Jesus interrompe todos os cortejos de morte
838 | 16 de setembro de 2025 | Lucas 7,11-17
No episódio que antecede a cena de
hoje, um oficial do exército romano recorre a Jesus em benefício do seu filho,
mesmo não se considerando digno de se dirigir a ele. No episódio de hoje, é
Jesus quem se aproxima de uma viúva que acaba de perder seu único filho e,
movido pela compaixão que pulsa no coração de Deus, diz-lhe palavras de consolo
e devolve-lhe o filho com vida.
A cena é comovente. Duas pequenas multidões se
encontram na porta de uma pequena cidade: uma multidão acompanha Jesus, o dador
e fonte da vida; outra acompanha um jovem corpo sem vida e uma viúva
absolutamente desamparada. A viúva em prantos é a figura simbólica da pessoa
pobre e sem amparo. Sem marido e sem filho que possa cuidá-la e administrar a
pouca herança do marido, é como se fosse uma não cidadã, uma pessoa invisível e
sem direitos.
Diversamente do chefe do exército da cena
anterior, a pobre viúva não pede nada, pois não tem forças nem para isso. É
Jesus que toma a iniciativa e se aproxima dela e, mergulhando no seu desespero,
procura consolá-la. A exortação a não chorar poderia soar como insulto se Jesus
não tocasse no caixão e não pedisse que o cortejo da morte pare. Com o gesto de
tocar o caixão, Jesus derruba o muro imaginário que separa o mundo dos vivos e
o mundo dos mortos, os puros dos impuros.
Exercitando a força da sua Palavra, aquela
força libertadora que o centurião romano recém havia reconhecido, Jesus ordena
que o jovem morto se levante, se coloque de pé. A força da sua Palavra é tal
que o jovem não apenas se coloca de pé, mas também começa a falar, retomando
seu lugar e seu protagonismo nas relações sociais. E, uma vez que sua vitalidade
e seus vínculos foram suscitados de novo (ressuscitados), ele é entregue à sua
mãe para ser seu arrimo.
A reação das duas
multidões é dupla: elas foram tomadas de medo e glorificaram a Deus.
Reconheceram no acontecimento da revivificação do morto e no conforto da mãe a
revelação do poder libertador de Deus e a Jesus como grande profeta e dador de
vida. Jesus é o próprio Deus infinito que visita e liberta seu povo. Como Elias
e Jeremias, Jesus é proclamado como parte da comunidade dos profetas
perseguidos. A admiração (ou medo) é a reação diante da presença misteriosa de
Deus, e o louvor é pelo bem que essa presença traz à humanidade.
Sugestões para a
meditação
§
Leia atentamente
este texto, prestando atenção aos personagens e aos dois cortejos: o cortejo da
morte, que sai da cidade; o cortejo da vida, que entra na cidade com Jesus
§
Os traços da
imagem de Jesus que apresentamos em nossas pregações correspondem à que aparece
neste episódio?
§
Que atenção damos
as pessoas e grupos que batem à nossa porta e às portas das Igrejas pedindo
socorro para seus desesperos?
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