Ano C Roteiro de
Leitura Orante do Evangelho Nº 788
Dia 18/06/2022 | XI
Semana do Tempo Comum | Sábado
Evangelho segundo
Mateus (6,24-34)
(1) Coloque-se em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
· Escolha
o lugar no qual você não seja interrompido/a
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela, e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
cantando: “O Senhor vai acendendo luzes...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lWUng2ouMHc)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Mateus 6,24-34
· Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
· Este texto está situado
no conjunto de exemplos de releitura e radicalização da Lei e dos costumes que
Jesus dá aos discípulos/as
· Do/a discípulo/a se
espera uma justiça maior que aquela da ideologia nacionalista e moralista
praticada pelos fariseus
· Jesus adverte seus
discípulos/as em relação à preocupação de acumular e assegurar tudo unicamente
para si mesmo
· Quem assim vive,
inverte as relações justas: a riqueza deixa de estar a serviço do bem comum, e
as pessoas se tornam escravas delas
· O/a discípulo crê num
Deus que é Pai, e não um senhor, e tem um único tesouro serve a um só senhor: o
reino de Deus e a sua justiça
· O
que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?
(3) Medite a Palavra de Deus
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu
sentido nesse momento da vida?
· Deixe ressoar em você
este ensino inovador de Jesus, que ele viveu em primeira pessoa: confiar no Pai
como uma criança, buscar o Reino de Deus, deixando o resto nas mãos do Pai
· Preste atenção às
metáforas que Jesus busca na vida cotidiana: a relação entre patrão e
empregado; a beleza das flores; a liberdade e a confiança dos pássaros; as
preocupações que nunca acabam...
· Que sentido fazem estas
palavras de Jesus num mundo que reduz os sonhos de muita gente à simples
sobrevivência biológica?
· Se achar oportuno e for possível, leia as
“pistas” (página 3)
(4) Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus
· Acolha a lição que
Jesus extrai dessas experiências cotidianas e renove a sede que expressamos repetidamente
na oração: “Venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade na terra como
no céu”
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Como evitar que este
ensino de Jesus seja jogado como pedras morais que ferem o rosto das pessoas
que não dispõem do mínimo?
(6) Retorne à vida cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas
belas lições”
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Ouça
e cante a Oração de São Francisco (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=Qc3Tp-OrUGI)
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Apague
a vela e conclua seu momento de oração
Breves notas sobre Mateus 6,24-34
A parte do
evangelho de Mateus que conhecemos como “sermão da montanha” é um momento de
formação dos/as discípulos/as na novidade do Reino de Deus. Depois de dar
exemplos de uma nova interpretação da antiga lei, e depois de criticar as
práticas de piedade (esmola, oração e jejum), Jesus adverte seus discípulos/as
em relação à tentação do acúmulo doentio de bens.
Para falar deste
tema, aliás, sempre espinhoso, Jesus recorre à relação entre senhor e escravo, uma
relação estruturante no império escravocrata de Roma: o escravo faz parte da
propriedade do senhor; quando não serve mais, não se dedica exclusivamente ou
despreza seu senhor, é simplesmente descartado. A riqueza se converte num chefe
tirano: não está a serviço da pessoa, mas se apropria da vida dela e não admite
nenhum tipo ou nível de concorrente.
Para Jesus, o problema não reside
simplesmente na necessidade de comer, de vestir, de ter uma moradia: estas não
são preocupações, mas necessidades profundamente humanas, que a sociedade deve
garantir, de algum modo. O problema é o materialismo, a busca desenfreada de
ter sempre mais, gerada por uma mentalidade que nunca consegue saciar os
desejos, e nos leva de preocupação a preocupação, numa ansiedade indestrutível
e destruidora.
O problema é exatamente esta
“necessidade” de ter sempre mais, de dominar as condições da existência, e de
conseguir isso unicamente para si, competindo impiedosamente com tudo e com
todos/as. Este desejo de açambarcar tudo e todos, com a maior rapidez possível,
se torna senhores implacáveis e nos transforma em escravos, invertendo
danosamente a relação entre as pessoas e as coisas.
Para Jesus, esta preocupação de
satisfazer nossas necessidades através do acúmulo e da competição demonstra uma
fé pequena, é coisa de pagão, de gente sem fé. E é um caminho sem fim, porque
cada dia impõe uma nova preocupação, cada meta atingida pede mais e mais. Para
o/a discípulo/a, o reino de Deus – a fraternidade, a justiça, a misericórdia –
é a única preocupação legítima, e deve ser pedida na oração, buscada na vida,
testemunhada na sociedade.
(Itacir Brassiani msf)
Solicitude pela
realidade social
“É necessário denunciar a
existência de mecanismos econômicos,
financeiros e sociais que tornam mais rígidas as situações de riqueza de uns e
de pobreza dos outros. Estes mecanismos, manobrados
pelos países mais desenvolvidos, favorecem os interesses de quem os manobra,
mas acabam por sufocar ou condicionar as economias dos países menos
desenvolvidos. Apresenta-se como necessário submeter mais adiante estes
mecanismos a uma análise atenta, sob o aspecto ético-moral” (João Paulo II, Sollicitudo rei socialis, § 16).
Leitura
Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de
Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do
Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões
ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a
saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja
para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite
escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um
terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons
e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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