quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Preparando o domingo - 30.10.2016

Hoje, a salvação entrou nesta casa (Lc 19,1-10)


De novo entra em cena a figura de um “publicano”, desta vez de nome conhecido: Zaqueu! Os governantes arrendavam áreas do país para publicanos ricos, que embolsavam o que conseguiram extorquir além das taxas estabelecidas. Estes chefes dos publicanos empregavam outros para fazer a cobrança - e enfrentar a celeuma do povo - sentados nos telônios nas portas das cidades e nas encruzilhadas das rotas das caravanas.
Zaqueu era chefe dos cobradores de impostos da cidade de Jericó, e por isso, por causa da sua extorsão, muito rico - e com certeza muito odiado e desprezado.
Porém, Lucas nos mostra que ninguém é tão perdido que não possa ser salvo pela misericórdia de Deus. Ninguém está além da possibilidade de salvação. Com umas rápidas pinceladas, ele traça o caminho da conversão e salvação de Zaqueu.
Com certeza, Zaqueu tinha ouvido falar da atividade e dos ensinamentos de Jesus, e tinha uma enorme vontade de conhecer mais de perto este homem tão diferente dos outros rabinos ou mestres religiosos do seu tempo. Nem levava em conta perder a sua dignidade, subindo em uma árvore. O importante mesmo era não perder o momento de Jesus passar.
Jesus acolhe este gesto de busca. Ele olha mais para esta chama de bondade do que para toda a maldade praticada anteriormente por Zaqueu. Pronuncia as palavras que iriam mudar para sempre a vida de Zaqueu: “Desça depressa, Zaqueu, porque hoje preciso ficar em sua casa.” (v. 5)
Por causa dessa iniciativa, o próprio mestre se torna alvo de críticas por parte dos “justos”: “Ele foi se hospedar na casa de um pecador” (v. 7). Como sempre, a novidade do Reino, trazida por Jesus rompe todos os esquemas sociais e religiosos pré-concebidos!
Diante do gesto de amor da parte de Jesus, trazendo para si o opróbrio normalmente reservado para Zaqueu, o publicano responde com um gesto concreto de conversão: “A metade dos meus bens, Senhor, eu dou aos pobres; e, se roubei alguém, vou devolver quatro vezes mais” (v. 8).
Não é uma conversão teórica, mas muito concreta, e passa pelo econômico: devolver o dinheiro roubado, partilhar os bens! O amor de Jesus conseguiu o que o ódio e o desprezo jamais conseguiriam: a conversão de um pecador. “Hoje a salvação entrou nesta casa”. Mais uma vez Jesus ilustrou de maneira muito concreta que Ele veio “procurar e salvar o que estava perdido”.
A história nos convida a assumir cada vez mais as atitudes tanto de Jesus como de Zaqueu. De um lado, compreensão, misericórdia e perdão diante dos erros alheios; do outro, reconhecimento da nossa própria necessidade de perdão e conversão contínua, para que se dê em nossas vidas a experiência de Zaqueu, de que “Hoje a salvação entrou nesta casa!”
Thomas Hughes svd

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