quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Diante da manjedoura

Oração diante da manjedoura

À minha volta, meus companheiros dormem em seus quartos e eu, em vigília, 
medito sobre o Mistério de Belém...
Vem, Jesus, estou Te esperando!
Maria e José, sentindo que a hora se aproxima, 
rejeitados pelos habitantes da cidade, 
procuram abrigo no campo.
Eu sou um pobre pastor: não tenho senão um mísero estábulo,
uma pequena manjedoura, uns poucos feixes de palha.
Mas eu Te ofereço tudo!
Compraze-te em aceitar minha humilde choupana.
Eu Te ofereço o meu coração. 
A minha alma é pobre de virtudes. 
Porém, ó Senhor meu, o que mais poderias esperar?
É tudo o que tenho!
A Tua pobreza me enternece.
Estou comovido até às lágrimas.
Não tenho, entretanto, nada melhor para Te oferecer.
Jesus, embeleza a minha alma com a Tua presença, 
adorne-a com a Tua graça.
Queima essas palhas secas e transforme-as em macio berço
para o Teu santíssimo corpo.
Jesus, estou aqui à Tua espera. 
Homens perversos Te rejeitaram, 
e lá fora sopra um vento gélido.
Sou um homem pobre, mas Te acolherei da melhor forma que puder.
Ao menos condescende e alegra-Te com a minha vontade de Te dar uma ardente acolhida, 
de Te amar, de me sacrificar por Ti.
A Teu modo, porém, és rico, e podes ver todas as minhas carências.
És a chama da caridade, 
e purificarás o meu coração de tudo o que não for do Teu agrado.
És a santidade incriada, e encher-me-ás com as Tuas graças,
para que fecundem em minha alma o verdadeiro progresso espiritual.
Vem, Jesus!

(Papa João XXIII)

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