sábado, 4 de abril de 2015

Cristianismo que vem de baixo

Cristianismo marginal


“O retorno para as raízes caminha para o marginal. A raiz é marginal em si, vive por baixo, mas sem ela a Vida não brotaria.”

E se Roma fosse destruída, se o ouro virasse pó,
E se tudo o que conhecemos passasse a não existir mais?...
Quantos restariam?

E se a hierarquia, o poder, o olhar de cima para baixo,
As belas vestimentas reluzentes, o carreirismo e o espírito monárquico de soberania não encontrassem  mais espaço, e se eles fossem apagados da história que está por começar?
Quantos ainda insistiriam?
Os homens, desnudos de dogmas, carentes de vestes, mendigando
Poder, gritando por um pouco de atenção. Isso soaria como música!

E se voltássemos para baixo da terra, e se novamente fôssemos marginais?
Será que se ouviria o topo da pirâmide berrar que  viver é Cristo?
E se todas as paredes fossem destruídas?
E se um dia - quem sabe? -  todos pudéssemos comer em uma só mesa,
Repartindo um único pão e bebendo em um único mísero cálice de barro?
Quantos iriam querer juntar-se à plebe, se o cristianismo fosse novamente plebe?
Se os sacrários fossem instalados nos corações, se os altares fossem os corpos  sofridos de um povo sem esperança?

Enquanto o homem não se descobrir Deus,
Enquanto não se der conta de que há muito do Cristo , pulsando vivo nas correntes do sangue de todo homem,
Enquanto houver detentores da verdade...
Enquanto houverem pirâmides,
Cristianismo não haverá!
Que voltemos às tumbas,
Que sejamos tal qual raiz tímida por baixo da terra, mas que sejamos motivo de vida.
Prefiro um Cristianismo marginal,
Que a imagem de um Cristo soberano.

Nov. Paulo Henrique

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