quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

O Evangelho na vida de cada dia (232)

232 | Ano B | Tempo Comum | 2ª Semana | Quinta-feira | Marcos 3,7-12

18/01/2024

Ontem vimos Jesus pedindo que estendamos a mão a ele para que sejamos curados, para que nossa mão se abra para servir gratuitamente a quem precisa, para lutar por causas justas e humanas. Mas ele espera também que tenhamos a corajosa liberdade de enfrentar e desmascarar os sistemas que oprimem os pobres, inclusive aqueles que dominam usando o nome de Deus. Infelizmente, estes últimos se multiplicam.

Percebendo que os fariseus se coligavam aos herodianos para articular sua morte, Jesus toma distância e se refugia com seus discípulos à beira do mar. Mas isso não significa que ele abandona ou diminui seu ministério profético e libertador. Uma multidão de gente estropiada e quebrada, vinda do Norte e do Sul, do Leste e do Oeste, busca Jesus porque ouviu falar da sua compaixão e vê nele a última esperança. E sua missão emancipadora continua.

No episódio que meditamos hoje, porém, Jesus não realiza nenhum gesto específico de cura ou libertação. O evangelista nos oferece apenas uma síntese das suas múltiplas ações emancipadora: Jesus curou muitas pessoas, e aquelas que sofriam de algum mal procuravam tocá-lo; as pessoas eram libertadas dos espíritos maus e readquiriam a liberdade, a autonomia e a autoconfiança. Sua atuação é limitada e local, mas sua compaixão é universal.

Na verdade, depois de atender as necessidades urgentes de muita gente, Jesus começa a se ocupar mais com o ensino e com a formação dos seus discípulos. Ao redor dele, aparecem claramente dois diferentes grupos: as multidões, que nele buscam ajuda e socorro; os discípulos/as, que o seguem como a um mestre. E Jesus pede uma barca para ele e seus discípulos, e, de dentro da barca, ensina o povo.

Marcos diz que, à simples vista de Jesus, os espíritos maus – atuantes nos escribas, que dominavam e despersonalizavam as pessoas pela ameaça e pelo medo – caíam a seus pés gritando quem era Jesus. Mas Jesus não confia nas declarações vindas de quem está contra ele e luta para manter seu campo de influência. Os escribas, sabendo quem é Jesus, o têm como uma presença.

 

Meditação:

ü  Contemple a cena e as palavras: os personagens; a retirada de Jesus e seus discípulos; a multidão necessitada que o procura

ü  Procure perceber, à luz dos textos anteriores, qual poderia ter sido o ensino de Jesus às multidões, à beira do mar

ü  O que você busca em Jesus hoje: uma cura ou um benefício, ou um caminho de conversão ao Reino de Deus?

ü  De que modo nós e nossas comunidades eclesiais podem levar adiante a missão de libertar quem precisa e formar discípulos/as?

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