Ano C Roteiro de
Leitura Orante do Evangelho Nº 786
Dia 16/06/2022 | Solenidade
do Corpo e Sangue de Cristo
Evangelho segundo
Lucas (9,11-17)
(1) Coloque-se em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
· Escolha
o lugar no qual você não seja interrompido/a
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela, e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
cantando: “O Senhor vai acendendo luzes...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lWUng2ouMHc)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 9,11-17
· Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
· Este texto está situado
na caminhada de Jesus da Galileia a Jerusalém, e faz parte da formação para o
discipulado
· Hoje, meditamos esta
passagem como Palavra que ilumina e ajuda a compreender o sentido da
Eucaristia, corpo e sangue de Jesus
· Jesus havia enviado os
apóstolos para uma breve experiência missionário, e eles voltaram muito
entusiasmados
· Mas parece que eles
foram reprovados na questão fundamental: não se importam com o povo faminto, e
pedem que Jesus o afaste
· Então Jesus pede que
eles juntem os pães e peixes e alimentem a multidão, mostrando assim as
exigências da Eucaristia
· O
que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?
(3) Medite a Palavra de Deus
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu
sentido nesse momento da vida?
· Imagine-se junto de
Jesus e seus apóstolos, diante de uma multidão necessitada, que tem em Jesus
sua única esperança
· Observe a reação e as
palavras dos apóstolos, e, principalmente, a atitude, as palavras e os gestos
de Jesus
· Será que não está
sobrando devoção eucarística e faltando cuidado e solidariedade com o corpo de
Jesus nas pessoas que sofrem?
· Por quê nos preocupamos
tanto com as migalhas das hóstias, e tão pouco com as injustiças que ferem o
corpo vivo de Jesus Cristo?
· Se achar oportuno e for possível, leia as
“pistas” (página 3)
(4) Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus
· Reserve um tempo para
participar da celebração da eucaristia e rezar diante desse sacramento que nos
envolve e interpela
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· O que fazer para que
nossas procissões e adorações eucarísticas não nos dispensem de somar forças
com as lutas do nosso povo?
(6) Retorne à vida cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas
belas lições”
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Ouça
e cante “Se calarem a voz dos profetas...” (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=oqwLYU_PGLo)
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Apague
a vela e conclua seu momento de oração
Breves notas sobre Lucas 9,11-17
Quando
os apóstolos voltam de uma espécie de estágio missionário, Jesus os leva para
descansar fora do território judaico. Então, eles contam, animados, o sucesso
que haviam experimentado. Mas, mesmo sendo o lugar deserto, as multidões
necessitadas vão atrás de Jesus e dos discípulos. Sem se incomodar com isso,
Jesus lhes fala do reino de Deus, e cura muitas pessoas doentes.
Parece
que o repentino e recente sucesso pastoral havia subido à cabeça dos apóstolos.
Fica a impressão de que eles se sentem uma elite especial e separada do resto
do povo, um grupo que ocupa um lugar superior. No fim do dia, eles se aproximam
de Jesus e ousam dar-lhe uma ordem: “Despede a multidão para que possam ir aos
povoados e sítios vizinhos procurar hospedagem e comida...” Esqueceram eles que
a comunidade cristã existe para dar uma resposta efetiva às angústias e
esperanças das pessoas concretas...
Jesus
reage sublinhando que são eles mesmos que devem cuidar do povo. Jesus não se
importa se os discípulos têm provisões suficientes, e pede que organizem o povo
em comunidades. Depois de se apropriar dos poucos pães e dos peixes dos
apóstolos, Jesus os eleva, abençoa, parte e dá aos discípulos para que
distribuam. Acaba o tempo do “cada um para si” e começa o tempo do convívio, da
partilha e do serviço. Inaugura-se o tempo de comunhão. “Todos comeram e se
saciaram.”
Depois
que os presentes são saciados, a sobra vai para os outros. A atenção dos
cristãos é inclusiva e universal, mas dá prioridade aos últimos ou excluídos, e
viver a Eucaristia é entrar nesta lógica do dom, da prioridade dos últimos e
mais frágeis. Diante deste sacramento não se deve dizer “se aproxime quem for
digno e estiver preparado”, mas “Senhor, eu não sou digno...”
Jesus
não institui um rito a ser repetido, mas propõe uma forma de vida a ser
assumida com coerência. Ele pede que repitamos o dom de nós mesmos em memória
dele. A Eucaristia é o documento do imenso amor de Cristo pela humanidade, e
fazemos memória da altíssima caridade que Cristo demonstrou na sua paixão (S.
Tomás).
(Itacir Brassiani msf)
Solicitude pela
realidade social
“Todos nós, os que participamos na Eucaristia, somos chamados a descobrir,
mediante este Sacramento, o sentido profundo da nossa atividade no mundo em prol do
desenvolvimento e da paz; e a ir buscar nele as energias para nos
empenharmos cada vez mais generosamente, a exemplo de Cristo, que neste
Sacramento dá a sua vida pelos seus amigos. O nosso empenho pessoal, como o de
Cristo e enquanto a ele unido, não será inútil, mas certamente fecundo” (João Paulo II, Sollicitudo rei socialis, § 48).
Leitura
Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de
Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do
Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões
ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a
saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja
para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite
escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um
terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons
e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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