação ao santuário das dores e esperanças humanas, anunciando o Reino de Deus, ensinando como acolhê-lo e curando os enfermos para sinalizar que o reino chegou de verdade. Através do que faz e das relações que estabelece, Ele é sinal da “visita de Deus” que estamos preparando no Advento e celebraremos no Natal. Não é uma visita passageira, pois ele veio para ficar!

Jesus se deixa tocar pelo sofrimento dos pobres e marginalizados, mas não fica no simples sentimento. Diante de um povo abandonado à própria sorte pelas autoridades, em meio a um povo cansado e abatido, espoliado e abandonado, Jesus é tomado de profunda compaixão e toma iniciativas concretas para devolver a plena cidadania às pessoas. A compaixão, essa capacidade de se importar profundamente com a dor dos outros, é o segredo dinâmico da sua missão.

Mas Jesus percebe claramente que esta missão é grande ultrapassa suas forças e possibilidades. Ele não dará conta de fazer tudo sozinho, e precisa contar com muito mais gente nesse ministério da compaixão, que vence a indiferença e reconstrói a vida. Diante da exiguidade de recursos e da pequenez da comunidade dedicada a esta missão, Jesus não desiste nem se desespera: antes, ele nos estimula e ensina a pedir a Deus Pai com insistência mais operários. E, ao mesmo tempo, a buscar e preparar gente que colabore generosamente nela.

Mas pedir ao Pai que suscite e sustente pessoas generosas que se dediquem à imensa e urgente tarefa de tornar esse mundo melhor, e de anunciar esta possibilidade, não é algo a ser feito sem empenho pessoal. Antes de tudo, ele mesmo nos ensina a compaixão, nos chama e nos envia como discípulos missionários para fazer exatamente o que ele veio fazer: anunciar, ensinar, libertar. E tudo de graça, sem exigências nem imposições, como de graça é o que dele recebemos.

É desde uma humilde casa de família em Nazaré e do estábulo de Belém que ele nos envia com uma prioridade: as ovelhas perdidas, as pessoas vulneráveis, os povos ameaçados. E não apenas para rezar e abençoar, mas para curar todo tipo de doenças. E sem omitir o anúncio jubiloso: “O reino de Deus está próximo! Deus está conosco e armou sua tenda entre nós!”

 

Meditação:

§ Também hoje, o trabalho de construir uma humanidade única e fraterna é imenso e precisa de muita gente generosa

§ Sozinhos/as, nós, nossas comunidades e nossas Igrejas não dão conta e podem ceder ao cansaço e ao desânimo

§ Quem compartilha a visceral compaixão de Jesus sabe reconhecer e congregar gente de fora das nossas igrejas nesse caminho

§ Muitos são os chamados e enviados a trabalhar com generosidade e gratuidade em favor das “ovelhas perdidas”

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