quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Festa de Nossa Senhora de Guadalupe

Felizes aqueles que acreditam, pois verão a promessa se realizar | 559 |12. 12.2024 | Lucas 1,39-47

O texto do evangelho de hoje é escolhido para iluminar a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina. Esta manifestação de Maria a um indígena mexicano insignificante no contexto da opressão colonial patrocinada pelos colonizadores espanhóis e católicos tem grande significado para os povos desse continente rico e sofrido. Entreguemo-nos, pois, a ele.

Este texto traduz de modo plástico a presença libertadora de Deus na história e a serena alegria que isso desperta na oração e no cântico dos pobres. Não se trata de um sonho utópico, mas de uma esperança segura, que se fundamenta na fidelidade de Deus revelada ao longo da história do povo de Israel e das comunidades cristãs. O encontro festivo dessas duas mulheres retrata a alegria que toma conta dos pequenos e pobres quando experimentam a fidelidade de Deus.

Inicialmente, a cena é uma ampliação do episódio da anunciação e uma confirmação dos sinais indicados pelo anjo Gabriel a Maria.  Isabel saúda e proclama a presença do Messias no seio de Maria, com a mesma surpresa e alegria com as quais Davi e o povo de Israel saúdam a presença fiel e libertadora de Deus na Arca da Aliança. Diante dessa exultação, Maria se pergunta pelas razões que movem Deus a fazer-se presente em sua humilde casa e na sofrida história do seu povo.

João Batista, ainda no ventre de Isabel, antecipa essa alegria messiânica, e, com a futura mãe, reconhece a presença de Deus no meio do povo. Maria é aclamada por Isabel como bem-aventurada, ou feliz, porque acreditou na verdade e na força fecunda da Palavra de Deus, e não unicamente por ser a mãe do messias esperado. A seu modo, Isabel desvenda o significado profundo da maternidade de Maria. O que lhe aconteceu não é mérito seu, mas pura graça e amor gratuito de Deus.

Na sequência, Maria toma a palavra e intervém com um cântico profético no qual celebra a intervenção de Deus no passado e assegura sua misericórdia no futuro. Ela, serva humilhada, representa todos os pobres agraciados por Deus que visualizam um mundo novo, que desfaz dominações e exclusões. Em Maria, que se manifesta ao índio Diego com traços indígenas e grávida, o êxodo do povo de Deus se renova, e as bem-aventuranças são antecipadas. E os humildes e os pobres são os privilegiados.

 

Meditação:

§  Reconstrua a cena, acompanhando Maria na sua caminhada de Nazaré à Judéia, inclusive no seu encontro com sua parenta Isabel

§  Deixe-se envolver pela alegria messiânica que ilumina e comove Maria, Isabel e João Batista

§  Repita, com Isabel, a saudação mística e profética com a qual recebe e celebra a visita de Deus ao seu povo

§  Reflita sobre o significa dessas palavras na cabeça e no coração dos índios explorados e caçados pelos colonizadores espanhóis

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