Pastoral
missionaria vocacional
A
primeira parte do último dia da primeira etapa do nosso Curso de Missiologia
foi dirigida pelo coirmão Pe. Luís Lopez Fernandez msf, missionário espanhol
que vive há 16 anos na Bolívia. Ele nos chamou a uma interessante reflexão sobre
a pastoral vocacional em chave missionaria.
Pe.
Luís começou afirmando, em tom provocativo, que não existe juventude, e sim
jovens. Cada geração não se representa a si mesma, mas também as anteriores e
as futuras. Apesar das diferenças inegáveis de uma geração a outra, algumas
perguntas fundamentais se repetem em todas as épocas.
A
falta de vocações, especialmente das vocações à vida consagrada e ministerial,
pode advir de uma comunidade religiosa pouco fervorosa e pouco atrativa em sua
forma de viver a fé. Junto com a escassez, temos necessidade de um bom
acompanhamento, formação e seleção. As maiores ameaças à pastoral das vocações não
vem de fora, mas de nossa cegueira e nossa paralisia.
O
desafio não é o como fazer a pastoral das vocações, mas o por que fazer desenvolver
a pastoral das vocações. Podemos elencar algumas razoes ou motivações: Deus
continua chamando também hoje; em Cristo podemos encontrar a plenitude humana;
o anuncio do Reino e a vocação estão estreitamente relacionados; há gente que
escuta com generosidade; a vida eclesial é berço de vocações; as congregações
são dons e mediações de Deus.
Como
desenvolver uma pastoral das vocações? Dar um lugar central à dimensão
evangelizadora e um lugar periférico aos números. Aqui temos alguns desafios: a
nova evangelização, a cultura vocacional, a experiência dos outros, a pastoral
da educação, o mundo dos jovens, o âmbito familiar e a proposta vocacional.
Precisamos
de uma pastoral das vocações conectada com a evangelização, pois ela é uma
missão compartilhada com outros agentes ou agencias. Ela precisa estar presente
nos novos areópagos jovens, priorizando a via personalizada, suscitar e formar
animadores vocacionais missionários, ser criadora de uma cultura vocacional, potenciar
a animação da comunidade local, suscitar e formar animadores, aprender da
experiência dos outros, criando condições para alcançar bons resultados.
Precisamos
de uma pastoral das vocações ativa no campo da educação, que cuide
continuamente uma educação integral e crista, apresente testemunhos credíveis, acompanhe
as escolhas afetivas e profissionais dos jovens, mantenha encontros diretos e
pessoais com adolescentes e jovens.
Precisamos
de uma pastoral das vocações direcionada aos jovens, que nos converta aos
jovens e cuide das bases humanas deles, que aproveitando a catequese, que crie condições
para que a proposta vocacional se faça de modo criativo. Uma pastoral das vocações
orientada à comunidade crista, pois esta é o sujeito vocante. Uma PV que incida
na pastoral das famílias, promova iniciativas de pastoral vocacional familiar,
aproveite vocacionalmente os momentos religiosos da família, que torne normal a
proposta vocacional, fazendo-a explicitamente e de forma adequada.
Por
isso, a comunidade local é o lugar privilegiado para desenvolver a pastoral das
vocações. Daí a importância de abrir nossas comunidades à presença dos jovens. Esta
não é tarefa de pessoas individuais, mas parte da comunidade eclesial e
prossegue na comunidade local, com a ajuda, quando necessário, de grupos
especializados. É um compromisso coral, com responsabilidade individualidade.
Itacir
Brassiani msf
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