Cristianismo
marginal
“O retorno para as raízes
caminha para o marginal. A raiz é marginal em si, vive por baixo, mas sem ela a
Vida não brotaria.”
E
se Roma fosse destruída, se o ouro virasse pó,
E
se tudo o que conhecemos passasse a não existir mais?...
Quantos
restariam?
E
se a hierarquia, o poder, o olhar de cima para baixo,
As
belas vestimentas reluzentes, o carreirismo e o espírito monárquico de
soberania não encontrassem mais espaço,
e se eles fossem apagados da história que está por começar?
Quantos
ainda insistiriam?
Os
homens, desnudos de dogmas, carentes de vestes, mendigando
Poder,
gritando por um pouco de atenção. Isso soaria como música!
E
se voltássemos para baixo da terra, e se novamente fôssemos marginais?
Será
que se ouviria o topo da pirâmide berrar que
viver é Cristo?
E
se todas as paredes fossem destruídas?
E
se um dia - quem sabe? - todos
pudéssemos comer em uma só mesa,
Repartindo
um único pão e bebendo em um único mísero cálice de barro?
Quantos
iriam querer juntar-se à plebe, se o cristianismo fosse novamente plebe?
Se
os sacrários fossem instalados nos corações, se os altares fossem os
corpos sofridos de um povo sem
esperança?
Enquanto
o homem não se descobrir Deus,
Enquanto
não se der conta de que há muito do Cristo , pulsando vivo nas correntes do
sangue de todo homem,
Enquanto
houver detentores da verdade...
Enquanto
houverem pirâmides,
Cristianismo
não haverá!
Que
voltemos às tumbas,
Que
sejamos tal qual raiz tímida por baixo da terra, mas que sejamos motivo de
vida.
Prefiro
um Cristianismo marginal,
Que
a imagem de um Cristo soberano.
Nov.
Paulo Henrique
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