Jesus, filho
de Davi, tem piedade de nós e cura nosso olhar! | 535|18. 11.2024 | Lucas
18,35-43
O episódio narrado no evangelho de hoje está
situado no caminho de Jesus a Jerusalém, depois da parábola do fariseu e do
publicano, após a apresentação das crianças como modelo para os discípulos e do
anúncio de Jesus sobre sua rejeição e morte que sofreria, em Jerusalém, nas
mãos das autoridades religiosas.
Próximo a Jericó, um cego está mendigando à beira
da estrada. Como a cidade estava nas proximidades de Jerusalém, a presença de
pessoas que pediam esmolas aos peregrinos era frequente. Percebendo um crescente
rumor de gente que se aproxima, o cego pergunta o que está acontecendo. Ele já
ouvira algo sobre Jesus, e quando lhe dizem que é “Jesus Nazareno” que passa,
solta seu grito, sem constrangimento.
Sua palavra é um pedido, e seu pedido é um grito de
quem pede socorro: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” O cego e mendigo
não leva em conta as advertências das pessoas que acompanham Jesus, e, mesmo
com a advertência delas, não se cala. Mesmo sendo cego, ele reconhece naquele
profeta itinerante e suspeito o Messias enviado por Deus, o esperado filho de
Davi, rejeitado pela própria família.
O grito do cego é expressão de fé, de tenaz e
perseverante confiança de que Jesus Nazareno, o Filho de Davi, é movido por
entranhas de compaixão, e vem para abrir os olhos aos cegos. Jesus vê a
situação daquele “resto de gente”, assim como a dor e a força que suscitam seu
grito. Por isso, interrompe seu deslocamento, e pede que tragam o cego a ele.
Um cego e mendigo interrompe a marcha de filho de Deus!
Interrogado sobre o que deseja do mais profundo da
sua atribulada existência, o cego diz o óbvio: “Senhor, eu quero enxergar de
novo...” Neste caso, enxergar é mais do que ver: é reconhecer a presença de
Deus nos homens e mulheres, reconhecê-los como irmãos, crer na vontade
libertadora de Deus e colaborar com ela.
Jesus não é
um messias poderoso, mas um profeta compassivo com os pobres e necessitados.
Ele ensina e demonstra que a fé e confiança nele e na sua Palavra têm força
iluminadora, transformadora, libertadora. A fé a confiança exemplares do cego
está na raiz da cura. Mas a salvação vai além da cura, e se traduz no
seguimento agradecido de Jesus. E esse testemunho vivo é Evangelho que alegra a
humanidade.
Meditação:
§ Imagine-se à beira da estrada, na periferia de
Jericó, em meio a esta cena, interagindo com os diversos personagens
§ Perceba a situação do cego mendigo, seu grito de
socorro, o desprezo dos que seguem Jesus, o diálogo com o mendigo, a mudança
radical da situação
§ Qual é a intensidade da sua confiança e sua fé
em Jesus, o homem de Nazaré, e o que você pede insistentemente a ele?
§ Em que medida a ativa e solidária compaixão de
Jesus pelas pessoas vulneráveis atrai e sustenta sua caminhada de fé?
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