sexta-feira, 22 de maio de 2020

Leitura Orante do Evangelho (23.05.2020)


Dia 23 de maio | Sábado | 6ª Semana do Tempo Pascal
Evangelho segundo João (16,23-28)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um jeito de iluminar e fecundar nosso cotidiano com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência social, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante pode ser um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para cada dia. Mas é possível escolher outros textos, desde que tenham uma sequência e se evite ficar apenas com os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pelos desmandos no nosso país – produza muitos frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha o momento mais adequado e tranquilo/a
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Invoque o Espírito Santo com um refrão, recite uma invocação, ou cante um mantra, como: Vinde, Santo Espírito! (cf. https://www.youtube.com/watch?v=KLd93N1DCWs)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a sua atenção o texto de João 16,23-28
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Este diálogo de Jesus com seus discípulos está literariamente situado no contexto da ceia de despedida e do lava-pés
·      O diálogo é precedido pelo anúncio da paixão e morte de Jesus e do envio do Espírito como Guia, Defensor e Pedagogo da comunidade cristã, Consolação e dinamismo da missão
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Coloque-se em meio aos discípulos, perturbados a traição que se desenhava, com a partida próxima de Jesus e com o anúncio da oposição que sofreriam para continuar sua missão
·      Fique atento/a ao que esta palavra e esta cena desperta em você
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Acolha serenamente a mensagem que o texto transmite a você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Repita pausadamente cada palavra e frase desta fala de Jesus: se vocês pedirem alguma coisa em meu nome, o Pai concederá; peçam e receberão, para que a alegria de vocês seja completa; naquele dia, vocês pedirão em meu nome; o próprio Pai ama vocês, porque vocês me amaram que eu vim da parte do Pai...
·      Procure apresentar-se ao Pai, e pedir com insistência e confiança aquilo que é necessário para se manter fiel no amor e no serviço
·      Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      O que você costuma pedir ao Pai em suas orações? Sua oração está focada no reino de Deus, ou em você mesmo/a?
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Ou recite a invocação: Jesus, Maria e José, acolhei-nos, esclarecei-nos e acompanhai-nos!
·      Ou cante: O Senhor vai ascendendo luzes quando vamos precisando delas!  (cf. https://www.youtube.com/watch?v=Z8RU8BQRcMQ)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

“Apolo, natural de Alexandria, era homem eloquente e versado nas Escrituras. Fora instruído no caminho do Senhor e, com muito entusiasmo, falava e ensinava com exatidão a respeito de Jesus, embora só conhecesse o batismo de João. Ao escutá-lo, Priscila e Áquila tomaram-no consigo e, com mais exatidão, expuseram-lhe o caminho de Deus.” (At 18,24-26)



SUBSÍDIO

Estamos nos aproximando do final do capítulo 16 do evangelho segundo João. No texto proposto à meditação de hoje Jesus não fala mais propriamente da sua paixão e morte, nem das dificuldades que seus discípulos enfrentariam na missão. O tema do diálogo é a relação entre o Pai e os discípulos. A oração feita pelos discípulos ao Pai em nome de Jesus não cairá no vazio.

Jesus começa falando num tom solene, e afirma que seus discípulos tem pleno acesso ao Pai. O que ele quer é que seus amados vivam uma felicidade completa e profunda. Quando um/a discípulo/a de Jesus faz ao Pai um pedido no espírito/nome de Jesus, a resposta é seguramente boa. O Pai concede qualquer o que eles necessitam para viver.

Jesus vive com o pai uma “comunhão de interesses” ou de vontade, de modo que não existe um Deus severo, que amedronta os/as filhos/as, que precisam de um mediador para fazer suas necessidades a ele. Há um Deus que ama profundamente seus filhos e filhas, e demonstra esse amor em seu Filho. O Pai quer bem aos discípulos de Jesus, e os trata como amigos. Sua onipotência e onipotência do amor. Essa é a base da nossa confiança e da nossa alegria.

A expressão “naquele dia” se refere à experiência do Espírito, que faz com que os/as discípulos/as peçam ao Pai apenas aquilo que é indispensável para que vivam plenamente. É isso que significa pedir em nome dele.

Finalmente, Jesus resume seu itinerário: “Eu saí do Pai e vim ao mundo; e novamente parto do mundo e vou para o Pai”. Sair do Pai é ser enviado para realizar o seu projeto de vida. Ir ao pai significa deixar-se conduzir pelo seu Espírito, força vital de Deus que leva à origem. E o itinerário de Jesus passa pela morte, que é saída e, ao mesmo tempo, volta. 
         
(Itacir Brassiani msf)

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