Qual é a sua resposta ao Evangelho de Jesus?
839 | 17 de setembro de 2025 | Lucas 7,31-35
A cena que estamos meditando hoje está
literariamente situada depois do elogio de Jesus ao soldado romano que pediu
sua intervenção em favor de um empregado seu (7,1-10) e da devolução da vida ao
filho da viúva de Naim (7,11-17), e em seguida às perguntas de João Batista
sobre Jesus e de seu comentário elogioso a ele (7,18-30), episódio omitido pela
sequência da liturgia diária.
Para desmascarar as resistências e
contradições daqueles que resistiam à sua proposta (principalmente os fariseus
e mestres da lei), Jesus apresenta uma cena pitoresca e muito popular em
pequenas cidades interioranas: um grupo de crianças que brincam na praça, umas
tocando música e outras indiferentes ao que as primeiras fazem e transmitem. As
crianças-artistas tocam músicas alegres e as outras não dançam; tocam músicas
tristes, e ninguém chora ou entoa lamentações.
Os dois estilos de música são uma alusão aos
diferentes caminhos de salvação oferecidos por João Batista e por Jesus. As
crianças indiferentes que brincam na praça são os judeus, que nunca estão
satisfeitos ou de acordo com aquilo que ouvem. A referência é clara: a mensagem
de João Batista não foi aceita porque era muito dura e exigente (jejum e
penitência); e Jesus é criticado por parecer-lhes muito permissivo (come e
bebe, partilhando a mesa com pecadores e gente suspeita). São duas perspectivas
diversas que enfrentam a mesma resistência à mudança.
Mas essa resistência não é exclusividade dos
fariseus e doutores da lei, nem eventualmente dos cristãos das primeiras
gerações. Os discípulos resistem à novidade anunciada e inaugurada por Jesus, e
até se atrevem a propor reparos. Pensam que o amor aos inimigos seria uma
proposta inocente e inadequada, e que há gente que não merece o perdão, ao
menos um perdão sem limites, como nos lembrava a pergunta de Pedro a Jesus no
evangelho do último domingo.
Jesus arremata
seu questionamento em linguagem parabólica com uma afirmação um pouco obscura:
“Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos”. Os filhos da
sabedoria, as pessoas que ouvem e compreendem Jesus, são os pobres e pecadores,
e não os fariseus, os doutores da lei ou a casta sacerdotal. E nós, como
reagimos hoje ao ensino libertário de Jesus? Podemos dizer que reconhecemos e
aceitamos de fato à sua proposta do Reino de Deus?
Sugestões para a
meditação
§ Retome a cena pitoresca proposta por
Jesus e procure relacioná-la com os diferentes grupos de cristãos que você
conhece
§ Você não se vê, às vezes, desejando
propor reparos em aspectos essenciais da proposta de Jesus? Quais?
§ Leia algo sobre a vida dos santos
Cornélio e Cipriano, cuja memória celebramos hoje, e procure relacioná-la com o
evangelho de hoje
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