quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 1024

Ano A Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 1024

Dia 09/02/2023 | 5ª Semana do Tempo Comum | Quinta-feira

Evangelho segundo Marcos (7,24-30)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

·    Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·    Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·    Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·    Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·    Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·    Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·    Prepare-se ouvindo a canção “Chegou a hora da alegria...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=QIW1hHYT6PE)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

·    Leia com toda a atenção o texto de Marcos 7,24-30

·    Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·    Jesus decide evitar discussões estéreis e deseja se retirar para refletir sobre a novidade e as exigências do Reino de Deus

·    Uma mulher pagã desrespeita as linhas do apartheid social e religioso, se aproxima de Jesus e reivindica em favor do seu povo

·    Esta cena é muito bem arquitetada por Marcos para afirmar que a indiscutível igualdade e paridade de todas as pessoas e povos

·    Os discípulos não entendem Jesus, os líderes religiosos o rejeitam, mas os pobres e os pagãos excluídos o reconhecem e buscam

·    O que a Palavra O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·    Releia o texto, procurando entender bem os recursos literários e a questão central que está em discussão: a igualdade diante de Deus

·    Qual seria a razão que leva grupos de cristãos a se opor de modo tão virulento à ação social e ecumênica da Igreja do Brasil?

·    Como superar a contradição de quem reza “Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa” e continua pensando “Somos melhores que os outros e temos o que eles não têm”?

·    Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·    Reze, com sinceridade, com estas palavras: “Senhor, eu não sou digno, mas teu amor nos ensina que todos/as somos teus filhos e filhas muito amados/as”

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    Por onde poderíamos começar a superação dos fundamentos do sentimento de superioridade dos cristãos em relação aos outros?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite a invocação: “Jesus, que vens a nós na família de Nazaré, mantém nossa comunidade generosa e criativa na fé!”

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Medite a canção “Se calarem a voz dos profetas” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=t24vkBOM-o0)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Feche a bíblia, apague a vela e encerre seu momento de oração

 

Anotações sobre Marcos 7,24-30

Jesus desconstrói a teologia da pureza e solapa, em suas bases, a ideologia da supremacia e hierarquização da dignidade de alguns/mas povos e pessoas sobre outros/as. Declarando que todos os alimentos são puros, e resgata a dignidade dos excluídos, como quando “purifica” os leprosos. Assim, ele mostra que o sistema de pureza, que dizia proteger o povo, na verdade oprimia os vulneráveis.

Depois do confronto com os escribas e do ensino incisivo ao povo e aos discípulos, Jesus adentra mais ainda no território dos pagãos, com o desejo explícito de colocar um ponto final nessa interminável discussão e aprofundar pessoalmente a questão. Mas eis que uma mulher pagã, discriminada por ser mulher e por ser pagã, ousa interromper esse “retiro” de Jesus. Ela desrespeita as fronteiras que separam judeus e pagãos e a privacidade de Jesus.

A cena descreve a reação de Jesus no horizonte das hostilidades étnicas e culturais dos judeus em relação aos pagãos, e isso só realça a ousadia e a novidade do ensino e da prática de Jesus. A mulher pagã não apenas desrespeita as leis que excluem os pagãos dos benefícios de Deus e da cidadania em Israel, nem se resume a pedir pela sua filha, mas discute com Jesus – torna-se teóloga! – defendendo a dignidade do seu povo, reivindicando a igualdade de todas as pessoas e povos diante de Deus.

Segundo Marcos, o que faz Jesus “mudar” de opinião em relação aos pagãos não é a fé ou a simples confiança da mulher e sim o seu argumento: Deus é pai, e não trata nenhuma pessoa ou povo como indigno ou impuro. O Reino de Deus, que é o horizonte no qual Jesus se move, derruba os muros que classificam e opõem as pessoas entre puras e impuras, judias e pagãs, filhas e cães.

Infelizmente, o sentimento de que “temos o que eles não têm” ou “somos melhores e mais merecedores que eles” ainda vigora, e volta com virulência inaudita entre grupos que se dizem cristãos. Ninguém esquece o teor de algumas manifestações contra a Conferência dos Bispos do Brasil, contra o ecumenismo e a defesa da diversidade patrocinadas pelas Campanhas da Fraternidade recentes.

 (Itacir Brassiani msf)

 

Palavra do Papa Francisco

Alguns católicos afirmam que a migração é um tema secundário relativamente aos temas «sérios» da bioética. Que fale assim um político preocupado com os seus sucessos, talvez se possa chegar a compreender; mas não um cristão, cuja única atitude condigna é colocar-se na pele do irmão que arrisca a vida para dar um futuro aos seus filhos. Poderemos nós reconhecer que é precisamente isto o que nos exige Jesus quando   que a Ele mesmo recebemos em cada forasteiro? São Bento assumira-o sem reservas e estabeleceu que todos os hóspedes que se apresentassem no mosteiro fossem acolhidos «como Cristo», manifestando-o mesmo com gestos de adoração, e que os pobres e peregrinos fossem tratados «com o máximo cuidado e solicitude (Gaudate et Exsultate, § 106).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

www.msfamericalatina.org | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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