225 | Ano B | Tempo Comum | 1ª Semana | Quinta-feira
| Marcos 1,40-45
11/01/2024
O evangelho que meditamos ontem terminava dizendo
que Jesus andava por toda a Galileia, ensinando, curando e expulsando demônios.
Mas a cena de hoje – a purificação de um leproso – não situam o acontecimento:
o leproso não tem nome, e Marcos não diz o lugar onde o encontro com Jesus
aconteceu.
No oriente do tempo de Jesus, a lepra era uma
espécie de morte social, pois a pessoa acometida desse mal vivia excluída de
toda convivência familiar e social, era como um cadáver insepulto. Mas com Jesus
a humanidade inicia uma etapa realmente nova. É como se Jesus lançasse uma
ofensiva não-violenta contra o multifacetado sistema de opressão, introduzindo
uma prática social alternativa, baseada na inclusão dos não cidadãos.
Desobedecendo a lei que o obrigava a tomar
distância das pessoas, o leproso se aproxima de Jesus e diz que está nas mãos
dele a possibilidade de purifica-lo. Ele não pede cura (da doença) mas
purificação (da impureza). Jesus também descumpre a lei e, afirmando que quer ver
o homem reinserido na convivência social, e toca nele, derrubando assim o poder
da lei. A ira de Jesus expressa sua revolta contra o sistema de pureza, que
discrimina e condena.
Advertindo com severidade o homem purificado para
que não fizesse alarde, Jesus também confia a ele uma missão: apresentar-se aos
sacerdotes no templo, testemunhando tanto a nova vida a reinserção social que
recebeu de graça como a dureza implacável e a radical incapacidade do templo e
seus acólitos para enfrentar o sistema de exclusão. Além de tratar os leprosos
como não-gente, o templo cobra deles uma taxa quando ficam curados.
A
cena que estamos meditando termina com o homem que fora leproso e vivera
excluído atuando como o primeiro apóstolo (“o homem foi embora e começou a
pregar muito e espalhar a boa notícia”) e Jesus como um fugitivo perseguido
(“Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade”). Com este ataque
verbal e simbólico ao sistema de pureza, Jesus atrai sobre si mesmo a impureza
que era atribuída aos doentes e ao povo pobre em geral.
Meditação:
ü Estimulado pela atitude e pelo gesto de Jesus,
identifique as pessoas e grupos que sofrem a discriminação e até a exclusão
ü Como a cena não é localizada e o leproso não
tem nome, você é convidado/a a colocar-se no lugar dele, acolhendo o dom de
Jesus
ü Sinta-se purificado/a e também enviado/a para
desmascarar os sistemas que discriminam e excluem as pessoas mais vulneráveis
ü Como os cristãos podemos atuar para fazer da
nossa fé uma força capaz de derrubar os muros que separam e excluem pessoas?
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