Felizes
aqueles que acreditam, pois verão a promessa se realizar | 559 |12. 12.2024 | Lucas
1,39-47
O texto do evangelho de hoje é escolhido para
iluminar a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina.
Esta manifestação de Maria a um indígena mexicano insignificante no contexto da
opressão colonial patrocinada pelos colonizadores espanhóis e católicos tem
grande significado para os povos desse continente rico e sofrido.
Entreguemo-nos, pois, a ele.
Este texto traduz de modo plástico a presença
libertadora de Deus na história e a serena alegria que isso desperta na oração
e no cântico dos pobres. Não se trata de um sonho utópico, mas de uma esperança
segura, que se fundamenta na fidelidade de Deus revelada ao longo da história
do povo de Israel e das comunidades cristãs. O encontro festivo dessas duas
mulheres retrata a alegria que toma conta dos pequenos e pobres quando experimentam
a fidelidade de Deus.
Inicialmente, a cena é uma ampliação do episódio da
anunciação e uma confirmação dos sinais indicados pelo anjo Gabriel a
Maria. Isabel saúda e proclama a
presença do Messias no seio de Maria, com a mesma surpresa e alegria com as
quais Davi e o povo de Israel saúdam a presença fiel e libertadora de Deus na
Arca da Aliança. Diante dessa exultação, Maria se pergunta pelas razões que
movem Deus a fazer-se presente em sua humilde casa e na sofrida história do seu
povo.
João Batista, ainda no ventre de Isabel, antecipa
essa alegria messiânica, e, com a futura mãe, reconhece a presença de Deus no
meio do povo. Maria é aclamada por Isabel como bem-aventurada, ou feliz, porque
acreditou na verdade e na força fecunda da Palavra de Deus, e não unicamente
por ser a mãe do messias esperado. A seu modo, Isabel desvenda o significado
profundo da maternidade de Maria. O que lhe aconteceu não é mérito seu, mas pura
graça e amor gratuito de Deus.
Na sequência, Maria toma a palavra e intervém com um cântico profético
no qual celebra a intervenção de Deus no passado e assegura sua misericórdia no
futuro. Ela, serva humilhada, representa todos os pobres agraciados por Deus
que visualizam um mundo novo, que desfaz dominações e exclusões. Em Maria, que
se manifesta ao índio Diego com traços indígenas e grávida, o êxodo do povo de
Deus se renova, e as bem-aventuranças são antecipadas. E os humildes e os pobres
são os privilegiados.
Meditação:
§ Reconstrua a cena,
acompanhando Maria na sua caminhada de Nazaré à Judéia, inclusive no seu
encontro com sua parenta Isabel
§ Deixe-se envolver pela
alegria messiânica que ilumina e comove Maria, Isabel e João Batista
§ Repita, com Isabel, a
saudação mística e profética com a qual recebe e celebra a visita de Deus ao
seu povo
§ Reflita sobre o
significa dessas palavras na cabeça e no coração dos índios explorados e
caçados pelos colonizadores espanhóis
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