quarta-feira, 20 de julho de 2016

Curso de missiologia (9)

O Papa Francisco sonha com uma Igreja nazarena!

Segundo Victor Codina, a Igreja Nazarena é a Igreja sonhada por João XXII e delineada pelo Papa Francisco. Nas palavras do Papa argentino, essa Igreja precisa fazer uma série de travessias ou passagens:
1.        De uma Igreja poderosa, distante e fria, da qual o povo se afasta, a uma Igreja próxima, acolhedora, simples, sincera, realista, que promove o encontro e a ternura, que se entende necessitada de conversão.
2.        De uma Igreja moralista, obcecada pelo abordo e pelo matrimonio, a uma Igreja focalizada na misericórdia, que difunde o perfume do Evangelho, focalizada na vida, pois Jesus é o único que pode atrair as pessoas; um Jesus morto e ressuscitado, com quaresma e pascoa.
3.        De uma Igreja centrada no pecado, que transformou a confissão em tortura e a busca de sacramentos em aduana, a uma Igreja da misericórdia de Deus, da ternura e da compaixão, com estranhas maternas; uma Igreja semelhante a um hospital de campanha, que cura as emergências, que cuida da criação, que oferece os sacramentos a todos, e não apenas aos considerados perfeitos.
4.        De uma Igreja centrada em si mesma, auto referencial, preocupada com o proselitismo, a uma Igreja dos pobres, preocupada com os fracos e indefesos, profética e livre ante os poderes deste mundo.
5.        De uma Igreja fechada em si mesma, relíquia do passado, que olha para o próprio umbigo, a uma Igreja que sai à rua, vai as margens e periferias existenciais e sociais, ao encontro das pessoas concretas; que não tem medo de ser pequena, mas deseja ser fermento e semente, e não cimento; que sai às intempéries, em estado permanente de missão.
6.        De uma Igreja que discrimina os que pensam diferente a uma Igreja que respeita a
liberdade de consciência, que dialoga com crentes e não crentes, que mantém as portas abertas, que escuta, que corre o risco de discernir.
7.        De uma Igreja com tendência restauradora a uma Igreja que considera o Vaticano II como um ponto de partida, que pede novos passos e iniciativas; uma Igreja que ousa reformar o papado e a cúria romana, que dá mais protagonismo à mulher, que deixa de ser clericalista.
8.        De uma Igreja com pastores carreiristas e agarrados às suas paroquias e dioceses a pastores que tem o cheiro das ovelhas, que estão à frente, atrás e em meio ao povo, que não se consideram príncipes.
9.        De uma Igreja envelhecida, triste, de gente com cara de cadáver, a uma Igreja jovem e alegre, que tem a alegria que brota do Evangelho e da liberdade do Espirito, com luz e transparência, sem nada a esconder; na qual os jovens sejam protagonistas, sua menina dos olhos.
10.   De uma Igreja rígida, machista, legalista, a uma Igreja casa de Deus, que respeita a diversidade, uma Igreja de discípulos missionários, uma casa na qual reina a fraternidade, a partilha e a alegria.

Itacir Brassiani msf

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