232 | Ano B | Tempo Comum | 2ª Semana | Quinta-feira
| Marcos 3,7-12
18/01/2024
Ontem vimos Jesus
pedindo que estendamos a mão a ele para que sejamos curados, para que nossa mão
se abra para servir gratuitamente a quem precisa, para lutar por causas justas
e humanas. Mas ele espera também que tenhamos a corajosa liberdade de enfrentar
e desmascarar os sistemas que oprimem os pobres, inclusive aqueles que dominam usando
o nome de Deus. Infelizmente, estes últimos se multiplicam.
Percebendo que os
fariseus se coligavam aos herodianos para articular sua morte, Jesus toma
distância e se refugia com seus discípulos à beira do mar. Mas isso não
significa que ele abandona ou diminui seu ministério profético e libertador.
Uma multidão de gente estropiada e quebrada, vinda do Norte e do Sul, do Leste
e do Oeste, busca Jesus porque ouviu falar da sua compaixão e vê nele a última
esperança. E sua missão emancipadora continua.
No episódio que
meditamos hoje, porém, Jesus não realiza nenhum gesto específico de cura ou
libertação. O evangelista nos oferece apenas uma síntese das suas múltiplas
ações emancipadora: Jesus curou muitas pessoas, e aquelas que sofriam de algum
mal procuravam tocá-lo; as pessoas eram libertadas dos espíritos maus e
readquiriam a liberdade, a autonomia e a autoconfiança. Sua atuação é limitada
e local, mas sua compaixão é universal.
Na verdade,
depois de atender as necessidades urgentes de muita gente, Jesus começa a se
ocupar mais com o ensino e com a formação dos seus discípulos. Ao redor dele,
aparecem claramente dois diferentes grupos: as multidões, que nele buscam ajuda
e socorro; os discípulos/as, que o seguem como a um mestre. E Jesus pede uma
barca para ele e seus discípulos, e, de dentro da barca, ensina o povo.
Marcos diz que, à
simples vista de Jesus, os espíritos maus – atuantes nos escribas, que
dominavam e despersonalizavam as pessoas pela ameaça e pelo medo – caíam a seus
pés gritando quem era Jesus. Mas Jesus não confia nas declarações vindas de
quem está contra ele e luta para manter seu campo de influência. Os escribas,
sabendo quem é Jesus, o têm como uma presença.
Meditação:
ü Contemple a cena e as palavras: os
personagens; a retirada de Jesus e seus discípulos; a multidão necessitada que
o procura
ü Procure perceber, à luz dos textos anteriores,
qual poderia ter sido o ensino de Jesus às multidões, à beira do mar
ü O que você busca em Jesus hoje: uma cura ou um
benefício, ou um caminho de conversão ao Reino de Deus?
ü De que modo nós e nossas comunidades eclesiais
podem levar adiante a missão de libertar quem precisa e formar discípulos/as?
Nenhum comentário:
Postar um comentário