domingo, 30 de novembro de 2014

Poetizando a vida

Tornando-me

Nu eu me lanço em teus braços
Nu como nasci, como sempre estive
Oh, altíssimo!
Tu que és tão alto e tão baixo,
Tão soberano e tão pobre,
Tu que te escondes do rico e
Te apresentas em migalhas aos Pobres.

Nas torrentes do teu corpo-incorpóreo
Quero me banhar,
Nu, quero me banhar.
Rejeitei em mim o tempo,
Rejeitei em mim o pudor de Adão,
Gritei alto o teu único nome: Amor.

Nu me percebi,
Não me envergonhei,
Apenas me lancei.
E lembrei, dos banhos de chuva
Dos tempos de menino.

Sem ânsia de querer saber,
Apenas em silêncio,
Apenas mergulhado,
Me transformando,
Me aderindo.
Tu me paristes,
Tu me criastes,
Agora eu retorno a Tu
A Tu que ao mesmo tempo é EU  
Em silêncio, em aderência.
Tu, que tens por nome: Amor.


Paulo Henrique (Postulante MSF, Recife)

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