segunda-feira, 6 de julho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (07.07.2020)


Dia 07 de julho | Terça-feira | 14ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (9,32-38)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Aquele que vos chamou, aquele que vos chamou é fiel! Fiel é aquele que nos chamou! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=hGBOOoqb3YA)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 9,32-38
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Jesus continua sua peregrinação pelo santuário das dores humanas, anunciando a boa notícia do Reino de Deus, ensinando seus discípulos e curando os enfermos
·      Ele sabe que não fará tudo sozinho, mas não desiste nem se desespera: convoca a nós para colaborar e buscar mais colaboradores
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Acompanhe cada palavra e cada gesto ou ação desta cena
·      O segredo da vida e o motor da missão de Jesus é a compaixão, seu envolvimento visceral com as pessoas que sofrem
·      O que esta cena e estas palavras de Jesus nos ensinam sobre a missão da Igreja e nossa nos dias de hoje?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Apresente-se a Jesus, colocando-se à disposição para colaborar com ele na sua imensa missão
·      Peça insistentemente a graça da compaixão
·      Agradeça pelas muitas pessoas que, dentro ou fora da Igreja, desenvolvem o ministério da compaixão
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus seguindo os teus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qpCS0gucq6c)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

Eu só peço a Deus que a dor não me seja indiferente, que a morte não me encontre, um dia, solitário, sem ter feito o que eu queria...
Eu só peço a Deus que a injustiça não me seja indiferente, pois não posso dar a outra face se já fui machucado brutalmente...
Eu só peço a Deus que a guerra não me seja indiferente: é um monstro grande e pisa forte toda forma de inocência dessa gente...
Eu só peço a Deus que a mentira não me seja indiferente: se um só traidor tem mais poder, que este povo não esqueça facilmente...
(Léon Giego)

SUBSÍDIO

Ontem contemplamos a bela cena da cura de uma mulher e uma menina, e a notícia se espalhando e chegando até nós. E perguntávamos se cremos como a mulher e o pai da menina que o toque de Jesus pode nos curar e levantar? Hoje, Jesus cura um surdo-mudo e continua sua peregrinação pelo santuário das dores humanas, anunciando o Reino de Deus, ensinando como acolhê-lo e curando enfermos.

Jesus sempre é tocado pelo sofrimento alheio, mas não fica no sentimento. Diante de um povo abandonado à própria sorte pelas autoridades religiosas e políticas, um povo cansado e abatido, espoliado e abandonado, Jesus é tomado de profunda compaixão e toma iniciativas para mudar a situação e devolver a cidadania às pessoas. A compaixão, essa capacidade de se importar profundamente com a dor dos outros é o segredo e o motor da sua missão.

O mudo da cena de hoje é mais um exemplo vivo desse povo marginalizado e dependente. Sob a pressão do exército romano e das múltiplas carências, não consegue nem levantar seu próprio lamento e protesto nem dizer seu protesto. A ação de Jesus o livra desse tormento, a multidão se admira, mas os fariseus investem contra Jesus, acusando de agir em nome do demônio. Mas nada impede que Jesus continue sua missão de compaixão, anunciando a Boa Notícia de Deus, ensinando e curando.

O que ocorre é que Jesus percebe claramente que sua missão ultrapassa suas possibilidades. Ele não dará conta de fazer tudo sozinho. Ele precisa contar com muito mais gente nesse ministério da compaixão, que vence a indiferença e reconstrói a vida de um povo dilacerado. Diante da exiguidade de recursos e da pequenez da comunidade frente à extensão da missão, Jesus não desiste nem se desespera: chama-nos, envia-nos, e pede que rezemos, e busquemos mais colaboradores/as.
(Itacir Brassiani msf)

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