segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Reflexões do Pe. Ceolin

A oração e a escuta da Palavra formam Cristo em nós.

Formar Cristo em nós significa conhecê-lo, amá-lo e segui-lo. E para alcançar isso precisamos dizer “Sim” a ele, deixar que ele entre em nossa vida, deixar-se amar por ele, reconciliar-se por ele (e, por ele, com o nosso passado), ouvi-lo (pois a Palavra de Deus atinge a nossa medula dos nossos ossos e transforma nosso coração, nossos pensamentos e sentimentos).
“Como crianças recém-nascidas, desejem o leite puro da Palavra” (1Pe 2,2). “Ouçam bem e escutem minha voz, prestem atenção e dêem ouvidos às minhas palavras” (Is 28,23). “Recebam com docilidade a Palavra que lhes foi plantada no coração e que pode salvá-los. Sejam praticantes da Palavra, e não apenas ouvintes, iludindo a si mesmos” (Tg 1,21-22). “Quem é de Deus, ouve a Palavra de Deus...”
Mas não podemos esquecer que a oração é também um dos mais importantes meios para formar Cristo em nós, lembrando que orar não significa repetir formalismos, falar consigo mesmo e “com seus botões”. Santa Teresa descreve a oração como tratar de amizade, estando a sós, muitas vezes, com aquele que nos ama.
Eis algumas atitudes e práticas importantes para uma boa e frutífera oração.
“Fechar o quarto”, ou seja: desligar-se do mundo barulhento e dos ruídos internos; amar o silêncio e buscá-lo com perseverança, pois quem não tolera o silêncio demonstra ter perdido a profundidade.
Fixar o olhar e o coração em Jesus, que é o mestre na arte de rezar: pedir com a simplicidade dos discípulos “ensina-nos a rezar” (cf. Lc 11,1-13), e repetir muitas vezes este pedido; observar como Jesus rezava, e rezar com ele; falar-lhe das nossas dificuldades, necessidades e desejos pessoais; ele e o Pai, e não nós, são o centro da oração.
Ter coragem de ser como uma criança em oração: ser natural, espontâneo, franco, aberto, transparente, simples; à medida em que deixamos de ser crianças, desaprendemos como orar...
Orar com fé e confiança: “Crês que eu posso te ajudar?...” Jesus não realizou nenhum milagre em Nazaré, porque o povo não acreditava nele... Quem confia em Jesus e no Pai a eles se abandona e entrega. Se até das pedras Deus pode fazer surgir filhos de Abraão, também tem o poder de nos transformar...
Orar em nome de Jesus: acompanhar a oração de Jesus ao Pai, por mim, pelos outros, pelo mundo; pedir que ele interceda ao Pai por nós, e ele pedirá exatamente aquilo que mais precisamos (cf. Jo 14,12-14; 16,23-24).
Rezar a vida: as alegrias e os sofrimentos, a convivência comunitária, a ação apostólica, as necessidades da Igreja e do mundo, os sentimentos e pecados, o desejo de conhecer, amar e seguir Jesus Cristo sempre mais e melhor.
Perdoar: Temos tanta coisa a perdoar... Mágoas, ressentimentos e tensionamentos não só dificultam a oração, como também diminuem seu poder e eficácia, atrapalham a ação do Espírito em nós. Precisamos aprender a perdoar através da própria oração: orando muitas vezes pelas pessoas de quem não gostamos, que nos ofenderam, ou que não gostam de nós.
Perseverar na oração: Ser como a mulher cananéia e a viúva da parábola (cf. Lc 18,1-8; Tg 1,5-8); programar e cumprir um tempo diário de oração pessoal. Sem isso, nem sonhar em ser discípulo e apóstolo do Amigo! A oração é o caminho para chegar à amizade com Cristo, o início da caminhada da vida cristã.

Pe. Rodolpho Ceolin msf

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