domingo, 31 de maio de 2020

Leitura Orante do Evangelho (01.06.2020)


Dia 01 de junho | Segunda-feira | Maria, Mãe da Igreja
Evangelho segundo João (19,25-34)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que seja um tempo estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Cante ou ouça o refrão: A Palavra está perto de ti, em tua boca e em teu coração! (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=70ikIPVilyM)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a sua atenção o texto de João 19,25-34
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Este texto é escolhido em vista da memória de Maria, Mãe da Igreja, celebrada hoje
·      A cena faz parte da narração da paixão e morte de Jesus, a Hora para a qual ele veio
·      Enquanto a maioria absoluta dos discípulos abandona Jesus, um pequeno grupo de discípulos permanece próximo e fiel
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Situe-se no Calvário, aos pés da cruz, com Jesus, sua mãe, Maria Madalena e o discípulo amigo e fiel
·      Permita que ressoe em você e para você as densas e ternas palavras de Jesus: “Mulher, este é teu filho! Esta é tua mãe! Tenho sede! Tudo está consumado!”
·      Acolha Maria como a mãe querida que Jesus partilha conosco e pede que levemos para nossa casa
·      Fique atento/a ao que esta palavra desperta em você
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Acolha serenamente a mensagem que o texto transmite a você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Acolha confiante e agradecido/a o dom que Jesus faz aos discípulos/as que se mantém no seu caminho
·      Confie-se nas mãos de Maria, e aprenda dela, primeira discípula de Jesus e mãe da comunidade dos/as discípulos/as
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      No início da missão de Jesus, sua mãe pediu que façamos tudo o que ele nos mandar; aos pés da cruz, Jesus pede que ela cuide de nós como a filhos/as, nos entrega ela como mãe da Igreja: o que isso significa, e quais são as consequências?
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos! Ou ouça e cante o mantra: Ave, Maria! Ave, Maria! Ave! Ave! Ave, Maria! (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=DxLW6ISHXGQ)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“Depois que Jesus subiu ao céu, os apóstolos voltaram para Jerusalém, vindo do monte das Oliveiras. Entraram na cidade e subiram para a sala de cima, onde costumavam ficar. Todos eles perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus” (At 1,12-14).

SUBSÍDIO
Com a solenidade de Pentecostes havíamos concluído nosso caminho com o Evangelho de João. Mas hoje, em vista da memória litúrgica de “Maria, mãe da Igreja”, voltamos a ele. Esta memória nos sugere uma interpretação mariana dessa cena da paixão e morte de Jesus.
Segundo João, a mãe de Jesus, Maria Madalena e o discípulo amado estão de pé, diante da cruz de Jesus. Jesus os vê, e faz uma dupla declaração, que é também um duplo pedido: “Mulher, este é teu filho!” “Esta é tua mãe!” No alto do calvário, diante da expressão máxima do amor de Deus por nós, Jesus nos entrega Maria como mãe dos/as que creem, mãe da Igreja. E nos convida a levá-la conosco, como a discípula primeira e fiel. Nasce aqui uma Nova Família, semente de uma Nova Humanidade.
É interessante notar que o texto original não fala da “mãe de Jesus”. O evangelista a apresenta apenas como “mãe”. Ela representa o antigo Povo de Deus, do qual vem Jesus e a primeira comunidade de discípulos/as. Ela é convidada a fazer a passagem, reconhecendo e aceitando o Novo Povo de Deus nascido da nova aliança. E o discípulo amado, que representa o discipulado fiel e perseverante, é convidado a reconhecer suas raízes e protegê-las.
Na sequência, Jesus diz que tem sede. É um novo pedido de acolhida. Os representantes do judaísmo não têm água, nem vinho (amor, acolhida), mas somente vinagre (ódio). Aceitando, sem revidar, mais este gesto de fechamento e violência, Jesus pode dizer que consumou a demonstração do amor do Pai pelo mundo e, em si mesmo, arrematou ou deu o toque final na criação do Homem e da Mulher Novos.
Do corte que o soldado faz no corpo de Jesus com sua espada escorre sangue (o amor generoso e fecundo) e água (o Espírito que gera a Igreja). Isso não nos vem de Maria, mas do Filho que nos entrega ela como Mãe.
(Itacir Brassiani msf)

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