quarta-feira, 5 de abril de 2023

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 1080

Ano A Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 1080

Dia 06/04/2023 | Semana Santa | Quinta-Feira

Evangelho segundo João (13,1-15)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

§ Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

§ Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

§ Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

§ Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

§ Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

§ Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

§ Prepare-se cantando: “Amai-vos uns aos outros...” (Clique aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=ucsNGlBPWJI)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

§ Leia com toda a atenção o texto de João 13,1-15

§ Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

§ Com esta cena, iniciamos a segunda parte do evangelho de João, que não contém nenhum milagre, totalmente focada na paixão

§ João é o único a oferecer a cena do Lava-pés, ligada à Ceia eucarística, como uma ilustração plástica do sentido da eucaristia

§ Jesus realiza este gesto materializando a paixão de Deus pelo ser humano, assumindo o lugar na fila e dando a vida sem reservas

§ Se Deus rejeita uma posição de superioridade ao ser humano, nega a Deus quem defende a desigualdade e a hierarquia absoluta

§ Amar o próximo como Jesus nos ama implica em afirmar a dignidade inviolável de todo ser humano

§ O que a Palavra O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

§ Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

§ Leia atentamente, com o coração, com todos os sentidos, palavra por palavra, gesto por gesto, verbo por verbo, esta bela cena

§ Acompanhe o gesto de Jesus, permita que ele lave seus pés, e, principalmente, entenda o que ele quer transmitir com isso

§ Por que Pedro resiste ao gesto de Jesus? Será que ele não quer defender a própria superioridade?

§ Por que nos custa tanto reconhecer a dignidade e os direitos humanos, a absoluta igualdade de todos os seres humanos?

§ O que a dignidade inviolável da pessoa humana, a igualdade de todos e o amor fraterno tem a ver com a Eucaristia?

§ Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

§ Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

§ Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

§ Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

§ Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

§ Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

§ Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

§ Faça sua oração verbalizando seus sentimentos vendo Jesus inclinado diante de você e lavando seus pés

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

§ Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

§ Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

§ Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

§ Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

§ O que precisamos mudar em nosso modo de viver a religião e evitar que a eucaristia vire magia e o lava-pés vire simples teatro?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

§ Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

§ Recite a invocação: “Jesus, que mandas dar alimento a quem tem fome, fazei-nos compassivos com eles, em teu nome!”

§ Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

§ Medite e reze com canção que canta o lava-pés (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=JbEJ1Zwh5XI&t=19s)

§ Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

Anotações sobre João 13,1-15

Com o lava-pés iniciamos a segunda parte do evangelho de João, que põe em cena o mistério da paixão de Jesus, e é introduzida pela última ceia, cuja narração se estende por três capítulos, recheados de diálogos entre Jesus e seus discípulos sobre questões absolutamente centrais.  Doravante não haverá mais milagres.

Estamos próximos da festa da páscoa, e Jesus sabe que sua hora chegou. Então, ele se reúne com seus amigos numa refeição cálida e amistosa que, no costume judaico, precede a ceia pascal, marcada pela plena consciência em relação ao que está para acontecer. Ele não é como um profeta ou um mestre surpreendido por acontecimentos inesperados, mas caminha soberano, consciente e livre para a entrega da própria vida.

Com o aparecimento de um novo personagem, o diabo, que atua em Judas, o amor incondicional de Jesus pela humanidade se torna combate. É neste momento que ele se despoja do manto da divindade e se reveste do linho da humanidade para conduzi-la e mantê-la na sua amizade.  O despojamento da encarnação se radicaliza na ceia e na cruz. Abaixando-se para lavar os pés dos discípulos, Jesus faz o movimento da paixão. Jesus se despoja de sua condição divina para nos acolher, e retoma sua gloria na manhã da ressurreição.

Lavando os pés dos discípulos, Jesus repete o gesto de acolhida que Maria de Betânia havia feito a ele. Lavar os pés era um ofício degradante, um trabalho reservado aos escravos pagãos. Jesus lava nossos pés para que participemos da sua vida e missão de servo excluído. Assim, entende-se a resistência insistente de Pedro, mas, diante da insistência de Jesus, consente, inclusive pedindo com excesso. Mas o faz por obediência a um chefe, não por consciência.

Fazendo isso, Jesus não quer simplesmente demonstrar humildade. O que ele faz é rejeitar de forma contundente toda forma de superioridade e hierarquia, que não valorize a dignidade de cada pessoa e perpetua a desigualdade. O amor e o serviço fraterno, especialmente aos mais vulneráveis, ritualizado no lava-pés, é o ensaio geral da vida cristã, a “prova dos nove” do amor a Deus.

 (Itacir Brassiani msf)

 

“Dai-lhes vós mesmos de comer!”

“A gramática política brasileira se articula entre patrimonialismo, assistencialismo, clientelismo e uma grave crise das políticas públicas. O assistencialismo é a exploração da fome como forma de garantir a presença na política municipal, estadual ou federal, em detrimento de uma política que acabe com a fome. As políticas públicas vivem uma grave crise causada pelo desmonte do Estado, pela dificuldade fiscal e pela absoluta falta de prioridade no combate à fome dentro (Bispos do Brasil, Texto-base da Campanha da Fraternidade 2023, § 80).

 

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

www.msfamericalatina.org | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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