domingo, 20 de agosto de 2017

Vida Consagrada no Brasil

Sem coração ardente não há missão consequente!

Falando à Assembleia dos Superiores e Superioras do Rio Grande do Sul, no último 18 de agosto, a Ir. Maria Inês Ribeiro, presidente da Conferencia dos Religiosos e Religiosas do Brasil dizia, sublinhando a importância da mística da escuta da Palavra de Deus: “Se o coração não arde, os pés não andam!”
Isso é verdade! Sem o ardor que brota da escuta da Palavra e do encontro pessoal com Jesus de Nazaré, as mãos se fecham, a criatividade desaparece, e vida esmorece. Por isso, é indispensável e urgente conjugar mística e profecia. E um convite à mística é esse que nos vem da profecia de Isaias: “Eis que estou fazendo uma coisa nova! Vocês não estão vendo?” (Is 43,19)
Estimulada pelas falas e gestos do Papa Francisco, a vida consagrada do Brasil sente-se “convocada a sair”. E hoje precisamos fazer isso tecendo relações misericordiosas, priorizando os empobrecidos, a juventude e a ecologia integral, e sempre de olhos fixos na fidelidade ao projeto de Deus.
Desde o momento original da criação, e até a revelação final em Jesus Cristo, a Bíblia é uma história de saídas em busca da vida. A mística que constitui e alimenta a vida consagrada é uma mística exodal, um itinerário espiritual de saída. É uma mística de olhos abertos e ouvidos atentos às feridas que sangram na carne do povo, aos clamores abafados, silenciados ou engasgados.
Na base de toda experiência mística está o enamoramento e a paixão por Deus e sua verdade, sua vontade, que é, desde sempre, amor e fidelidade aos pequenos, às suas dores e esperanças.  E nisso mesmo é que consiste a profecia: levantar a voz e arriscar a vida na defesa dos “insignificantes” nos quais Deus faz morada.
Quem coloca Jesus Cristo no centro da sua vida, desloca-se, descentraliza-se, deixa de ser autorreferencial.  O centro da vida consagrada não são as obra da instituição ou os projetos individuais e localizados, mas Deus Vivo e seu reino. Se não for assim, Deus pode queimar nossa pele e iluminar nossos altares, mas não aquece nosso coração.
Itacir Brassiani msf

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