domingo, 17 de novembro de 2024

Jesus, filho de Davi, tem piedade de nós e cura nosso olhar!

Jesus, filho de Davi, tem piedade de nós e cura nosso olhar! | 535|18. 11.2024 | Lucas 18,35-43

O episódio narrado no evangelho de hoje está situado no caminho de Jesus a Jerusalém, depois da parábola do fariseu e do publicano, após a apresentação das crianças como modelo para os discípulos e do anúncio de Jesus sobre sua rejeição e morte que sofreria, em Jerusalém, nas mãos das autoridades religiosas.

Próximo a Jericó, um cego está mendigando à beira da estrada. Como a cidade estava nas proximidades de Jerusalém, a presença de pessoas que pediam esmolas aos peregrinos era frequente. Percebendo um crescente rumor de gente que se aproxima, o cego pergunta o que está acontecendo. Ele já ouvira algo sobre Jesus, e quando lhe dizem que é “Jesus Nazareno” que passa, solta seu grito, sem constrangimento.

Sua palavra é um pedido, e seu pedido é um grito de quem pede socorro: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” O cego e mendigo não leva em conta as advertências das pessoas que acompanham Jesus, e, mesmo com a advertência delas, não se cala. Mesmo sendo cego, ele reconhece naquele profeta itinerante e suspeito o Messias enviado por Deus, o esperado filho de Davi, rejeitado pela própria família.

O grito do cego é expressão de fé, de tenaz e perseverante confiança de que Jesus Nazareno, o Filho de Davi, é movido por entranhas de compaixão, e vem para abrir os olhos aos cegos. Jesus vê a situação daquele “resto de gente”, assim como a dor e a força que suscitam seu grito. Por isso, interrompe seu deslocamento, e pede que tragam o cego a ele. Um cego e mendigo interrompe a marcha de filho de Deus!

Interrogado sobre o que deseja do mais profundo da sua atribulada existência, o cego diz o óbvio: “Senhor, eu quero enxergar de novo...” Neste caso, enxergar é mais do que ver: é reconhecer a presença de Deus nos homens e mulheres, reconhecê-los como irmãos, crer na vontade libertadora de Deus e colaborar com ela.

Jesus não é um messias poderoso, mas um profeta compassivo com os pobres e necessitados. Ele ensina e demonstra que a fé e confiança nele e na sua Palavra têm força iluminadora, transformadora, libertadora. A fé a confiança exemplares do cego está na raiz da cura. Mas a salvação vai além da cura, e se traduz no seguimento agradecido de Jesus. E esse testemunho vivo é Evangelho que alegra a humanidade.

 

Meditação:

§  Imagine-se à beira da estrada, na periferia de Jericó, em meio a esta cena, interagindo com os diversos personagens

§  Perceba a situação do cego mendigo, seu grito de socorro, o desprezo dos que seguem Jesus, o diálogo com o mendigo, a mudança radical da situação

§  Qual é a intensidade da sua confiança e sua fé em Jesus, o homem de Nazaré, e o que você pede insistentemente a ele?

§  Em que medida a ativa e solidária compaixão de Jesus pelas pessoas vulneráveis atrai e sustenta sua caminhada de fé?

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