quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Amar apenas aqueles que nos amam é pouco!

Amar apenas aqueles que nos amam tem pouco a ver com o ensino de Jesus  | 470 | 12.09.2024 | Lucas 6,27-38

O Reino de Deus pede de nós, discípulos e discípulas de Jesus, grandeza de coração. Precisamos espelhar-nos na misericórdia do Pai, cujo rosto é o próprio Jesus, que ama incondicionalmente a todos, inclusive as pessoas “ingratas” ou “más”. O amor que se nos pede é mais que estratégia, oportunismo, boa educação ou boas maneiras. As exigências de Jesus são altas, não é possível ser mesquinho.

Jesus é direto: “A vós que me escutais, eu digo...” Ele fala conosco, que dedicamos um mês especial à Palavra de Deus. Ele fala de modo manso, mas sublinha com ênfase, que as relações de amor recíproco são insuficientes. O amor aos iguais, às pessoas bondosas e agradecidas, é pouco, e não consegue se libertar das correntes do egoísmo de grupo e do paganismo. Deus não nos trata assim! Ele age de acordo com o que precisamos, e não o que merecemos!

No evangelho de hoje, Jesus fala de amor aos inimigos, de compreensão com aqueles que nos odeiam, excluem, insultam e amaldiçoam. Não são apenas aqueles que odiamos ou que nos odeiam, mas aqueles que nos fizeram ou nos fazem mal, aqueles que a sociedade torna invisíveis e de quem não queremos nos aproximar e que, quando os ignoramos, nos sentimos bem.

Jesus faz questão de exemplificar e deixar bem claro o que significa amar os inimigos: fazer o bem a quem nos odeia; abençoar os que nos amaldiçoam; rezar por aqueles que nos caluniam; oferecer a outra face a quem nos bate; dar também a túnica a quem nos penhora o manto; emprestar a quem pede; dar sem cobrar retribuição. Não é de hoje que surgem pessoas que pensam que Jesus foi longe demais.

Mas Jesus não ensina a passividade, a submissão ou a ingenuidade. O que ele pede é que sejamos como ele e como o Pai dele e nosso, que “é bondoso também para com os ingratos e maus”. Ele espera que não sejamos apenas reagentes, mas capazes de inovar, de tomar a iniciativa, de fazer aos outros o que desejamos que nos façam.

A misericórdia é a profundidade e a generosidade de Deus, e também a balança na qual nossa fé, nossa esperança e nossa caridade serão medidas. A medida de Jesus e do Pai deve ser a nossa medida. É assim que brilhará em nosso rosto e em tudo o que fazemos e somos o rosto do Pai e assim demonstraremos que somos filhos do Pai.

 

Meditação:

·        Retome cada afirmação ou prescrição de Jesus, identificando quem são os seus “inimigos” ou “adversários”

·        Você acha isso tudo praticável, exequível, ou impossível de levar em conta em nossas relações?

·        Por onde você poderia começar, hoje, evitando querer fazer tudo de uma vez e acabando por desanimar?

·        O que podemos fazer para ajudar nossas comunidades a levar a sério a proposta de Jesus em tempos de intolerância?

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