sexta-feira, 17 de junho de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 788

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 788

Dia 18/06/2022 | XI Semana do Tempo Comum | Sábado

Evangelho segundo Mateus (6,24-34)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

·    Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·    Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·    Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·    Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·    Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·    Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·    Prepare-se cantando: O Senhor vai acendendo luzes...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lWUng2ouMHc)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

·    Leia com toda a atenção o texto de Mateus 6,24-34

·    Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·    Este texto está situado no conjunto de exemplos de releitura e radicalização da Lei e dos costumes que Jesus dá aos discípulos/as

·    Do/a discípulo/a se espera uma justiça maior que aquela da ideologia nacionalista e moralista praticada pelos fariseus

·    Jesus adverte seus discípulos/as em relação à preocupação de acumular e assegurar tudo unicamente para si mesmo

·    Quem assim vive, inverte as relações justas: a riqueza deixa de estar a serviço do bem comum, e as pessoas se tornam escravas delas

·    O/a discípulo crê num Deus que é Pai, e não um senhor, e tem um único tesouro serve a um só senhor: o reino de Deus e a sua justiça

·    O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·    Deixe ressoar em você este ensino inovador de Jesus, que ele viveu em primeira pessoa: confiar no Pai como uma criança, buscar o Reino de Deus, deixando o resto nas mãos do Pai

·    Preste atenção às metáforas que Jesus busca na vida cotidiana: a relação entre patrão e empregado; a beleza das flores; a liberdade e a confiança dos pássaros; as preocupações que nunca acabam...

·    Que sentido fazem estas palavras de Jesus num mundo que reduz os sonhos de muita gente à simples sobrevivência biológica?

·    Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·    Acolha a lição que Jesus extrai dessas experiências cotidianas e renove a sede que expressamos repetidamente na oração: “Venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade na terra como no céu”

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    Como evitar que este ensino de Jesus seja jogado como pedras morais que ferem o rosto das pessoas que não dispõem do mínimo?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Ouça e cante a Oração de São Francisco (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=Qc3Tp-OrUGI)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Apague a vela e conclua seu momento de oração

 

Breves notas sobre Mateus 6,24-34

A parte do evangelho de Mateus que conhecemos como “sermão da montanha” é um momento de formação dos/as discípulos/as na novidade do Reino de Deus. Depois de dar exemplos de uma nova interpretação da antiga lei, e depois de criticar as práticas de piedade (esmola, oração e jejum), Jesus adverte seus discípulos/as em relação à tentação do acúmulo doentio de bens.

Para falar deste tema, aliás, sempre espinhoso, Jesus recorre à relação entre senhor e escravo, uma relação estruturante no império escravocrata de Roma: o escravo faz parte da propriedade do senhor; quando não serve mais, não se dedica exclusivamente ou despreza seu senhor, é simplesmente descartado. A riqueza se converte num chefe tirano: não está a serviço da pessoa, mas se apropria da vida dela e não admite nenhum tipo ou nível de concorrente.

Para Jesus, o problema não reside simplesmente na necessidade de comer, de vestir, de ter uma moradia: estas não são preocupações, mas necessidades profundamente humanas, que a sociedade deve garantir, de algum modo. O problema é o materialismo, a busca desenfreada de ter sempre mais, gerada por uma mentalidade que nunca consegue saciar os desejos, e nos leva de preocupação a preocupação, numa ansiedade indestrutível e destruidora.

O problema é exatamente esta “necessidade” de ter sempre mais, de dominar as condições da existência, e de conseguir isso unicamente para si, competindo impiedosamente com tudo e com todos/as. Este desejo de açambarcar tudo e todos, com a maior rapidez possível, se torna senhores implacáveis e nos transforma em escravos, invertendo danosamente a relação entre as pessoas e as coisas.

Para Jesus, esta preocupação de satisfazer nossas necessidades através do acúmulo e da competição demonstra uma fé pequena, é coisa de pagão, de gente sem fé. E é um caminho sem fim, porque cada dia impõe uma nova preocupação, cada meta atingida pede mais e mais. Para o/a discípulo/a, o reino de Deus – a fraternidade, a justiça, a misericórdia – é a única preocupação legítima, e deve ser pedida na oração, buscada na vida, testemunhada na sociedade.

 (Itacir Brassiani msf)

 

Solicitude pela realidade social

É necessário denunciar a existência de mecanismos econômicos, financeiros e sociais que tornam mais rígidas as situações de riqueza de uns e de pobreza dos outros. Estes mecanismos, manobrados pelos países mais desenvolvidos, favorecem os interesses de quem os manobra, mas acabam por sufocar ou condicionar as economias dos países menos desenvolvidos. Apresenta-se como necessário submeter mais adiante estes mecanismos a uma análise atenta, sob o aspecto ético-moral(João Paulo II, Sollicitudo rei socialis, § 16).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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